A antipatia à dor alheia

Todos os seres humanos sofrem dores,
Ao nascer,
Durante a vida,
Ao morrer...
Todos sofrem dores...
A dor é algo da nossa essência,
É da nossa natureza.
Talvez fossemos criados para não sentir dores,
Mas o erro do alvo do primeiro homem causou a entrada da dor.
Não há ninguém que possa se esquivar da dor,
Todos os homens e mulheres sofrem de dores.
Há diferentes tipos de dores,
Há dores no corpo,
Há dores na alma,
Há dores que perturbam o nosso ser.
Até mesmo o Príncipe da Paz sofreu dores,
Dores de desprezo,
Dores físicas,
Dores das traições,
Ninguém suportou tanta dor quanto o meigo Nazareno.
De braços abertos,
Agonizando em dores,
Mesmo assim pediu para que o Pai perdoasse aos que o haviam causado tantas dores.
Aliás, foi por todos que ELE sofreu as dores.
Sentir a dor do outro é sentir o coração do outro,
É ter amor pelo outro,
É ter empatia pelo outro.
Colocar-se no lugar de quem sente dores deve ser um dos frutos de quem se diz seguidor de Cristo.
Por que tanta gente fere ao invés de tentar ser remédio para as feridas alheias?
Por que uns tem prazer de provocar dores nos outros?
Por que atiram no coração flechas com dardos inflamados e envenenados de dores?
Por que alguns são antipáticos quanto as dores de outrem?
Há os que sofrem dores de fome,
Há os que sofrem dores de amores,
Há os que sofrem dores de decepções de amigos,
Há os que sofrem dores de humilhações,
Há os que sofrem dores de rancores,
Há os que sofrem dores de magoas,
Há os que sofrem dores de passados inconclusos,
Há os que sofrem dores por falta de um adeus,
Há os que sofrem dores de perda de outro,
Há os que sofrem dores de incompreensões,
Há os que sofrem dores de enfermidades,
Há os que sofrem dores da melancolia,
Da nostalgia,
Das feridas da vida...
Por que tanta gente sofre dor e não consegue entender a dor do outro?
Se apresentam como pessoas do bem,
Mas provocam dores maléficas em outrem,
Não conseguem sarar suas dores,
E ferem com dores aos semelhantes.
Porque tanta antipatia com as dores alheias?
Afinal, somos todos feridos de morte pela dor do pecado,
Em nada somos melhores do que os nossos semelhantes.
Porque não queremos ser balsamo?
Remédio para o outro?
Porque não aprendemos o verdadeiro significado do Ensino de Jesus?
“Amai-vos uns aos outros, como EU vos amei”.

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O finito frente ao Infinito

A vida humana é infinita, mesmo na finitude do tempo precisamos compreender que há uma vida para além dessa terrenal. Se o finito não consegue perceber o infinito sua ansiedade aumenta, sua finitude aumenta, seus limites o deixam deprimido.

Há a infinitude para descobrirmos. Não precisa pressa. O tempo passa tão rápido e de repente nos deparamos com o desconhecido. O fato de ser desconhecido não implica que não tenhamos compreensão deste, na realidade há pessoas que já conheceram e conhecem, é algo muito de foro íntimo, incongruente demais para o palpável, visível, materializado.

Já vi, percebi, senti por diversas vezes a finitude. Já conheci o rosto do fim. Algumas vezes fui até o limite do fim, até perder os sentidos da matéria. É algo frio, solitário, estranho... mas, para além dessa passagem há o infinito. Já estive no liame do finito com o infinito, mas o Infinito ainda me quer no finito.

Quando percebemos que o tempo é algo pequeno, limitado, entendemos que precisamos vivê-lo de tal maneira que possamos entender suas limitações, e nossas próprias limitações no tempo. Porque imaginar que não vamos envelhecer? Que seremos sempre o mesmo da juventude? Porque será que pessoas se sentem insubstituíveis, se o tempo se encarrega das mudanças. É necessário tato, conhecimento do real, para não ser pegos na ingenuidade da finitude.

Quando entendemos o Infinito nos dirigimos à Ele. Vivemos a Sua Sombra, esperando que a transformação do fim em perpetuidade aconteça. E isso que é mortal se revista da Imortalidade, e isso que é corruptível se revista da incorruptibilidade (I Co 15).

Enquanto aqui estivermos, devemos cultivar o Amor, a Paz, a Alegria, a Bondade, a Longanimidade, a Benignidade, a Fidelidade, a Mansidão, a Temperança, a Misericórdia, a Graça, a Concordia... laços que nos liguem a Infinitude, que nos desprenda do finito, porque o finito é rápido demais para estarmos com conflitos com outrem e conosco.

Alguns passaram taxativamente pelo finito e findarão aqui, outros entraram no Infinito sem que haja necessidade de tombar, de cair, de entrar no corruptível de forma absoluta. Alguns serão transladado, num abrir e fechar de olhos mediante ao tocar da trombeta do arcanjo.

Alguns finitos nunca vão entender isso, outros aguardam o Grande Dia da Redenção.

Maranata.

Misael Gomes

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