segunda-feira, 6 de junho de 2011

TEOLOGIA BÍBLICA NOS DISCURSOS DE PEDRO



Misael Gomes [1]


Primeiro Discurso de Pedro (Atos 2).



Ao perquirirmos a preleção de Pedro no dia do derramamento do Espírito Santo verificamos seu embasamento nas Escrituras Sagradas. Vejamos que o acontecimento antecedido a sua predica havia sido o cumprimento da Palavra de Deus. O próprio Cristo havia indicado claramente que a Promessa do Pai haveria de ser dada a eles (cf At 1.4,5), assim sendo, a Promessa havia sido cumprida, o Espírito Santo estava sendo derramado. Observamos aqui, que quando o apóstolo Pedro vai referir-se a essa Promessa, ele vai mais além, busca na própria Escritura dos Judeus, mais precisamente no Profeta Joel (2.16) para convencimento do povo. Esse povo que era seu público, seu alvo, seus receptores eram na sua essência judeus, vindos de todas as partes do mundo de então (2.5,8,11).
Analisando a ousadia do apóstolo Pedro em colocar-se de pé e levantar a sua voz num brado de um verdadeiro arauto do reino, entendemos claramente que algo aconteceu de profundo na vida do apóstolo. Se dermos uma rápida olhada para os últimos cinqüenta dias, vamos ver um homem intimidado, acovardado frente aos acontecimentos que estava testemunhando (a prisão, o sofrimento e morte de Jesus). Ele negara o Seu Amigo, Seu Mestre, Seu Senhor, Seu Salvador. Mas agora, independente de ter ou não lideres judeus, independente do que aconteceria depois, ele se põe de pé e grita em alto e bom som para uma multidão ouvir. Como explicar? É o cumprimento da Promessa do Pai, ele recebera o dynamis quando o Espírito desceu sobre ele, era o poder do Espírito fazendo a diferença e dando intrepidez, ousadia para testemunhar das verdades concernentes a Jesus, Senhor e Cristo.  
O apóstolo inicia apresentando uma teologia escatológica dos últimos dias (2.17). Vejamos aqui que, o advento do Espírito faz parte dos últimos dias, com isso entendemos que já a partir do derramamento do Espírito estamos nos últimos dias. É como se já no dia de pentecostes desse inicio ao final, e podemos afirmar que hoje, com bases nas Escrituras, estamos no fim dos últimos dias. Aqui neste texto (v. 17), para apologética do acontecido, Pedro faz referencia aos filhos e filhas que profetizariam, segundo Joel, como sendo o cumprimento naqueles filhos e filhas que profetizaram no dia de pentecostes (Cf 2.5-11), ou seja, os dons do Espírito estavam sendo manifestados no dia de pentecostes.
Verificamos que essa efusão do Espírito não estava restrita apenas a certa classe de pessoas, como sendo: os sacerdotes, reis, profetas, juízes... Mas estava sendo derramado sobre filhos, filhas, jovens, velhos, servos, servas. Esse acontecimento tem um propósito conforme Atos 1.8 “...recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas...”. Percebemos então aqui, que o cumprimento dessa promessa é veraz, pois que temos o discípulo do Senhor testemunhando pelo Espírito de que o testemunho de Jesus é verdadeiro.
Temos também que a ação Espírito está presente, cumprindo a Palavra de Jesus que dissera que o Outro Parakletos (Advogado, Ajudador, Amparador, Conselheiro, Consolador) seria enviado para está com os discípulos. Marcos finalizando o seu Evangelho (Mc 16.20) afirma que Jesus mesmo depois de Sua ascensão, continuava cooperando com os discípulos, claro, através da ação do Espírito Santo. Marcos ainda nos trás que os sinais seguiriam aos que cressem, falariam novas línguas (Mc 16.17).  Assim sendo, temos o cumprimento em Atos, são os sinais acontecendo. Pedro no seu discurso está trazendo a reminiscência que os acontecimentos que estão acontecendo, diz respeito à ação do Cristo ressurreto. É a ação do Espírito confirmando as verdades de Cristo, cooperando, ajudando os discípulos. É o cumprimento das Escrituras Sagradas. E essa ação está agora abrangente a todos quantos invocarem o Nome do Senhor, sejam filhos, filhas, jovens, velhos, servos, servas. 
Pedro nos traz que o acontecido com Jesus (sua morte) faz parte de um desígnio determinado por Deus, faz parte da presciência de Deus, ou seja, é o plano salvífico de Deus para o resgate do homem do pecado e do reino das trevas. Pedro vai explorar a questão da morte e crucificação do Senhor, mas não só isso, vai enfatizar a ressurreição de Jesus. Aqui temos a grande verdade e realidade da obra de Deus através de Jesus Cristo. O ser humano que estava sentenciado a morte, pois que o salário da morte é o pecado (Cf Gn 2.16,17; Rm 3.23;  5.12; 6.23), agora recebe redenção, remissão dos pecados através da morte e ressurreição de Jesus (Cf Rm3.24; 5.10; 6.5; I Co 15.21; Ef 1.7; Cl 1.14; Hb 9.12; I Pe 1.3; Ap 20.6). A ressurreição é, portanto, doutrina essencial do Cristianismo, mesmo porque, o apostolo Paulo vai afirmar que “...se não há ressurreição de mortos, Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e vã a nossa fé (I Co 15.13,14), e segue afirmando que se Cristo não ressuscitou então todos permanecem em pecados (I Co 15.17). Assim temos que a ressurreição é um ensinamento essencial, base, uma das doutrinas principais do Cristianismo, e temos aqui no discurso de Pedro sua ênfase na ressurreição de Jesus.
A ressurreição não era um ensinamento desconhecido, apesar de termos a seita dos saduceus que não acreditavam em ressurreição (Cf Mt 22.23), temos que, mesmo no Antigo Testamento já se conhecia esse ensinamento.
Vejamos o que diz JOINER a esse respeito (2009, p. 500):


