terça-feira, 27 de setembro de 2011

Ensinar exige a corporeificação das palavras pelo exemplo

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Na Pedagogia da Autonomia, o professor Paulo Freire trata no primeiro capítulo, mais precisamente no tópico 1.6 que, Ensinar exige a corporeificação das palavras pelo exemplo. Observei cada palavra que ele mencionou e fiquei refletindo a respeito. Na verdade não há muita novidade no que ele mencionou, mesmo porque o próprio Jesus Cristo já instruira aos seus discipulos a ensinar e praticar o que  Ele ensinou e praticou. Jesus viveu o que ensinou, e se temos um exemplo-mor de viver o que prega, esse paradigma com veraz certeza é do Nazareno.
Freire (2010, p. 34) vai nos trazer que o professor que realmente trabalha os conteúdos, tendo em vista o pensar certo, nega a fórmula farisaica do "faça o que mando e não o que eu faço", e claro, ele nos remete aos fariseus da época de Jesus que viviam uma santidade no exterior, mas o seu interior era repleto de negatividade, verdadeiros "sepulcros caiados" (Mt 23.27), por fora pintados, nos dias hodiernos temos alguns de mármore, mas por dentro só existe ossos e putrefação. Ele vai nos trazer que "as palavras a que falta a corporeidade do exemplo pouco ou quase nada valem", e isso era exatamente o que acontecia dos dias do Cristo, pois que os fariseus viviam assentados na cadeira de Moisés (Mt 23), ensinavam e não viviam o que ensinavam, por isso mesmo foram reprovados como ensinadores pelo Filho do Homem.
Quando o autor supracitado afirma que Ensinar exige a corporeificação das palavras pelo exemplo, está simplismente afirmando que as palavras ensinadas precisam de uma existencia fisíca, visível, tangível, nos atos, nas ações de quem está empregando-as, de quem está ensinando, de quem está predicando. Palavras sem ações palpáveis são meros discursos sem vida. Não tem poder de transformar, de modificar, de fazer crescer, de produzir ouvintes capazes de ensinar, de perquirir, de ser um ouvinte revolucionário no entendimento, na compreensão e na disposição de produzir outros transformadores. Foi exatamente assim que Jesus Cristo ensinou, vivendo, praticando, trasnformando, modificando, produzindo outros transformadores, modificadores, ensinadores capazes de pregar e viver o que pregaram.
Paulo, que se considerou o menor dos apóstolos (ainda que tenha sido dos maiores), assim ensinou a respeito do ensino, da pregação: "Antes subjugo o meu corpo, e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado" (I Co 9.27). Seu cuidado era pregando, não ser reprovado.
Será mesmo que os nossos púlpitos estão ensinando a pensar certo, ensinando a ensinar de forma corporeificada, vivida, praticada?
Será que nós estamos vivendo na pratica o que estamos ensinando?
Será que os nossos pupilos não estão nos reprovando?
Quando ensinamos sobre o amor, devemos então praticar o amor, é assim que provamos que somos filhos de Deus (I Jo 3.14; 4.12, 19; 5.2), se ensinamos perdão, devemos então perdoar, se ensinamos humildade, devemos viver aprendendo e vivendo como Cristo: "...aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração..." (Mt11.29).
Se ensinamos unidade, não podemos viver em separação;
Se ensinamos confiança, não podemos viver desconfiados;
Se ensinamos concórdia, não podemos viver na discórdia;
Se ensinamos a simplicidade, não podemos viver na complexidade;
Se ensinamos Jesus, precisamos morrer para o mundo e viver para Deus.
Portanto, pensar certo, é viver aprendendo e jamais acharmos que somos os donos da verdade, pensar certo é ensinar certo, sabendo que, ensinar certo é viver o que se está ensinando.









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FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. saberes necessários à pratica educativa. 42ª reimp. São Paulo: Paz e Terra, 2010.

3 comentários:

  1. Ótimo texto! Tanto a igreja quanto os professores deveriam pensar sobre isso, A TODO INSTANTE. Ser transformado antes de transformar, BUSCAR transformação para poder promove-la. Parabéns viu! Laisla.

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  2. Muito louvável a explicação a qual faz uso do prof. Paulo Freire em pedagogia da autonomia pelo o qual nós o respeitamos como um grande educador, mas que Jesus já havia pregado viver o que ensinamo; que o Senhor nos ajuda colocar em prática, seja como professor, como ministro do Evangelho.

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  3. Bem aplicado o texto quando se refere ao Paulo Freire, sabemos também que homem nenhum pode se igualar aos conhecimentos de Cristo.

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