terça-feira, 10 de novembro de 2020

Basta o silêncio?



Um barulho ensurdecedor,
Em dias tão inquietantes,
Num mundo mergulhado no horror,
Com conflitos tão infames.
 
A voz trava na garganta,
E a dor por todos os lados que espanta,
Choros,
Lagrimas,
Gritos,
E a esperança demorada me assombra.
 
Dias de angustias,
Sofrimentos alheios e ao derredor,
Sentimentos gélidos de almas frias,
Distantes de outrem que sofrem dor.
 
A fala,
A voz,
Os dizeres se vão,
A alma se cala,
As paisagens ofuscadas estão.
 
As frases são incompreendidas,
Há um telefone sem fio correndo,
A mente cambaleia nas investidas,
Na escuridão de tantas vidas morrendo.
 
Vidas morrem física e espiritual,
Uns se vão para o mundo eternal,
Outros numa infindável lamentação,
Sem entender tanta devastação.
 
Na hora em que se deve dar as mãos,
Secar as lágrimas de outros,
Há um sentimento de dureza,
Um desprezo a inocência e a pureza.
 
Numa inversão de valores,
Alguns trocam amor por ódio,
É um ópio num mundo em caos,
É um mundo que despreza amores.
 
Há uma fala?
Há uma voz?
Basta o silêncio?
Por que não gritar que ainda existe esperanças?
Que o amor nunca falha?
Que a vida é para ser vivida?
E que há o Ser Divino que tem todas as respostas.

Basta o silêncio?
Por que não falar nem que seja com gestos?
Um sorriso?
Um aperto de mão?
 
Basta o silêncio?
Por que não praticar a benevolência?
Num mundo em dormência,
Cheio de conceituações em demência,
Quando o outro clama por clemência.
 
Basta o silêncio?
Se apenas uma voz,
Um sorriso,
Um abraço,
Tem o poder de transformar vidas.
 
Basta o silêncio?
Por que não gritar o Amor?
Por que não gritar a Paz?
A concórdia ao invés da discórdia?
A amizade ao invés da intriga?
 
Basta o silêncio?
Por que não relembrar a Cruz?
O caminho do calvário,
E o exemplo de Jesus?
 
Basta o silêncio?

 





Misael Gomes



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Imagem do Google

 

 

 

 


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