quarta-feira, 29 de junho de 2011

É PRECISO ENFRENTAR A SOMBRA E A ESCURIDÃO (Breve Resumo do filme)

Faz já alguns anos que assisti A Sombra e a Escuridão. Depois que o ví a primeira vez, acho que em 1999, já voltei a reve-lo talvez umas outras três vezes. Gosto desse estilo de filme, principalmente porque baseia-se em fatos reais.
Era o ano de 1898. Na África do século XIX acontece uma disputa entre franceses, alemães e ingleses para dominarem o continente africano. Os inglêses que estavam com vantagem sobre os demais encarregam o engenheiro britânico John Petterson (Val Kilmer) para supervisão da construção de uma ponte sobre o rio Tsavo, na região do mesmo nome em Uganda.
Neste lugar, dois leões começam a atacar os operários. Os leões eram tão agressivos que os nativos deduziram que eles não eram animais e sim espíritos dos curandeiros mortos que vieram para impedir o avanço do progresso. As feras são batizadas de Sombra e Escuridão. Diante dos ataques e contando com a ajuda do caçador Remington (Michael Douglas), o engenheiro se lança numa missão desesperada para dar fim aos animais.
Num período de nove meses esses animais atipicos mataram mais ou menos 135 pessoas e deixaram muitas outras feridas.
Esse local era entre a floresta e havia esses dois terríveis animais que durante a noite saiam para matar, devorar as pessoas. Eles atacavam as casas que eram como cabanas e adentrando nessas cabanas faziam um estrago muito feio, matando as pessoas e deixando outras feridas. Muitas que eles matavam, levavam para o seu esconderijo, onde viviam. Eles viviam numa grande caverna muito adentro da floresta.
Tinham ido a este local engenheiros para construirem aquela ponte, mas voltavam com muito medo. Aqueles leões eram tidos pelos nativos como espíritos, e deixavam toda aquela sociedade em desespero.
Certo dia, o engenheiro Petterson, vindo da Inglaterra, chegou para concluir aquela ponte, mas logo nas primeiras noites após sua chegada, A Sombra e a Escuridão começaram a atacar e foi terrível o ataque, mataram alguns e deixaram outros feridos. Muitos dos nativos se foram com medo, porém o engenheiro tinha ído com um propósito, um objetivo, e decidiu ficar, lutar contra o problema e construir a ponte.
Era compreensível se ele tivesse voltado para Europa, ele tinha esposa (e ela estava grávida), tinha os amigos, tinha a família... Mas também tinha alvos, objetivos.
Preparou-se, e tendo chegado a localidade um caçador experiente que alí vivia, ele juntou-se a ele e decidiu exterminar o problema. Até que mataram o primeiro leão. Depois de dias, aquel'outro que ficou atacou o caçador e matou-o. O engenheiro ficou apavorado, triste, desmotivado. Mas havia um alvo a ser seguido, ele precisava concluir aquela obra, era a sua primeira obra, sua primeira ponte, seu sucesso dependia muito daquela construção. 
Por fim determinou no seu coração vencer o perigo, vencer o segundo leão. Pegou uma arma (espingarda), colocou um animal menor como ísca, subiu numa árvore e esperou o leão que, chegou e atacou o animalzinho e descobriu o engenheiro, quis atacá-lo também, porém ele (o engenheiro) o feriu e o matou. Concluiu a ponte, depois de ter vencido A Sombra e a Escuridão.
Assim acontece também no nosso dia-a-dia, existem "animais ferozes" que  querem nos ver parar, devorar os nossos sonhos, os nossos anseios, os nossos alvos. Precisamos nos centrar bem em Deus e na Sua Vontade, porque nas horas de crises "A Sombra e a Escuridão" nos atemoriza, rugem forte nos nossos ouvidos, começamos mesmo a ser impactados por medo, por vontade de fugir, mas se temos Alvos, e se estamos na Mão do Onipotente, venceremos toda sombra, toda escuridão.
É preciso entendermos também que Deus sempre utiliza-se de pessoas para nos ajudar, e precisamos saber discernir bem quem são esses "caçadores", esses "cireneus", porque nos ajudarão a conquistar os nossos objetivos.
Não podemos jamais desviar o foco, temos que enfrentar até o fim todas as sombras, toda escuridão, todos os obstáculos e confiar acima de tudo em Cristo Jesus, porque NEle seremos sempre mais do que vencedores (Rm 8.37).
Portanto, enfrentemos "os leões", "A Sombra e a Escuridão", porque ao nosso lado estará sempre o LEÃO DA TRIBO DE JUDÁ - Jesus, e ELE nos fará trinfuar (II Co 2.14).






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Referencia:
http://pt.wikipedia.org/wiki/The_Ghost_and_the_Darkness 




segunda-feira, 20 de junho de 2011

A TENTAÇÃO

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Tentação
[Do lat. tentatione.]
Substantivo feminino.

