A dor

A dor é a resposta de um ser vivo diante de uma agressão ou de um distúrbio orgânico qualquer. No terreno dos humanos é possível falar de dor do ponto de vista físico, mas também em sua dimensão emocional. Na linguagem cotidiana, as palavras dano e dor são usadas como sinônimo, pois se trata de termos equivalentes[1].

A dor não é singularidade dos seres humanos, mas é sentida por todos os seres viventes. No entanto, para além das dores físicas, existe a dor no ser, no íntimo. Essa dor vêm das emoções, vêm das ansiedades, das decepções, são dores tão profundas que atravessa o físico e vai na alma, no espírito.

As dores são variadas e personalizadas de pessoas para pessoas. Alguns são capazes de sofrerem dores tão fortes, agudas ou crônicas, que se habituam a viver na dor.

Outros não suportam e antes que avancem as dores, terminam suas vidas, como uma vela que acende e apaga com o vento.

Outros ainda sofrem dores que são indizíveis, mesmo que ninguém perceba, ainda mesmo que ninguém saiba.

São dores de amores,

São dores de perdas,

São dores de desprezo,

São dores de menear de cabeças,

São dores opressoras,

São dores mortais...

Àqueles que escapam das dores não têm mais medo da morte,

Conseguem discernir bem entre os favores das dores e as experiências que levam a não mais sofre-las.

Os verdadeiros guerreiros dos combates, são combalidos de dores, 

Mas certos de que valeu a pena lutar,

E que as quedas e o titubear no caminho faz parte daqueles que lutaram.

Os que mais sofreram dores,

São os mais capazes de perdoar,

De devotar amores,

São capazes de rir,

Apesar das tristes cicatrizes das dores.

Os verdadeiros vencedores das dores,

São capazes de compreender horrores,

Pavores,

Noites gélidas,

Madrugadas infinitas...

Os verdadeiros vencedores das dores,

Entendem que é a tribulação que gera a experiência, 

E a experiência, a Esperança,

E a Esperança nunca traz confusão (Ap. Paulo).

Depois das dores os sorrisos,

Depois das dores os louros das Vitórias.

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[1] https://conceitos.com/dor/
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Saudade

Saudade - do lat. solitas... decl. solitate...
No latim da a ideia de solidão. Aurélio a define como "Lembrança nostálgica e, ao mesmo tempo, suave, de pessoas ou coisas distantes ou extintas, acompanhada do desejo de tornar a vê-las ou possuí-las (...) Pesar pela ausência de alguém que nos é querido (...)".
É uma palavra que tomou significado e significâncias próprias. Vai para muito além da definição.
É uma palavra que não dá para traduzir no conceito e definição que temos para outros idiomas.
Se formos traduzir para o latim, solitas, solite será: solidão.
Se formos traduzir para o grego, λαχτάρα será: ânsia, espera, ansiosidade.
Se formos traduzir para o inglês, missing, será: ausência de, desejo, ânsia...
Se formos traduzir para o espanhol, añoranza, anhelo, será: ausência de alguém, anelo, desejo, anseio
Se formos traduzir para o francês, désir, será: desejo.
A saudade é algo para além da lembrança, é dor e é alegria.
Saudade de dias,
Saudade de pessoas,
Saudade de momentos,
Saudade de coisas...
Saudade dos dias infantes,
De subir nas árvores,
De correr na chuva,
De passar o tempo sem perceber,
Sem querer saber o que seria do amanhã,
E o manhã chegou,
E o ontem se foi,
E está presente,
Preso na saudade.
Saudade de sorrisos,
Gargalhadas da minha avó,
Dos conselhos que dava,
Do pensamento incerto de me ver no futuro,
E o futuro chegou,
E a incerteza se confirmou,
Ainda vejo as gargalhadas,
Os sorrisos,
E as "palavras".
Saudade das viagens com a família,
Banhos de rios,
Subidas e descidas nas copeiras,
Saudades da poeira,
Das andanças,
E de rostos que se foram,
Mas que continuam na  memória.
Saudade das estórias da minha mãe,
Como ela conseguia contar tantas?
Entrava dentro dos contos,
Via os personagens,
Assistia tudo com interesse profundo,
Já contei delas no meu mundo,
Para meu rebento inocente...
Saudade de ver meu pai ir e vir do trabalho,
Da luta constante pela manutenção,
Um exemplo na educação,
Uma vida de constantes conquistas.
Saudade de momentos impares,
De gestos nobres,
De beijos delicados,
De adeus amargurado,
De despedida de fase,
De sofrimento para maturidade,
De "cicatrizes" de feridas curadas,
Mas que as marcas trazem a lembrança.
Saudade da criança,
Assombrada pelos mistérios da noite,
Corria e dormia,
No meio dos protetores.
Saudade das paixões,
Que separam corações,
De uma voz,
De um sorriso,
Saudade do infante paraíso,
Tudo dentro do "juízo",
Da mente,
Do coração.
Saudade da canção,
Do "Coração de Estudante",
Saudade do infante,
Que se tornou maturo,
Cheio de esperança,
Daquela criança,
Que sonhava com o futuro.
Saudade da Escola,
Dos professores que passaram,
E daqueles que se perpetuaram,
Pelo exemplo,
Pela dedicação,
Pela ombridade de produzir saberes.
Saudade, de tudo e de todos,
Saudade não têm fim...
Agora seguindo em frente,
Lembrando dos dias de "ontem",
Vivendo os dias de hoje,
Seguindo sempre para o amanhã.
Saudade...

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