quarta-feira, 7 de março de 2018

EXEGESE DE MARCOS 16.1 – 8


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INTRODUÇÃO


A exegese é uma das ferramentas primordiais para os que pretendem estudar e ensinar as Sagradas Escrituras (a Palavra de Deus), assim sendo, nos disponibilizamos na tarefa de empreender uma exegese do texto bíblico, no diz respeito mais precisamente ao texto Sagrado de Marcos 16.1 – 8.
Nosso objetivo é tão somente apreender as verdades contidas no texto, bem como retirar dele verdades que o autor quis passar para os seus destinatários e que serão ensinadas nos dias hodiernos.
Na metodologia nos utilizamos de ferramentas necessárias para o nosso empreendimento, como: Dicionários, Léxicos, Livros de Comentários, Gramáticas entre outros, como o material utilizado em sala de aula e nos detivemos em algumas palavras que consideramos preponderantes no texto para análise.
Esse trabalho exegético é uma avaliação do curso do Mestrado em Teologia Bíblica com concentração em Novo Testamento, da disciplina Teologia Bíblica de Marcos e Mateus.
Portanto, estaremos fazendo a exegese dos versículos supra citados, levando em consideração os a metodologia descrita a cima, bem como tendo como objetivo o melhoramento/aperfeiçoamento do conhecimento Bíblico/Teológico.


Autoria e Destinatários


O autor de Marcos é o próprio Marcos (João Marcos), apesar de ser anônimo, a tradição cristã atribui a autoria a João Marcos que era da família de Barnabé (Cl 4.10) e filho de uma das Marias, àquela que Pedro seguiu para sua casa depois de ser liberto por um anjo da prisão (At 12.12).
Ele foi com de Paulo e Barnabé na sua primeira viagem, mas desistiu de seguir em Perge (At 13.13),  na segunda viagem missionária Barnabé quis levá-lo, mas Paulo recusou e que acabou causando um descontentamento entre Paulo e Barnabé(At 15.37-39).
A tradição cristã (os pais da Igreja) afirmam que o Evangelho é de autoria de Marcos, no entanto, este escreveu seu material a partir do apóstolo Pedro, temos então o testemunho de Papias, que foi assegurado por Eusebio em sua História Eclesiástica, lembrando que Papias fora um discípulo de Policarpo que foi discípulo do apóstolo João.
Nos pais primitivos é observado que pode haver um concordância de que Marcos escreveu de Roma, lembrando que, o apóstolo Paulo, nos seus últimos dias e Escritos, envia a Timóteo um pedido de que trouxesse a Marcos, porque lhe seria muito útil para o ministério  (II Tm 4.11).
O Evangelho de Marcos fora escrito provavelmente por volta do ano 65 d.C para os Romanos, tendo como intuito perpetrar o testemunho a respeito do Salvador Jesus, bem como para fortalecer a fé dos primeiros cristãos romanos que provavelmente estivesse com uma crise de fé, mais precisamente relacionada com a morte de Paulo e de Pedro por ordem de Nero, o imperador. O Escrito Marcano não é uma simples narração biográfica, mas o testemunho, o Evangelho, a Boa Nova de Salvação para a humanidade. É a Boa Nova do Reino de Deus, é o kairós de Deus cumprindo-se na terra.


EXEGESE DE MARCOS 16.1 – 8



Marcos 16.1-8 

16.1 Kai\ diagenome/nou tou= sabba/tou  Mari/a h(  Magdalhnh\ kai\  Mari/a h( [tou=]  )Iakw/bou kai\  Salw/mh h)go/rasan a)rw/mata i(/na e)lqou=sai a)lei/ywsin au)to/n. 16.2 kai\ li/an prwi+\ tv= mi#= tw=n sabba/twn e)/rxontai e)pi\ to\ mnhmei=on a)natei/lantoj tou= h(li/ou. 16.3 kai\ e)/legon pro\j e(auta/j,  Ti/j a)pokuli/sei h(mi=n to\n li/qon e)k th=j qu/raj tou= mnhmei/ou; 16.4 kai\ a)nable/yasai qewrou=sin o(/ti a)pokeku/listai o( li/qoj: h)=n ga\r me/gaj sfo/dra. 16.5 kai\ ei)selqou=sai ei)j to\ mnhmei=on ei)=don neani/skon kaqh/menon e)n toi=j decioi=j peribeblhme/non stolh\n leukh/n, kai\ e)ceqambh/qhsan. 16.6 o( de\ le/gei au)tai=j,  Mh\ e)kqambei=sqe:  )Ihsou=n zhtei=te to\n  Nazarhno\n to\n e)staurwme/non: h)ge/rqh, ou)k e)/stin w(=de: i)/de o( to/poj o(/pou e)/qhkan au)to/n. 16.7 a)lla\ u(pa/gete ei)/pate toi=j maqhtai=j au)tou= kai\ t%=  Pe/tr% o(/ti  Proa/gei u(ma=j ei)j th\n  Galilai/an: e)kei= au)to\n o)/yesqe, kaqw\j ei)=pen u(mi=n. 16.8 kai\ e)celqou=sai e)/fugon a)po\ tou= mnhmei/ou, ei)=xen ga\r au)ta\j tro/moj kai\ e)/kstasij: kai\ ou)deni\ ou)de\n ei)=pan: e)fobou=nto ga/r.