1.
Ato ou efeito de tentar. [Sin.: tentativa e (p. us.) tentamento.]
2.
Disposição de ânimo para a prática de coisas diferentes ou censuráveis.
3.
Efeito de tentar-se; desejo veemente
(Dic. Aurélio)

Do grego, uma palavra para tentação é peirasmós, que tem entre os seus significados a incitação ao pecado. A palavra pecado, aparece em Gn 4.7 (A LXX traz harmatano), e nos traz  a recomendação de Deus a Caim a que o pecado jaz à porta e deve ser dominado por ele, e ele não deve deixar-se ser dominado (pelo pecado).
Vejamos que a desobediência deu-se no Éden, lá o tentador aproximou-se da mulher, e de forma astuta, fez com que a mulher preterisse a ordem Divina que fora dada a Adão e  não resistiu a tentação que lhe veio com a concupiscência da carne (era boa para se comer), concupiscência dos olhos (era agradável aos olhos) e a soberba da vida (árvore desejável para dar entendimento) [Cf Gn 3.1-6; I Jo 2.16] , terminou por ceder ao tentador e também Adão fez o mesmo.
Vemos em seguida o processo da tentação novamente no episódio de Caim contra Abel. O pecado insistindo à porta do coração (mente) de Caim, e este deveria dominar a concupiscência e a soberba, mas o pecado o dominou.
A origem do pecado está em Lúcifer. Mesmo que hoje pessoas céticas no mundo inteiro prefiram acreditar na falácia da evolução, na negação do pecado, ainda que pessoas de todas as ciências prefiram por não aceitar o pecado, ele existe. E existe com força total nos dias hodiernos. E ele está à porta, insistindo para dominar os seres humanos para fazer todos os males que seu poder é capaz de fazer.
O ser angelical caído era perfeito, mas achou-se iniquidade nele (Ez 28.15), entenda-se iniquidade como falta de equidade, falta de retidão (inteireza de caráter, lisura no procedimento). Equidade também é equilíbrio, e se entendermos a falta de equilíbrio como a falta de auto-controle, a falta de auto-domínio, entenderemos que o querubim ungido perdeu o controle, o domínio. Tendo desequilibrado o seu desejo-mor é desequilibrar tudo quanto o Criador fez. Assim sendo, o ser a angelical caído não se cansa no seu objetivo-mor, tentar. Com a tentação ele desequilibra a criação, como uma maneira estúpida de querer desfazer do Criador.
Ele se utiliza dos agentes do mal que tal qual ele foram desequilibrados. Com o desequilíbrio Lúcifer tentou outros seres, seduzi-os e eles perderam também o auto-domínio.
O anjo caído e seus aliados estão dia-após-dias lutando, com seus pecados mais suntuosos, com suas técnicas mais avançadas para levar homens e mulheres para a lama da tentação.
Vaidade, inveja, ira, preguiça, avareza, gula, luxuria são apenas algumas das tentações mais conhecidas, mais há muitas outras tentações das quais os anjos caídos utilizam-se para prender os seres humanos nos charcos de lodo do tentador.
O ceticismo sem dúvidas é outra grande tentação. O não crer leva o individuo as práticas mais profanas, porque aliás, não precisa se preocupar, afinal de contas, para ele não existe pecado, não existe Deus, não existe inferno.
O menosprezo ao semelhante é uma outra grande tentação.
A dissenção, a prostituição, a impureza, a lascívia (luxuria), a idolatria, a feitiçaria, as inimizades, as contendas, os ciúmes, as iras, as facções, as dissensões, os partidos, as invejas, as bebedices, as orgias, e coisas semelhantes a estas (Gl 5.19-21) são das mais utilizadas pelos anjos caídos, para nos fazer separar-nos de Deus.
É possível que tenha pessoas que estejam envolvidos na tentação e nisso tem prazer, mas não comungam com Deus, não tem acesso ao Céu, sua vida é vazia e por mais que amem a tentação estão mortos em delitos e pecados (Ef 2.1-3).
Deus é real e podemos ter acesso a Ele, mas o entregar-se a tentação nos afasta de Deus.
Mas JESUS é o grande libertador do domínio do pecado e do tentador e se nEle estivermos escondidos (Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo...) estaremos descansando a Sombra do Onipotente. (Sl 91.1).
Não nos sobrevirá tentação a cima do que podemos suportar, quando vier a tentação e o tentador, Deus nos dará o escape (I Co 10.13).


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quarta-feira, 15 de junho de 2011

