sexta-feira, 3 de junho de 2011

PARA QUE SERVE A SOLIDÃO


Solidão

sf (lat solitudine) 1 Condição, estado de quem está desacompanhado ou só. 2 Lugar ermo, retiro. 3 Apartamento, isolamento. 4 Caráter dos lugares ermos, solitários. (Michaelis)

Solidão é um sentimento no qual uma pessoa sente uma profunda sensação de vazio e isolamento. A solidão é mais do que o sentimento de querer uma companhia ou querer realizar alguma atividade com outra pessoa não por que simplesmente se isola mas por que os seus sentimentos precisam de algo novo que as transforme. (wikipedia).

 Já dizia um dos nossos poetas (Alceu Valença):
A solidão é fera, a solidão devora.
É amiga das horas prima irmã do tempo,
E faz nossos relógios caminharem lentos,
Causando um descompasso no meu coração.
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A solidão dos astros;
A solidão da lua;
A solidão da noite;
A solidão da rua.


Num mundo desenvolvido em que vivemos, onde os espaços geográficos foram diminuídos a partir dos meios de transportes e muito mais através da velocidade dos meios de comunicação atuais, onde a distancia entre norte e sul, leste e oeste no mundo ficaram relativamente próximas, ainda existe a solidão.
No mundo moderno, aonde o Rural vem sendo substituído pelo Urbano, e através dessa migração milhões de pessoas convivem nas metrópoles ou megalópolis, cruzando-se nas avenidas, nas praças, nos shoppings, nos cinemas... enfim, onde faces e faces se vêem todos os dias e todas horas, deveríamos viver sem solidão. No entanto, cada dia e cada vez mais pessoas se sentem sozinhas. Mesmo com todo o aparato da modernidade, a solidão é cada vez maior e real. É possível vivermos entre milhares ou milhões de pessoas e nos sentirmos sozinhos. Mesmo dentro de um elevador cheio de gente, mesmo dentro de metrôs espremido por pessoas é possível vivermos na solidão.   
A solidão é sem dúvidas um deserto inesquecível.
A solidão como bem expressou o nosso poeta: “...devora”. A solidão machuca, a solidão é sem limites quando se sente sozinho.
A solidão é sim, um sentimento de vazio, e é uma devastação nos sentimentos. É onde você aprende a não ser mais menino, onde se saiu da “infantilidade” para a vida adulta. A solidão é também sinônimo de dor.
Na solidão aprendemos quem são os verdadeiros amigos, aliás, como bem enfatizou Francis Bacon: “A pior solidão é não ter amizades verdadeiras”.
Na solidão o poder de reflexão se torna mais apurado, conseguimos olhar em todos os ângulos, em todas as direções, conseguimos elaborar as respostas certas, aprendemos o poder da análise.
E é na solidão que saímos do “horizontal para o vertical”, porque, quando nos sentimos sozinhos, apenas à Um elevamos os nossos olhares – elevamos para Deus, e é exatamente neste momento, onde Deus nos ensina “...coisas firmes e ocultas” que comumente não conhecíamos.  
A solidão é mais uma etapa do “academicismo vertical”, pois que, aprendemos coisas que jamais aprenderíamos em qualquer academia.
Como bem expressou alguém (desconhecido) na solidão: “A solidão é a sala de audiência de Deus”. E não é uma verdade?
Na solidão, no deserto de Midiã, sem a pompa do Egito, sem a presença de seus súditos, sem o colorido das flores, Moisés viu a sarça queimar sem se consumir e ouviu a Voz do Todo Poderoso lhe chamar pelo nome (Ex 3).
Da solidão, onde nenhum dos irmãos estavam, Davi fora chamado para ser ungido rei de Israel.
Perseguido, preterido, escondido, na solidão, Elias ouviu a Voz Melodiosa de Jeová.
O próprio Salvador passou seus momentos de solidão.
A solidão nos molda. Nos prova, e nos aprova.
Quando todos os demais nos abandonam e ficamos completamente na solidão é o momento de vermos a Glória de Deus manifestada.
É na solidão das ruas, onde mesmo que conheçamos os rostos e esses se virem para o não cumprimento, ou ainda que esses nos cumprimentem com a face, mas não com o coração, é exatamente nesse momento que percebemos que ao nosso lado está um amigo inseparável.
É na solidão da noite, quando os mistérios do escuro nos assombra, quando o silêncio é sepulcral, quando apenas o nada é o que vemos, é exatamente nesse instante em que a Luz do Sol da Justiça clareia, e começamos a enxergar tudo como se fosse em pleno meio dia.
É na solidão que entendemos que não estamos sozinhos e que Jesus Cristo de Nazaré é real e que se importa com todos os fatores da nossa vida.
É na solidão que ouvimos: “Não temas, Eu estou contigo. Não te assombres porque Eu Sou o teu Deus”. “Pode uma mulher esquecer-se de seu filho de peito, de maneira que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta se esquecesse, Eu, todavia, não me esquecerei de ti. Eis que nas palmas das minhas mãos te gravei”. “Estarei convosco todos os dias...”. 

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