É o aprender a andar depois que desaprendemos os passos,
É o seguir a partir do marco zero,
É trilhar o novo,
Mesmo sem saber quais as esquinas que nos esperam...
Mesmo sem conhecer os caminhos...
É o levantar-se depois da queda,
Olhar para os lados, desconfiados de quem está nos vendo no
chão,
Mas limpar a poeira e seguir sem olhar pra trás,
Porque afinal, pra frente é que se anda...
Atrás apenas a experiência dos caimentos,
Das frustrações,
Dos desprezos,
Dos projetos inconclusos,
Dos meneares de cabeças,
Atrás apenas o cuidado com as hecatombes da vida.
Recomeçar...
Depois de bicar a penha,
De sangrar o bico,
De depenar por meses,
Sem auxilio,
Sem visitas,
Só solidão...
E depois o vôo livre do renovo.
Recomeçar...
Depois de pular fora d’água,
Debater no solo quente e seco,
Procurar o oxigênio e não o encontrar...
Pular de volta ao rio,
Sentir o frio e a liberalidade da respiração,
Nadar como da primeira vez,
Mergulhar profundo,
Até encontrar a “Água Viva”,
As correntezas que nos levam além do físico e do imanente...
Recomeçar...
Aprendendo a “linguagem...”
Pronunciando “silabas”,
Como quem por amnésia perdeu o falar...
Sentir o prazer de dizer palavras, frases...
Cantar e contar poesia...
Aprender as “cores...”
Ouvir uma melodia...
Admirar paisagens...
E se sentir parte do mundo...
Recomeçar...
Ouvir novamente a voz magnânima do Soberano,
Seguir Sua orientação,
E voltar a viver...
Viver recomeçando...
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