A AMIZADE

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"A amizade é uma coisa que não deve ser desprezada e nem tão pouco recusada".
Essa frase foi de uma pessoa que estudava comigo quando fazia a 7ª Série (em mil novecentos e antigamente). Jamais esqueci dessa frase.
Ser amigo é ser defensor, é ser ajudador. É ser alguém que defende, que protege, e que nas horas necessárias também corrige, aponta as falhas, querendo ver a correção das mesmas.
Ser amigo é sentir a dor do outro, é não julgar precipitadamente, é ouvir o outro.
Ser amigo é não permitir sentimentos de disputas, de invejas, mas acima de tudo é somar nas conquistas, é desejar a prosperidade do outro.
Ser amigo é correr riscos, mas livrar o outro do perigo.
Não se pode desprezar uma amizade, jamais recusar... e podemos ter "um milhão de amigos", mas jamais esquecer que "O homem que tem muitos amigos pode congratular-se, mas há amigo (s) mais chegado do que um irmão" (Pv 18.24).
Quem não lembra de Jonatas e Davi, mesmo correndo riscos, Jonatas ajudou a Davi, mesmo contrariando a vontade do rei Saul, que era seu pai (de Jonatas).
O verdadeiro amigo é aquele que se dispõe a contribuir para as conquistas. É aquele que ajuda a levantar os troféus, é aquele que mesmo estando na arquibancada, corre ao lado do amigo, com seus "gritos" de incentivos: "Vai lá...Só mais um pouco...Você vai conseguir...Está próximo a linha de chegada...Não desanime... Não olhe para trás... Valeu, valeu, você é vencedor...", e dá o brado de vitória como se fosse ele mesmo que conquistara. E afinal, não foi? Quando um amigo vence, ele vence também pelo amigo, e a vitória é de ambos.
Mas o mais difícil não são esses momentos, a maior dificuldade é encontrar os amigos nas dificuldades:
Quando na carreira o amigo é último colocado,
Quando o amigo é reprovado,
Quando o amigo é preterido por todos,
Quando o amigo está sem recursos,
Quando o amigo cambaleia no caminho...
Mas, o verdadeiro amigo está ao lado em todo o momento. "Em todo o tempo ama o amigo e na angustia nasce o irmão" (Pv 17.17).
O verdadeiro amigo é aquele que faz a diferença entre os "um milhão de amigos".
O Maior dos Amigos, nos deu o exemplo da amizade: "Já não vos chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor, mas tenho vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho feito conhecer" (Jo 15.15). "Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a sua vida pelos seus amigos" (Jo 15.13).
E o sinal maior de ser amigo de Jesus, era fazer o que Ele mandara: "Vós sereis meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando" (Jo 15.14).
Afinal, o que Jesus mandou fazer?
ELE mandou amar: "...Amar a Deus sobre todas as coisas... Amar ao próximo como a si mesmo... "
ELE disse: "O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como Eu vos amei" (Jo 15.12).
Ser amigo, é ser "aquele que ama", essa é inclusive uma das definições de amigo.
E quem ama "... é sofredor, é benigno, não é invejoso, não trata com leviandade, não se ensoberbece, não se porta com indecência, não busca seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal, não folga com a injustiça  mas folga com a verdade, tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta, o amor nunca falha..." (I Co 13.4-7).
Quando temos amor, a amizade é sincera, e entenda-se a etimologia de sincero. No teatro antigo, os atores utilizavam-se de mascaras de cera para as apresentações e quando retiravam a mascara, apareciam quem realmente eram. Assim sendo, sincero, quer dizer sem cera, ou mais precisamente, sem mascara de cera. O verdadeiro amigo não usa mascara.
Portanto, façamos amigos, sejamos amigos. Amigos sinceros, amigos não da conveniência, mas amigos dos bons momentos e dos maus momentos. Em Cristo vivamos na koinonia (comunhão) da verdadeira amizade.









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sábado, 11 de junho de 2011

COMO SABER O CAMINHO DE DEUS


Está intrínseco no ser humano o desejar conquistar.
Queremos conquistar anseios, objetivos que traçamos durante nossa ínfima passagem por essa vida.
São alvos que demarcamos,
Não desejamos viver a mesmice,
Por isso mesmo corremos,
Lutamos,
Num esforço quase desumano para chegar aos propósitos que anelamos.
Seria esse os mesmos propósitos que a Divindade pensou para nós?
“Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o SENHOR”. (Is 55.8).
É preciso entendermos bem qual o caminho de Deus, quais os pensamentos de Deus a nosso respeito.
Não que entendamos a fatalidade das coisas,
Mas que aceitemos a pré-ordenança daquEle que vê o fim antes que o inicio aconteça.
As vezes se deseja ser médico, mas o caminho de Deus é que sejamos filósofos.
É possível que desejemos ser filósofos e o caminho de Deus é que sejamos médicos.
É possível que desejemos ser arquitetos, mas o caminho de Deus é que sejamos pedagogos...
Enfim, é necessário que entendamos os caminhos de Deus.
Sempre somos tendenciosos a colocar os nossos projetos em primeiro plano,
E não procuramos entender bem quais os projetos de Deus para nossa vida.
Vejamos que Saulo de Tarso, por ser um fariseu autentico, um doutor da lei, membro do sinédrio, criado aos pés do maior teólogo de sua época (Gamaliel), desejou empreender seu projeto da direção contraria do que Deus projetara para sua vida.
Saulo quis eliminar os seguidores de Cristo, entendendo que isso seria sua contribuição para Deus. Saiu então com cartas autorizando sua empreitada, até que uma Luz poderosa no caminho de Damasco brilhou e lhe falou em estrondos, em língua hebraica (como ele era doutor, conhecia o idioma): Saulo, Saulo, por que me persegues?
O propósito de Saulo era oposição ao propósito de Jesus. O fazer o bem a Deus, era ir na contra-mão de Deus.
O caminho de Saulo, não era o caminho de Deus.
O caminho de Deus era muito mais alto do que Saulo pensava.
“Porque, assim como o céu é mais alto do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos.” (Is 55.9)
O caminho de Jesus para Saulo era que ele fosse o apóstolo dos gentios, então o transformou no maior dos apóstolos, no apóstolo Paulo[1].
É preciso que entendamos bem os pensamentos de Deus, os caminhos de Deus.
É possível que nós fiquemos confusos (...a nós pertence a confusão de rosto... Dn 9.7,8), especialmente quando não buscamos a direção de Deus, o caminho de Deus, os pensamentos de Deus, mas quando nos deleitamos nEle, somos guiados por Ele, não existe crises, porque, afinal, ELE conhece o final.
Como descobrimos o caminho de Deus?
·         A partir da comunhão em oração, porque na oração falamos com Deus e Ele fala conosco.
·         Também, adicionada a oração, momentos de reflexão com a Sua Palavra.
·         Também com momentos de devoção a Deus através de louvor a Ele.
·         Momentos de consagração com Deus.
Quando nos devotamos a Deus, ELE nos guia no Seu Caminho, através dos “Seus Pensamentos”, e chegamos exatamente, no centro de Sua vontade.