16.1   Kai\ diagenome/nou tou= sabba/tou  Mari/a h(  Magdalhnh\ kai\  Mari/a h(
E              tendo passado           do  sábado        Maria  a Madalena             e  Maria          a
[tou=]  )Iakw/bou kai\  Salw/mh h)go/rasan a)rw/mata i(/na e)lqou=sai a)lei/ywsin
de  Jacó(Tiago)      e       Salomé     compraram aroma   para que  tendo ido   ungissem
au)to/n.
ele

Verbo
Pessoa
Número
Tempo
Modo
Voz
Léxico
Tradução
1
Gen/Neu
Sg
Aoristo
Particípio
Média
diagi/nomai
Passado
2
Pl
Aoristo
Indicativo
Ativa
a)gora/zw
Tendo comprado
3
Nom/Fem
Pl
Aoristo
Particípio
Ativa
e)/rxomai
Tendo ido
4
Pl
Aoristo
Subjuntivo
Ativa
a)/leifw
Ungissem

16.2 kai\ li/an prwi+\ tv= mi#= tw=n sabba/twn e)/rxontai e)pi\ to\ mnhmei=on
           E    muito  cedo     no  primeiro dia dos sábados          vão     para    o    memorial
a)natei/lantoj tou= h(li/ou.
Acima tendo saído   o      sol

Verbo
Pessoa
Número
Tempo
Modo
Voz
Léxico
Tradução
1
Pl
Presente
Indicativo
Média
e)/rxomai
Vão
2
Gen/Mas
Sg
Aoristo
Particípio 
Ativa
a)nate/llw
Tendo saído

16.3 kai\ e)/legon pro\j e(auta/j,  Ti/j a)pokuli/sei h(mi=n
          E    falavam para    elas mesmas: Quem     rolará          para nós                
to\n li/qon e)k     th=j qu/raj tou= mnhmei/ou;
a     pedra    para fora a        porta do  sepulcro?

Verbo
Pessoa
Número
Tempo
Modo
Voz
Léxico
Tradução
1
Pl
Imperfeito
Indicativo  
Ativa
le/gw
Falavam
2
Sg
Futuro
Indicativo
Ativa
a)pokuli/w
Rolará para fora de

16.4 kai\ a)nable/yasai          qewrou=sin         o(/ti     a)pokeku/listai            
         E     tendo olhado para cima   olharam atentamente     porque       foi rolada fora
o( li/qoj: h)=n ga\r me/gaj sfo/dra.
a pedra. Era porque grande sobremaneira        

Verbo
Pessoa
Número
Tempo
Modo
Voz
Léxico
Tradução
1
Nom/Fem
Pl
Aoristo
Particípio
Ativa
a)nable/pw
Tendo olhado para cima
2
Pl
Presente
Indicativo
Ativa
qewre/w
Olharam atentamente
3
Sg
Perfeito
Indicativo
Passiva
a)pokuli/w
Foi rolada fora
4
Sg
Imperfeito
Indicativo
Ativa
ei(mi/
Era

16.5 kai\ ei)selqou=sai ei)j to\ mnhmei=on ei)=don neani/skon kaqh/menon e)n toi=j
         E    tendo entrado para o   sepulcro    viram   moço             assentado      em    os
decioi=j peribeblhme/non        stolh\n leukh/n, kai\ e)ceqambh/qhsan.
Direitos  tendo lançado em volta   estola   branca      e    foram terrificadas

Verbo
Pessoa
Número
Tempo
Modo
Voz
Léxico
Tradução
1
Nom/Fem
Pl
Aoristo
Particípio 
Ativa
ei)se/rxomai
Tendo entrado
2
Pl
Aoristo
Indicativo
Ativa
ei)=don
Viram
3
Acus/Mas
Sg
Presente
Particípio
Média
ka/qhmai
Assentado
4
Acus/Mas
Sg
Perfeito
Particípio
Média
periba/llw
Tendo lançado em volta
5
Pl
Aoristo
Indicativo
Passiva
ekqambe/w
Foram terrificadas