O patriarca Jó foi consolado por essa doutrina enquanto passava pelo oceano de aflições: “Eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra. E depois de consumida a minha pele, ainda verei a Deus. Vê-lo-ei por mim mesmo, e os meus olhos, e não outros, o verão; e, por isso, o meu coração se consome dentro de mim” (Jó 19.25-27).

Os profetas também aclararam sobre esse ensinamento. O profeta Isaías nos traz: Os teus mortos viverão, os teus mortos ressuscitarão; despertai e exultai, vós que habitais no pó, porque o teu orvalho, ó Deus, será como o orvalho das ervas, e a terra lançará de si os mortos (Is 26.19). Daniel também nos fala da ressurreição: Muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna e outros para vergonha e desprezo eterno (Dn 12.2). O próprio Senhor Jesus, ao ser interrogado pelos saduceus (que não criam na ressurreição) a respeito da ressurreição, os deixou “mudos”, quando apresentou as Escrituras, e que era um erro não conhecê-las e nem o poder de Deus, enfatiza que Deus é o Deus dos vivos e não dos mortos, quando a Sí mesmo se chama: Eu Sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó (Mt 22.32).
O apóstolo continua dando ênfase as Escrituras e nos traz a referencia de Davi em relação a ressurreição, deixando claro que esse texto das Escrituras trata-se, não do próprio Davi, mas que inspirado pelo Espírito, profetiza a respeito de Jesus que não ficaria no hades, bem como aconteceu o Senhor, Ele não foi detido no hades, mas ressuscitou ao terceiro dia. Pedro, afirma categoricamente que Deus ressuscitou a Jesus e que, não só ele, mas também todos os discípulos presentes são testemunhas. E, aliás, esse evento do qual todos estão testemunhando, mesmo sem entenderem, é exatamente o fato veraz de que Jesus está vivo. Pois que os sinais que Ele fizera e que muitos dos que estão presentes são sabedores (2.22), não cessaram com a sua morte, mas continua com a sua ressurreição, e sua ressurreição é verdadeira, pois que além dos discípulos serem testemunhas, os próprias sinais que estão acontecendo estão testemunhando. Essa ressurreição é portanto, pilar do Cristianismo, e essa ressurreição é também a maneira pela qual Deus exaltou o Seu Filho, pois que, com a ressurreição está declarado por Deus para todos que Jesus é Senhor e Cristo. Está absolutamente declarado que Jesus é o Kyrios, e que é também o Messias esperado.
Verifiquemos aqui que os judeus esperavam o Messias. Acreditavam que esse Messias viria restaurar o Reino a Israel (Cf At 1.6). Acreditavam no advento de um Cristo político, que viria para organizar o reino político de Israel, no entanto, o Reino ao qual Jesus veio trazendo não era um reino político, mas o Reino Espiritual de Deus, o Reino do Domínio de Deus, o Reino do qual Jesus é o Kyrios (Dominador, Senhor, Dono). O Reino a partir do qual as algemas do pecado e do diabo são dissipadas da vida daqueles que o recebem como Dominador, Senhor, Dono de suas vidas.
   Depois dessa predica de Pedro há uma ação de convencimento nos ouvintes, ação essa que sem duvidas podemos afirmar que fora do Espírito Santo (cf Jo 16.8-11), essa ação de persuasão fez com que os ouvintes fossem compungidos a perguntarem: Que faremos, varões irmãos? (2.37).
A resposta de Pedro foi dada sem hesitar:

Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão de pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo. Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe: a tantos quanto Deus nosso Senhor chamar (2.38,40).

Vejamos aqui que há uma necessidade de arrepender-se frente à realidade apresentada por Pedro, a veracidade dos eventos, da morte, da ressurreição, dos sinais que estavam subsequênciando, era verdade, Jesus o que fora morto estava ressuscitado e agindo como Senhor e Cristo, então o que fazer? Arrependam-se,  com arrepender-se entendemos uma “mudança de coração”, “mudança de mente”, uma mudança de atitude frente a realidade de Jesus. Talvez alguns dos que ali estavam foram participantes da morte de Jesus, e agora, o que fazer? Estariam todos sentenciados? Afinal, o que fazer? Mudar a atitude. Aceitar o Senhorio do Cristo de Deus. E como sinal visível dessa mudança deveriam ser batizados no nome de Jesus Cristo.
Com batismo nas águas e em nome do Senhor, precisamos destacar que, o batismo em águas era um mandamento de Jesus. Nos textos referidos a “grande comissão” de Marcos e Lucas (Mt 28.18-20; Mc 16.15-20) em especial o texto de Mateus, verificamos que a ordenança relacionada ao batismo em águas deveria ser “...em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo...”, há uma possível contradição aqui? É certo que não há. Na verdade o que temos na referencia de Pedro no seu discurso é que ele está apontando para o batismo instruído por Jesus. Não o batismo dos judeus, nem o batismo de João, mas o batismo de Jesus, o que fora ensinado por Jesus. Esse batismo era, e é, o sinal visível de uma obra invisível no interior do novo converso. Esse batismo na verdade é a identificação do arrependido com a obra de Jesus Cristo. É a identificação da aceitação do Senhorio de Jesus Cristo na vida de quem fora convencido dessas verdades eternas. O que é batizado demonstra que mudou de atitude, mudou de pensamento, “mudou de coração” em relação a Jesus, demonstra que recebeu perdão dos pecados e não mais quer viver na pratica do pecado. E que a partir de então não é mais o pecado que tem domínio, mas o Senhorio de Cristo Jesus é quem domina, que governa.
Depois dessa identificação verdadeira com Jesus e o Seu Reino, o dom do Espírito é dado. É possível entendermos o dom do Espírito como sendo essa efusão na vida daqueles que invocam com veracidade. Podemos entender que Pedro esteja falando referente ao que os discípulos receberam, essa plenitude do Espírito que viera para os reunidos no cenáculo. O que, afinal, Pedro vai deixar aclarado que a promessa não é restrita aos que já receberam, mas aos que estão ouvindo, aos filhos destes, aos judeus que estiverem longe, mas também a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar.
Pedro ainda continua sua predica exortando a que os ouvintes se salvasse desta geração perversa. Aqui podemos entender que Pedro estava se referenciando a geração que matou a Jesus. Os ouvintes deveriam ter um conduta diferenciada da conduta da geração que não optou por Jesus, antes o rejeitou. Que eles mudassem de atitude e cressem em Jesus como Senhor e Cristo.
O resultado fora a grande colheita de almas (quase três mil almas), estas que testificaram e demonstraram seu arrependimento sendo batizadas nas águas. Aqui verificamos claramente que os discípulos já iniciam arauteando a Palavra de Jesus e cumprindo sua ordenança (Mt 28.18-20; Mc 16.15-20).
O resultado fora a perseverança no ensinamento que os apóstolos transmitiam,  comunhão (koinonia – tudo era repartido com todos – o que era de um era de todos), compartilhamento do pão e também nas orações, temor nas almas e confirmação dos sinais e maravilhas operados pelo Espírito Santo através dos discípulos. Como eles estavam vivendo em unidade, em comunhão o resultado fora o aumento de outros novos conversos na Igreja de Jesus.
Observemos aqui que a mensagem do Evangelho pregada por Pedro não fora outra senão Jesus Cristo, sua vida, seu ministério, sua morte, sua ressurreição e sua ascensão. O resultado dessa mensagem fora convencimento dos ouvintes, arrependimento, batismo em águas e a vivencia seqüencial de uma vida no modus vivend de Jesus Cristo.