[1] Paulo era o seu nome gentio, romano. Assim seu nome era Saulo (nome oriundo do hebraico Saul pedido a Deus e Paulus pequeno nome em latim) Saulos Paulus.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

TEOLOGIA BÍBLICA NOS DISCURSOS DE PEDRO



Misael Gomes [1]


Primeiro Discurso de Pedro (Atos 2).



Ao perquirirmos a preleção de Pedro no dia do derramamento do Espírito Santo verificamos seu embasamento nas Escrituras Sagradas. Vejamos que o acontecimento antecedido a sua predica havia sido o cumprimento da Palavra de Deus. O próprio Cristo havia indicado claramente que a Promessa do Pai haveria de ser dada a eles (cf At 1.4,5), assim sendo, a Promessa havia sido cumprida, o Espírito Santo estava sendo derramado. Observamos aqui, que quando o apóstolo Pedro vai referir-se a essa Promessa, ele vai mais além, busca na própria Escritura dos Judeus, mais precisamente no Profeta Joel (2.16) para convencimento do povo. Esse povo que era seu público, seu alvo, seus receptores eram na sua essência judeus, vindos de todas as partes do mundo de então (2.5,8,11).
Analisando a ousadia do apóstolo Pedro em colocar-se de pé e levantar a sua voz num brado de um verdadeiro arauto do reino, entendemos claramente que algo aconteceu de profundo na vida do apóstolo. Se dermos uma rápida olhada para os últimos cinqüenta dias, vamos ver um homem intimidado, acovardado frente aos acontecimentos que estava testemunhando (a prisão, o sofrimento e morte de Jesus). Ele negara o Seu Amigo, Seu Mestre, Seu Senhor, Seu Salvador. Mas agora, independente de ter ou não lideres judeus, independente do que aconteceria depois, ele se põe de pé e grita em alto e bom som para uma multidão ouvir. Como explicar? É o cumprimento da Promessa do Pai, ele recebera o dynamis quando o Espírito desceu sobre ele, era o poder do Espírito fazendo a diferença e dando intrepidez, ousadia para testemunhar das verdades concernentes a Jesus, Senhor e Cristo.  
O apóstolo inicia apresentando uma teologia escatológica dos últimos dias (2.17). Vejamos aqui que, o advento do Espírito faz parte dos últimos dias, com isso entendemos que já a partir do derramamento do Espírito estamos nos últimos dias. É como se já no dia de pentecostes desse inicio ao final, e podemos afirmar que hoje, com bases nas Escrituras, estamos no fim dos últimos dias. Aqui neste texto (v. 17), para apologética do acontecido, Pedro faz referencia aos filhos e filhas que profetizariam, segundo Joel, como sendo o cumprimento naqueles filhos e filhas que profetizaram no dia de pentecostes (Cf 2.5-11), ou seja, os dons do Espírito estavam sendo manifestados no dia de pentecostes.
Verificamos que essa efusão do Espírito não estava restrita apenas a certa classe de pessoas, como sendo: os sacerdotes, reis, profetas, juízes... Mas estava sendo derramado sobre filhos, filhas, jovens, velhos, servos, servas. Esse acontecimento tem um propósito conforme Atos 1.8 “...recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas...”. Percebemos então aqui, que o cumprimento dessa promessa é veraz, pois que temos o discípulo do Senhor testemunhando pelo Espírito de que o testemunho de Jesus é verdadeiro.
Temos também que a ação Espírito está presente, cumprindo a Palavra de Jesus que dissera que o Outro Parakletos (Advogado, Ajudador, Amparador, Conselheiro, Consolador) seria enviado para está com os discípulos. Marcos finalizando o seu Evangelho (Mc 16.20) afirma que Jesus mesmo depois de Sua ascensão, continuava cooperando com os discípulos, claro, através da ação do Espírito Santo. Marcos ainda nos trás que os sinais seguiriam aos que cressem, falariam novas línguas (Mc 16.17).  Assim sendo, temos o cumprimento em Atos, são os sinais acontecendo. Pedro no seu discurso está trazendo a reminiscência que os acontecimentos que estão acontecendo, diz respeito à ação do Cristo ressurreto. É a ação do Espírito confirmando as verdades de Cristo, cooperando, ajudando os discípulos. É o cumprimento das Escrituras Sagradas. E essa ação está agora abrangente a todos quantos invocarem o Nome do Senhor, sejam filhos, filhas, jovens, velhos, servos, servas. 
Pedro nos traz que o acontecido com Jesus (sua morte) faz parte de um desígnio determinado por Deus, faz parte da presciência de Deus, ou seja, é o plano salvífico de Deus para o resgate do homem do pecado e do reino das trevas. Pedro vai explorar a questão da morte e crucificação do Senhor, mas não só isso, vai enfatizar a ressurreição de Jesus. Aqui temos a grande verdade e realidade da obra de Deus através de Jesus Cristo. O ser humano que estava sentenciado a morte, pois que o salário da morte é o pecado (Cf Gn 2.16,17; Rm 3.23;  5.12; 6.23), agora recebe redenção, remissão dos pecados através da morte e ressurreição de Jesus (Cf Rm3.24; 5.10; 6.5; I Co 15.21; Ef 1.7; Cl 1.14; Hb 9.12; I Pe 1.3; Ap 20.6). A ressurreição é, portanto, doutrina essencial do Cristianismo, mesmo porque, o apostolo Paulo vai afirmar que “...se não há ressurreição de mortos, Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e vã a nossa fé (I Co 15.13,14), e segue afirmando que se Cristo não ressuscitou então todos permanecem em pecados (I Co 15.17). Assim temos que a ressurreição é um ensinamento essencial, base, uma das doutrinas principais do Cristianismo, e temos aqui no discurso de Pedro sua ênfase na ressurreição de Jesus.
A ressurreição não era um ensinamento desconhecido, apesar de termos a seita dos saduceus que não acreditavam em ressurreição (Cf Mt 22.23), temos que, mesmo no Antigo Testamento já se conhecia esse ensinamento.
Vejamos o que diz JOINER a esse respeito (2009, p. 500):


