Existem noites rápidas, passageiras, nem percebemos quando se vai e de repente o dia nasce... Outras noites são tão longas, tão duradouras que parecem "eternidades". Entre as noites curtas e duradouras quais seriam as mais proveitosas?
As curtas noites apenas o escurecer e o clarear...
As noites duradouras por vezes são tão quietas e por vezes tão barulhentas,
Barulhos que são gritos da alma,
Um turbilhão de vozes no cognoscível do pensamento,
São ventos frios que produzem recortes de reminiscências,
São dores que atacam no silêncio da alma...
As noites duradouras nos trazem um débil delírio do real,
Entramos em labirintos criados na psiquê,
São alucinações provocadas pelo dia preterido,
É o aoristo que quer viver no presente...
As noites demoradas nos trazem um frio gélido que paralisa o ser,
Mas faz voar a mente,
Tão demente quanto um lunático...
Ah! As noites... Rápidas ou Demoradas...
As noites duradouras, o escurecer e os detalhes do silêncio, do escuro... e as singularidades de cada noite: a reflexão; a concentração; os "eternos" segundos do tempo... mas, enfim, o raiar maravilhoso do dia, o cântico dos pássaros, e a mudança da cor celeste aos olhos nus de quem está a espera da luz. O frescor da manhã, o cheiro do amanhecer, e os ventos esperançosos de um novo dia.
Sempre queremos a rapidez da noite, mas jamais entenderemos o seu curso se não experimentarmos o duradouro espaço entre o escurecer e o clarear.
O Sol vai raiar e a experiência da escura noite nos fará andar de cabeça erguida em pleno meio dia.
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