Segundo Discurso de Pedro (Atos 3)


            Depois de receber poder e testemunhar Cristo e ver as conseqüências deste testemunho nós vamos encontrar agora Pedro se dirigindo ao Templo às três horas da tarde (hora da oração no Templo dos Judeus – o que era rotina entre eles, ritual do templo, ofereciam sacrifícios na manha e a tarde “o primeiro ocorria logo após o nascer do sol, e o ultimo à hora nona, isto é, ao redor das três horas da tarde (...) Nestas ocasiões os devotos se reuniam no templo para oração e para esperar a bênção sacerdotal”. Ele fora ao Templo com João, para orar, para também receber a bênção sacerdotal (ainda não estava cônscio de que o Cristianismo não era a mesma coisa do Judaísmo, que na verdade estava havendo, ou já havia acontecido de certa fora a ruptura entre os ensinamentos de Jesus e as praticas e rituais do judaísmo). No entanto, ao irem na direção da porta chamada Formosa, eles se deparam com um homem pedinte, que está esmolando desde muito e que era levado por outros, porque era coxo desde o ventre. Ao se dirigir em petição aos apóstolos, eles pediram ao coxo que olhasse para eles, o mendigo-coxo olhou esperando receber algum dinheiro, e Pedro simplesmente afirmou: Não tenho prata  nem outro, mas o que tenho isso te dou. Em Nome de Jesus Cristo o Nazareno, levanta-te e anda (At 3.6). O apóstolo de fato não era possuidor de riquezas terrenais, todavia possuía algo mais precioso do que ouro e prata, possuía o dynamis do Espírito Santo. Observemos aqui também que ele deu (didwmi), presenteou, o que havia recebido pela graça. As ações pelos dons (carisma) do Espírito são para ser executadas de forma a glorificar o Nome do Senhor Jesus Cristo de Nazaré. Pedro não estava exaltando-se a si mesmo, antes estava testemunhando da veracidade de Jesus Cristo, o Nazareno.
O que Pedro tinha, possuía, era o poder do Espírito, a Plenitude do Espírito, a presença de Jesus através da ação do Espírito Santo.
Como conseqüência disso houve a cura do paralitico, e este, entrando no templo, andando e saltando não fazia outra coisa se não louvar a Deus. Jesus disse que o Espírito Santo O glorificaria (cf Jo 16.14), e aqui temos a ação do Espírito em glorificar a ressurreição de Cristo a partir de uma ação de cura, e que produziu exaltação a Deus por parte do que fora curado.
Como muitos se reuniram todos admirados e querendo informações a respeito do acontecido, Pedro começou a predicar e a informar que não era pela virtude deles (Pedro e João) e nem pela santidade deles, mas antes era a glorificação do Pai, do Deus de Abraão, e de Isaque e de Jacó, em relação ao Seu Filho Jesus. Vejamos que aqui Pedro trás a reminiscência de que é uma ação do Deus de seus antepassados, o Deus de seus antepassados está agindo entre eles, e sua ação fora preterida por eles (os judeus) quando entregaram a Jesus, O Filho de Deus, a morte e o negaram diante do governador Pilatos. Quando agiram assim estavam negando o Santo e o Justo. Observemos que aqui ele novamente traz a Jesus como o Santo como já havia feito (cf 2.27). No discurso anterior ele toma a profecia de Davi (...nem permitiras que o teu Santo veja corrupção...) e agora ele novamente dá ênfase a que Cristo é o Santo de Deus, os próprios demônios O reconheciam como o Santo de Deus (Cf Mc 1.24; Lc 4.34). Esse Jesus Nazareno era de fato e de direito o Santo de Deus, os discípulos o reconhecem como o Santo de Deus (Jo 6.69). Cristo é de fato o Separado, Consagrado, Alguém Inigualável, para uma obra especifica de Deus, para o “Ministério-Mor” de Deus que é a redenção da humanidade através de Sua morte e ascensão. Verifiquemos que em contraste que com o que Pedro afirma dele e de João, que não pela santidade deles, mas sim é através da glorificação do Santo de Deus. Se alguém deve ser exaltado, admirado, adorado, não são eles, mas o Santo de Deus. E agora ele acrescenta outra adjetivo para Jesus, Ele também é o Justo. Como Pedro está falando do sofrimento de Jesus, é possível que ele tenha em mente Isaías 52-53, em especial na citação em 53.11, onde Isaías nos trás que o servo, o Justo que fora imolado, justificará a muitos. Vejamos que através da morte de Jesus, somos justificados (At 13.39; Rm 3.24; 5.9; I Co 6.11; Gl 2.16; 3.24; Tt 3.7). Pedro é conhecedor de Isaías, bem como os ouvintes. Mesmo eles tendo negado, entregue, matado o Príncipe da Vida (autor da vida, o gerador de vida – O Próprio Jesus afirmara ser a Vida, ter a Vida, dá Vida e a dar em abundancia), Deus O ressuscitou, e O estava glorificando por intermédio dos sinais. Fora no Nome de Jesus que foi fortalecido, feito a cura, fora dado a saúde, como todos estavam vendo. Mas sua morte e ressurreição, como Pedro já havia atestado no primeiro discurso, fora um projeto de Deus, e para os ouvintes, era necessário o arrependimento e a conversão, uma mudança de coração e atitudes, uma mudança que entroniza o Senhor Jesus como Governante da vida de cada um deles, só assim receberam perdão, os pecados serão apagados. É a promessa de Moisés, de que Deus levantaria um Profeta, pois bem, Deus já o levantou, e a promessa dos profetas, pois bem Deus já cumpriu e quer que se submetam a Ele, Deus ressuscitou a Seu Filho, Pedro enfatiza, e o enviou a vós, para que vos desviasse a cada um, das vossas maldades.
Percebamos que a ênfase de Pedro e o cumprimento das Escrituras, a ressurreição de Jesus, sua exaltação/glorificação, e que o povo deve arrepender-se para que os pecados sejam perdoados, para que sejam justificados, afinal de contas o Justo, justificará a muitos.