O patriarca Jó foi consolado por essa doutrina enquanto passava pelo oceano de aflições: “Eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra. E depois de consumida a minha pele, ainda verei a Deus. Vê-lo-ei por mim mesmo, e os meus olhos, e não outros, o verão; e, por isso, o meu coração se consome dentro de mim” (Jó 19.25-27).

Os profetas também aclararam sobre esse ensinamento. O profeta Isaías nos traz: Os teus mortos viverão, os teus mortos ressuscitarão; despertai e exultai, vós que habitais no pó, porque o teu orvalho, ó Deus, será como o orvalho das ervas, e a terra lançará de si os mortos (Is 26.19). Daniel também nos fala da ressurreição: Muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna e outros para vergonha e desprezo eterno (Dn 12.2). O próprio Senhor Jesus, ao ser interrogado pelos saduceus (que não criam na ressurreição) a respeito da ressurreição, os deixou “mudos”, quando apresentou as Escrituras, e que era um erro não conhecê-las e nem o poder de Deus, enfatiza que Deus é o Deus dos vivos e não dos mortos, quando a Sí mesmo se chama: Eu Sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó (Mt 22.32).
O apóstolo continua dando ênfase as Escrituras e nos traz a referencia de Davi em relação a ressurreição, deixando claro que esse texto das Escrituras trata-se, não do próprio Davi, mas que inspirado pelo Espírito, profetiza a respeito de Jesus que não ficaria no hades, bem como aconteceu o Senhor, Ele não foi detido no hades, mas ressuscitou ao terceiro dia. Pedro, afirma categoricamente que Deus ressuscitou a Jesus e que, não só ele, mas também todos os discípulos presentes são testemunhas. E, aliás, esse evento do qual todos estão testemunhando, mesmo sem entenderem, é exatamente o fato veraz de que Jesus está vivo. Pois que os sinais que Ele fizera e que muitos dos que estão presentes são sabedores (2.22), não cessaram com a sua morte, mas continua com a sua ressurreição, e sua ressurreição é verdadeira, pois que além dos discípulos serem testemunhas, os próprias sinais que estão acontecendo estão testemunhando. Essa ressurreição é portanto, pilar do Cristianismo, e essa ressurreição é também a maneira pela qual Deus exaltou o Seu Filho, pois que, com a ressurreição está declarado por Deus para todos que Jesus é Senhor e Cristo. Está absolutamente declarado que Jesus é o Kyrios, e que é também o Messias esperado.
Verifiquemos aqui que os judeus esperavam o Messias. Acreditavam que esse Messias viria restaurar o Reino a Israel (Cf At 1.6). Acreditavam no advento de um Cristo político, que viria para organizar o reino político de Israel, no entanto, o Reino ao qual Jesus veio trazendo não era um reino político, mas o Reino Espiritual de Deus, o Reino do Domínio de Deus, o Reino do qual Jesus é o Kyrios (Dominador, Senhor, Dono). O Reino a partir do qual as algemas do pecado e do diabo são dissipadas da vida daqueles que o recebem como Dominador, Senhor, Dono de suas vidas.
   Depois dessa predica de Pedro há uma ação de convencimento nos ouvintes, ação essa que sem duvidas podemos afirmar que fora do Espírito Santo (cf Jo 16.8-11), essa ação de persuasão fez com que os ouvintes fossem compungidos a perguntarem: Que faremos, varões irmãos? (2.37).
A resposta de Pedro foi dada sem hesitar:

Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão de pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo. Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe: a tantos quanto Deus nosso Senhor chamar (2.38,40).

