Apenas um passageiro,
Sem nenhuma pretensão em ficar,
Só um giro,
Um movimento no ar.
Pisadas forçadas,
Andar solitário,
No calor das calçadas,
Somente para não parar.
Nos desertos da vida,
Nos vales,
Nos montes,
E nos mares,
Tão só a lida.
Sem pressa,
Sem intenção de ultrapassar,
Apenas o olhar,
Para os detalhes da paisagem,
Fitar a fita,
Desprezar a ferida,
E caminhar.
Vez por outra um cambaleio,
Um tropeção,
Flechas no coração,
E a dor da solidão.
Apenas um peregrino,
Andarilho com rumo certo,
Sem temer o escuro,
A negritude dos dias,
Os terrores da noite,
Seguindo de longe o Fanal.
A Luz é apenas um ponto no infinito,
Um caminho ainda desconhecido,
Mas decidido encontrar,
O Farol que Ilumina,
As embarcações delirantes,
Tão frustrantes do mar.
Apenas um passageiro,
Um transeunte das ruas,
Um viandante dos desertos,
Um andarilho das cidades.
Os pássaros cantam,
Os rios escoam,
Os mares se elevam,
Os ventos se revoam,
As nuvens,
Os dias...
Apenas passos lentos,
Olhos embaçados,
De lágrimas,
Dos ventos,
Do sol,
Das noites prolongadas,
Das dores no corpo,
Na alma...
Um labirinto a decifrar,
A Luz que corta as nuvens,
O céu,
Indica a direção,
Tão só atravessar o Dédalo.
Sem correr,
Sem vexame,
Cumprindo os dias que foram determinados,
Até o encontro do Fanal.
Passageiro,
Peregrino,
Transeunte,
Andarilho,
Apenas um momento...
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Imagem do Google
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