Terceiro Discurso de Pedro


   Os religiosos da época não se sentiram a vontade com as palavras de Pedro. Os sacerdotes e o capitão do templo, (estes que eram saduceus, pois que os saduceus tinham o monopólio do Templo – estes eram contrários a ressurreição e verifique-se que foram os mesmos que haviam sentenciado a Jesus a morte) atribularam-se com o ensinamento que se referia a Jesus e a ressurreição dos mortos os prenderam. Mas muitos acreditaram, e o numero de novos conversos chegou a quase cinco mil.
Reunindo-se no outro dia, os Sumo Sacerdotes Anás e Caifás[2], e João e Alexandre e os demais da linhagem sacerdotal ao interrogaram com que poder e em Nome de quem fizeram aquela obra. Pedro, o que havia negado a Cristo nas proximidades do Sinédrio quando fora interrogado, agora não mais se intimida, haja vista o poder do Espírito está nele, e Então Pedro, cheio do Espírito Santo começo a testemunhar para tantos quantos estiveram lá, que era em nome de Jesus Cristo, o nazareno, aquele a quem vós crucificastes e a quem Deus ressuscitou dos mortos, em nome desse é que este está são diante de vós. Verifiquemos aqui que a preleção mais uma vez está tratando a respeito da ressurreição de Jesus e de Sua real participação nos eventos. Foi o Nome dEle que operara esse milagre. Nesse Nome, e só Nesse há Salvação, porque também debaixo do céu, nenhum outro nome há, dado entre os homens pelo qual devamos ser salvos. Nem mesmo os nomes dos patriarcas, nem de Moisés, nem de Davi, em fim, nenhum outro nome. Se eles eram defensores da Torah, da Lei, deveriam então dar ouvidos ao Profeta que Moisés profetizara que Deus levantaria, ou então estavam todos sentenciados a morte por Deus. 

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[1] Mestrando em Teologia Bíblica do Novo Testamento
[2] Estes Sumos Sacerdotes, Anás e Caifás foram os mesmos que sentenciaram a Jesus. Caifás era genro de Anás, este ultimo não mais estava como exercendo a função como Sumo Sacerdote, é possível que ele fosse o presidente do Sinédrio, se reuniram em Sinédrio para julgarem a causa.

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