Vejamos aqui que há uma necessidade de arrepender-se frente à realidade apresentada por Pedro, a veracidade dos eventos, da morte, da ressurreição, dos sinais que estavam subsequênciando, era verdade, Jesus o que fora morto estava ressuscitado e agindo como Senhor e Cristo, então o que fazer? Arrependam-se,  com arrepender-se entendemos uma “mudança de coração”, “mudança de mente”, uma mudança de atitude frente a realidade de Jesus. Talvez alguns dos que ali estavam foram participantes da morte de Jesus, e agora, o que fazer? Estariam todos sentenciados? Afinal, o que fazer? Mudar a atitude. Aceitar o Senhorio do Cristo de Deus. E como sinal visível dessa mudança deveriam ser batizados no nome de Jesus Cristo.
Com batismo nas águas e em nome do Senhor, precisamos destacar que, o batismo em águas era um mandamento de Jesus. Nos textos referidos a “grande comissão” de Marcos e Lucas (Mt 28.18-20; Mc 16.15-20) em especial o texto de Mateus, verificamos que a ordenança relacionada ao batismo em águas deveria ser “...em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo...”, há uma possível contradição aqui? É certo que não há. Na verdade o que temos na referencia de Pedro no seu discurso é que ele está apontando para o batismo instruído por Jesus. Não o batismo dos judeus, nem o batismo de João, mas o batismo de Jesus, o que fora ensinado por Jesus. Esse batismo era, e é, o sinal visível de uma obra invisível no interior do novo converso. Esse batismo na verdade é a identificação do arrependido com a obra de Jesus Cristo. É a identificação da aceitação do Senhorio de Jesus Cristo na vida de quem fora convencido dessas verdades eternas. O que é batizado demonstra que mudou de atitude, mudou de pensamento, “mudou de coração” em relação a Jesus, demonstra que recebeu perdão dos pecados e não mais quer viver na pratica do pecado. E que a partir de então não é mais o pecado que tem domínio, mas o Senhorio de Cristo Jesus é quem domina, que governa.
Depois dessa identificação verdadeira com Jesus e o Seu Reino, o dom do Espírito é dado. É possível entendermos o dom do Espírito como sendo essa efusão na vida daqueles que invocam com veracidade. Podemos entender que Pedro esteja falando referente ao que os discípulos receberam, essa plenitude do Espírito que viera para os reunidos no cenáculo. O que, afinal, Pedro vai deixar aclarado que a promessa não é restrita aos que já receberam, mas aos que estão ouvindo, aos filhos destes, aos judeus que estiverem longe, mas também a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar.
Pedro ainda continua sua predica exortando a que os ouvintes se salvasse desta geração perversa. Aqui podemos entender que Pedro estava se referenciando a geração que matou a Jesus. Os ouvintes deveriam ter um conduta diferenciada da conduta da geração que não optou por Jesus, antes o rejeitou. Que eles mudassem de atitude e cressem em Jesus como Senhor e Cristo.
O resultado fora a grande colheita de almas (quase três mil almas), estas que testificaram e demonstraram seu arrependimento sendo batizadas nas águas. Aqui verificamos claramente que os discípulos já iniciam arauteando a Palavra de Jesus e cumprindo sua ordenança (Mt 28.18-20; Mc 16.15-20).
O resultado fora a perseverança no ensinamento que os apóstolos transmitiam,  comunhão (koinonia – tudo era repartido com todos – o que era de um era de todos), compartilhamento do pão e também nas orações, temor nas almas e confirmação dos sinais e maravilhas operados pelo Espírito Santo através dos discípulos. Como eles estavam vivendo em unidade, em comunhão o resultado fora o aumento de outros novos conversos na Igreja de Jesus.
Observemos aqui que a mensagem do Evangelho pregada por Pedro não fora outra senão Jesus Cristo, sua vida, seu ministério, sua morte, sua ressurreição e sua ascensão. O resultado dessa mensagem fora convencimento dos ouvintes, arrependimento, batismo em águas e a vivencia seqüencial de uma vida no modus vivend de Jesus Cristo.


Segundo Discurso de Pedro (Atos 3)