16.6 o( de\ le/gei au)tai=j,  Mh\ e)kqambei=sqe:  )Ihsou=n  zhtei=te       to\n 
       o porém disse a elas:  Não continueis terrificadas. Jesus     estas procurando o
Nazarhno\n to\n e)staurwme/non: h)ge/rqh, ou)k e)/stin w(=de:
Nazareno         o que foi crucificado: foi levantado, não está aqui;

 i)/de o( to/poj o(/pou e)/qhkan au)to/n.
eis  o    lugar   onde      colocaram  ele

Verbo
Pessoa
Número
Tempo
Modo
Voz
Léxico
Tradução
1
Sg
Presente
Indicativo
Ativa
legw
Disse
2
Pl
Presente
Imperativo
Passiva
ekqambe/w
Continueis terrificadas
3
Pl
Presente
Indicativo
Ativa
zhte/w
Estais procurando
4
Sg
Aoristo
Indicativo
Passiva
e)gei/rw
Que foi crucificado
5
Sg
Presente
Indicativo
Ativo
ei(mi/
Está
6
Pl
Aoristo
Indicativo
Ativo
ti/qhmi
Colocaram

16.7 a)lla\ u(pa/gete ei)/pate toi=j maqhtai=j au)tou= kai\ t%=  Pe/tr% o(/ti  Proa/gei
   Mas ,     ide-vos     dizei       aos discípulos      dele    e        a    Pedro  que Vai adiante
u(ma=j ei)j th\n  Galilai/an: e)kei= au)to\n o)/yesqe, kaqw\j ei)=pen u(mi=n.
de vos  para a  Galileia;                ele         vereis,      como   disse a vós.

Verbo
Pessoa
Número
Tempo
Modo
Voz
Léxico
Tradução
1
Pl
Presente
Imperativo
Ativa
u(pa/gw
Ide-vos
2
Pl
Aoristo
Imperativo
Ativa
ei)=pon
Dizei
3
Sg
Presente
Indicativo
Ativa
proa/gw
Vai adiante
4
Pl
Futuro
Indicativo
Média
o(ra/w
Vereis
5
Sg
Aoristo
Indicativo
Ativo
ei)=pon
Disse

16.8 kai\ e)celqou=sai e)/fugon a)po\ tou= mnhmei/ou, ei)=xen ga\r au)ta\j tro/moj kai\
  E       tendo-se ido fora, fugiram partindo do sepulcro, tinha pois  elas    tremor     e
 e)/kstasij: kai\ ou)deni\ ou)de\n ei)=pan: e)fobou=nto                ga/r.
assombro;    e    a ninguém nada  disseram, estavam atemorizadas,  pois.

Verbo
Pessoa
Número
Tempo
Modo
Voz
Léxico
Tradução
1
Nom/Fem
Pl
Aoristo
Particípio
Ativa
e)ce/rxomai

Tendo-se ido fora
2
Pl
Aoristo
Indicativo
Ativa
feu/gw
Fugiram
3
Sg
Imperfeito
Indicativo
Ativa
e)xw
Tinha
4

Pl
Aoristo
Indicativo
Ativo
ei)=pon
Disseram
5

Pl
Imperfeito
Indicativo
Média
fobe/omai
Estavam atemorizadas




Tradução livre

16.1 E tendo passado do sábado, Maria, a Madalena, e Maria de Tiago e Salomé compraram aroma para ungirem ele.
16.2 E muito cedo no primeiro dia dos sábados vão ao sepulcro, em cima ao sair do sol.
16.3 E falavam com elas mesmas: Quem rolará para nós a pedra para fora, a porta do sepulcro?
16.4 E tendo olhado para cima, olharam atentamente porque foi rolada fora a pedra. Porque era muito grande.
16.5 E tendo entrado no sepulcro viram um moço assentado aos lados direito, tendo laçado em volta uma faixa branca e ficaram atemorizadas.
16.6 Porém ele disse a elas: Não continueis atemorizadas; Jesus o que estás procurando, o Nazareno, o que foi crucificado: Foi levantado, não está aqui; eis o lugar onde colocaram ele.
16.7 Mas, ide-vos dizei aos discípulos dele e a Pedro que Vai adiante de vós para a Galiléia; lá vereis a Ele, como vos disse.
16.8 E tendo-se ido fora, fugiram partindo do sepulcro, porque tinham elas tremor e assombro; e a ninguém disseram nada, porque estavam atemorizadas.