            Depois de receber poder e testemunhar Cristo e ver as conseqüências deste testemunho nós vamos encontrar agora Pedro se dirigindo ao Templo às três horas da tarde (hora da oração no Templo dos Judeus – o que era rotina entre eles, ritual do templo, ofereciam sacrifícios na manha e a tarde “o primeiro ocorria logo após o nascer do sol, e o ultimo à hora nona, isto é, ao redor das três horas da tarde (...) Nestas ocasiões os devotos se reuniam no templo para oração e para esperar a bênção sacerdotal”. Ele fora ao Templo com João, para orar, para também receber a bênção sacerdotal (ainda não estava cônscio de que o Cristianismo não era a mesma coisa do Judaísmo, que na verdade estava havendo, ou já havia acontecido de certa fora a ruptura entre os ensinamentos de Jesus e as praticas e rituais do judaísmo). No entanto, ao irem na direção da porta chamada Formosa, eles se deparam com um homem pedinte, que está esmolando desde muito e que era levado por outros, porque era coxo desde o ventre. Ao se dirigir em petição aos apóstolos, eles pediram ao coxo que olhasse para eles, o mendigo-coxo olhou esperando receber algum dinheiro, e Pedro simplesmente afirmou: Não tenho prata  nem outro, mas o que tenho isso te dou. Em Nome de Jesus Cristo o Nazareno, levanta-te e anda (At 3.6). O apóstolo de fato não era possuidor de riquezas terrenais, todavia possuía algo mais precioso do que ouro e prata, possuía o dynamis do Espírito Santo. Observemos aqui também que ele deu (didwmi), presenteou, o que havia recebido pela graça. As ações pelos dons (carisma) do Espírito são para ser executadas de forma a glorificar o Nome do Senhor Jesus Cristo de Nazaré. Pedro não estava exaltando-se a si mesmo, antes estava testemunhando da veracidade de Jesus Cristo, o Nazareno.
O que Pedro tinha, possuía, era o poder do Espírito, a Plenitude do Espírito, a presença de Jesus através da ação do Espírito Santo.
Como conseqüência disso houve a cura do paralitico, e este, entrando no templo, andando e saltando não fazia outra coisa se não louvar a Deus. Jesus disse que o Espírito Santo O glorificaria (cf Jo 16.14), e aqui temos a ação do Espírito em glorificar a ressurreição de Cristo a partir de uma ação de cura, e que produziu exaltação a Deus por parte do que fora curado.
Como muitos se reuniram todos admirados e querendo informações a respeito do acontecido, Pedro começou a predicar e a informar que não era pela virtude deles (Pedro e João) e nem pela santidade deles, mas antes era a glorificação do Pai, do Deus de Abraão, e de Isaque e de Jacó, em relação ao Seu Filho Jesus. Vejamos que aqui Pedro trás a reminiscência de que é uma ação do Deus de seus antepassados, o Deus de seus antepassados está agindo entre eles, e sua ação fora preterida por eles (os judeus) quando entregaram a Jesus, O Filho de Deus, a morte e o negaram diante do governador Pilatos. Quando agiram assim estavam negando o Santo e o Justo. Observemos que aqui ele novamente traz a Jesus como o Santo como já havia feito (cf 2.27). No discurso anterior ele toma a profecia de Davi (...nem permitiras que o teu Santo veja corrupção...) e agora ele novamente dá ênfase a que Cristo é o Santo de Deus, os próprios demônios O reconheciam como o Santo de Deus (Cf Mc 1.24; Lc 4.34). Esse Jesus Nazareno era de fato e de direito o Santo de Deus, os discípulos o reconhecem como o Santo de Deus (Jo 6.69). Cristo é de fato o Separado, Consagrado, Alguém Inigualável, para uma obra especifica de Deus, para o “Ministério-Mor” de Deus que é a redenção da humanidade através de Sua morte e ascensão. Verifiquemos que em contraste que com o que Pedro afirma dele e de João, que não pela santidade deles, mas sim é através da glorificação do Santo de Deus. Se alguém deve ser exaltado, admirado, adorado, não são eles, mas o Santo de Deus. E agora ele acrescenta outra adjetivo para Jesus, Ele também é o Justo. Como Pedro está falando do sofrimento de Jesus, é possível que ele tenha em mente Isaías 52-53, em especial na citação em 53.11, onde Isaías nos trás que o servo, o Justo que fora imolado, justificará a muitos. Vejamos que através da morte de Jesus, somos justificados (At 13.39; Rm 3.24; 5.9; I Co 6.11; Gl 2.16; 3.24; Tt 3.7). Pedro é conhecedor de Isaías, bem como os ouvintes. Mesmo eles tendo negado, entregue, matado o Príncipe da Vida (autor da vida, o gerador de vida – O Próprio Jesus afirmara ser a Vida, ter a Vida, dá Vida e a dar em abundancia), Deus O ressuscitou, e O estava glorificando por intermédio dos sinais. Fora no Nome de Jesus que foi fortalecido, feito a cura, fora dado a saúde, como todos estavam vendo. Mas sua morte e ressurreição, como Pedro já havia atestado no primeiro discurso, fora um projeto de Deus, e para os ouvintes, era necessário o arrependimento e a conversão, uma mudança de coração e atitudes, uma mudança que entroniza o Senhor Jesus como Governante da vida de cada um deles, só assim receberam perdão, os pecados serão apagados. É a promessa de Moisés, de que Deus levantaria um Profeta, pois bem, Deus já o levantou, e a promessa dos profetas, pois bem Deus já cumpriu e quer que se submetam a Ele, Deus ressuscitou a Seu Filho, Pedro enfatiza, e o enviou a vós, para que vos desviasse a cada um, das vossas maldades.
Percebamos que a ênfase de Pedro e o cumprimento das Escrituras, a ressurreição de Jesus, sua exaltação/glorificação, e que o povo deve arrepender-se para que os pecados sejam perdoados, para que sejam justificados, afinal de contas o Justo, justificará a muitos.


Terceiro Discurso de Pedro


   Os religiosos da época não se sentiram a vontade com as palavras de Pedro. Os sacerdotes e o capitão do templo, (estes que eram saduceus, pois que os saduceus tinham o monopólio do Templo – estes eram contrários a ressurreição e verifique-se que foram os mesmos que haviam sentenciado a Jesus a morte) atribularam-se com o ensinamento que se referia a Jesus e a ressurreição dos mortos os prenderam. Mas muitos acreditaram, e o numero de novos conversos chegou a quase cinco mil.
Reunindo-se no outro dia, os Sumo Sacerdotes Anás e Caifás[2], e João e Alexandre e os demais da linhagem sacerdotal ao interrogaram com que poder e em Nome de quem fizeram aquela obra. Pedro, o que havia negado a Cristo nas proximidades do Sinédrio quando fora interrogado, agora não mais se intimida, haja vista o poder do Espírito está nele, e Então Pedro, cheio do Espírito Santo começo a testemunhar para tantos quantos estiveram lá, que era em nome de Jesus Cristo, o nazareno, aquele a quem vós crucificastes e a quem Deus ressuscitou dos mortos, em nome desse é que este está são diante de vós. Verifiquemos aqui que a preleção mais uma vez está tratando a respeito da ressurreição de Jesus e de Sua real participação nos eventos. Foi o Nome dEle que operara esse milagre. Nesse Nome, e só Nesse há Salvação, porque também debaixo do céu, nenhum outro nome há, dado entre os homens pelo qual devamos ser salvos. Nem mesmo os nomes dos patriarcas, nem de Moisés, nem de Davi, em fim, nenhum outro nome. Se eles eram defensores da Torah, da Lei, deveriam então dar ouvidos ao Profeta que Moisés profetizara que Deus levantaria, ou então estavam todos sentenciados a morte por Deus. 

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[1] Mestrando em Teologia Bíblica do Novo Testamento
[2] Estes Sumos Sacerdotes, Anás e Caifás foram os mesmos que sentenciaram a Jesus. Caifás era genro de Anás, este ultimo não mais estava como exercendo a função como Sumo Sacerdote, é possível que ele fosse o presidente do Sinédrio, se reuniram em Sinédrio para julgarem a causa.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

PARA QUE SERVE A SOLIDÃO


Solidão

sf (lat solitudine) 1 Condição, estado de quem está desacompanhado ou só. 2 Lugar ermo, retiro. 3 Apartamento, isolamento. 4 Caráter dos lugares ermos, solitários. (Michaelis)

Solidão é um sentimento no qual uma pessoa sente uma profunda sensação de vazio e isolamento. A solidão é mais do que o sentimento de querer uma companhia ou querer realizar alguma atividade com outra pessoa não por que simplesmente se isola mas por que os seus sentimentos precisam de algo novo que as transforme. (wikipedia).

 Já dizia um dos nossos poetas (Alceu Valença):
A solidão é fera, a solidão devora.
É amiga das horas prima irmã do tempo,
E faz nossos relógios caminharem lentos,
Causando um descompasso no meu coração.
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A solidão dos astros;
A solidão da lua;
A solidão da noite;
A solidão da rua.


Num mundo desenvolvido em que vivemos, onde os espaços geográficos foram diminuídos a partir dos meios de transportes e muito mais através da velocidade dos meios de comunicação atuais, onde a distancia entre norte e sul, leste e oeste no mundo ficaram relativamente próximas, ainda existe a solidão.
No mundo moderno, aonde o Rural vem sendo substituído pelo Urbano, e através dessa migração milhões de pessoas convivem nas metrópoles ou megalópolis, cruzando-se nas avenidas, nas praças, nos shoppings, nos cinemas... enfim, onde faces e faces se vêem todos os dias e todas horas, deveríamos viver sem solidão. No entanto, cada dia e cada vez mais pessoas se sentem sozinhas. Mesmo com todo o aparato da modernidade, a solidão é cada vez maior e real. É possível vivermos entre milhares ou milhões de pessoas e nos sentirmos sozinhos. Mesmo dentro de um elevador cheio de gente, mesmo dentro de metrôs espremido por pessoas é possível vivermos na solidão.   
A solidão é sem dúvidas um deserto inesquecível.
A solidão como bem expressou o nosso poeta: “...devora”. A solidão machuca, a solidão é sem limites quando se sente sozinho.
A solidão é sim, um sentimento de vazio, e é uma devastação nos sentimentos. É onde você aprende a não ser mais menino, onde se saiu da “infantilidade” para a vida adulta. A solidão é também sinônimo de dor.
Na solidão aprendemos quem são os verdadeiros amigos, aliás, como bem enfatizou Francis Bacon: “A pior solidão é não ter amizades verdadeiras”.
Na solidão o poder de reflexão se torna mais apurado, conseguimos olhar em todos os ângulos, em todas as direções, conseguimos elaborar as respostas certas, aprendemos o poder da análise.
E é na solidão que saímos do “horizontal para o vertical”, porque, quando nos sentimos sozinhos, apenas à Um elevamos os nossos olhares – elevamos para Deus, e é exatamente neste momento, onde Deus nos ensina “...coisas firmes e ocultas” que comumente não conhecíamos.  
A solidão é mais uma etapa do “academicismo vertical”, pois que, aprendemos coisas que jamais aprenderíamos em qualquer academia.
Como bem expressou alguém (desconhecido) na solidão: “A solidão é a sala de audiência de Deus”. E não é uma verdade?
Na solidão, no deserto de Midiã, sem a pompa do Egito, sem a presença de seus súditos, sem o colorido das flores, Moisés viu a sarça queimar sem se consumir e ouviu a Voz do Todo Poderoso lhe chamar pelo nome (Ex 3).
Da solidão, onde nenhum dos irmãos estavam, Davi fora chamado para ser ungido rei de Israel.
Perseguido, preterido, escondido, na solidão, Elias ouviu a Voz Melodiosa de Jeová.
O próprio Salvador passou seus momentos de solidão.
A solidão nos molda. Nos prova, e nos aprova.
Quando todos os demais nos abandonam e ficamos completamente na solidão é o momento de vermos a Glória de Deus manifestada.
É na solidão das ruas, onde mesmo que conheçamos os rostos e esses se virem para o não cumprimento, ou ainda que esses nos cumprimentem com a face, mas não com o coração, é exatamente nesse momento que percebemos que ao nosso lado está um amigo inseparável.
É na solidão da noite, quando os mistérios do escuro nos assombra, quando o silêncio é sepulcral, quando apenas o nada é o que vemos, é exatamente nesse instante em que a Luz do Sol da Justiça clareia, e começamos a enxergar tudo como se fosse em pleno meio dia.
É na solidão que entendemos que não estamos sozinhos e que Jesus Cristo de Nazaré é real e que se importa com todos os fatores da nossa vida.
É na solidão que ouvimos: “Não temas, Eu estou contigo. Não te assombres porque Eu Sou o teu Deus”. “Pode uma mulher esquecer-se de seu filho de peito, de maneira que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta se esquecesse, Eu, todavia, não me esquecerei de ti. Eis que nas palmas das minhas mãos te gravei”. “Estarei convosco todos os dias...”. 

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