MARCOS 16.1 – 8 (Almeida Corrigida Fiel)
1 E passado o sábado, Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, e Salomé, compraram aromas para irem ungi-lo.
2 E, no primeiro dia da semana, foram ao sepulcro, de manhã cedo, ao nascer do sol.
3 E diziam umas às outras: Quem nos revolverá a pedra da porta do sepulcro?
4 E, olhando, viram que já a pedra estava revolvida; e era ela muito grande.
5 E, entrando no sepulcro, viram um jovem assentado à direita, vestido de uma roupa comprida, branca; e ficaram espantadas.
6 Ele, porém, disse-lhes: Não vos assusteis; buscais a Jesus Nazareno, que foi crucificado; já ressuscitou,
não está aqui; eis o lugar onde o puseram.
7 Mas ide, dizei a seus discípulos, e a Pedro, que ele vai adiante de vós para a Galiléia; ali o vereis, como ele vos disse.
8 E, saindo elas apressadamente, fugiram do sepulcro, porque estavam possuídas de temor e assombro; e nada diziam a ninguém porque temiam.



No primeiro versículo podemos verificar uma verdade maravilhosa no que diz respeito à questão do Sábado. É de todo conhecido que no Sábado não poderia haver trabalhos para os judeus (cf Mc 2.23-28) mas a ressurreição de Cristo confirma aquilo que dantes Ele falara: “Assim o Filho do homem até do sábado é Senhor” (Mc 2.28; Lc 6.5). O Senhor tem poder sobre o Sábado, Ele é Senhor do Sábado, Ele não está interessado na guarda do Sábado como simples cerimônia ou aparente compromisso quanto ao antigo pacto, a ressurreição inaugura uma nova aliança que dá descanso não ao corpo físico, mas ao ser humano como um todo, principalmente relacionando a inauguração da nova “entrada” para o “Santo dos Santos” Hb 9. Marcos parece utilizar de um dístico para enfatizar a questão da passagem do Sábado para o Domingo (primeiro dia da semana) nos versos 1 e 2, pois que verificamos que ele fala de que o Sábado havia passado e era o Primeiro dia da semana, ou seja, o destaque para o primeiro dia está em forma de um segmento bimembre. Na compreensão dessa dupla afirmativa a respeito do primeiro dia, deixa-nos entender que: 1. O Senhor Jesus é Senhor do Sábado; 2. Há uma passagem da importância do dia do Sábado (descanso) para o dia da Ressurreição (Domingo), que contém um descanso mais eficaz do que o simples descanso do dia de Sábado.
A menção relacionada às mulheres também é um fator preponderante, além de podermos verificar no texto de Marcos o fator intencional de apresentar as primeiras pessoas que foram ao sepulcro, ele apresenta nominando-as, destacando-as, num intuito de fazer observar que fora às mulheres que Jesus primeiro se apresentou, quando verificamos esse texto, “É importante observar que, enquanto Sócrates, Aristoteles, Demóstenes, os rabinos e os homens da comunidade de Qumram tinham as mulheres em baixa estima, Jesus, em harmonia com o ensino do Antigo Testamento, lhes designava um lugar de elevada honra (HERNDRIKSEN, 2003, p. 558), e Marcos parece fazer o mesmo aqui, mas não apenas isso, Maria, a Madalena, a que foi liberta de sete espíritos malignos está também aqui mencionada em destaque, ela aparece comumente em outras citações e situações importantes (Cf Mc 15.40, 47; vide também Mt 27.55,56, 61; 28.1; Lc 24.10; Jo 19.25; 20.1-18), possivelmente ela era um exemplo a seguir e reconhecidamente alguém que fora alvo da graça e misericórdia de Deus e que no contexto atual da Escrita Marcana, ele quer destacar, para promover a fé naqueles que estão abatidos com os acontecimentos contemporâneos, mais precisamente relacionada a perseguição, a morte dos apóstolos Paulo e Pedro, ele quer trazer a coragem daquelas que foram as primeiras a testemunharem a salvação, bem como o destaque a Madalena que tendo sido liberta persevera na devoção do Seu Libertador.
A despeito de elas terem ido no intuito de ungir ao corpo de Jesus, verificamos que elas tinham amor e devoção por Jesus, no entanto, a fé em relação às Suas Palavras não foi manifestada por elas. O autor de Lucas nos menciona que os anjos lhes disseram (Lc 24.5-8):

(...) Por que buscais o vivente entre os mortos? Não está aqui, mas ressuscitou. Lembrai-vos como vos falou, estando ainda na Galiléia, Dizendo: Convém que o Filho do homem seja entregue nas mãos de homens pecadores, e seja crucificado, e ao terceiro dia ressuscite.
E lembraram-se das suas palavras.


É importante notar que mesmo elas tendo ido numa manifestação de devoção e amor, não mantiveram a fé na Sua ressurreição. Essa incredulidade não fora apenas das mulheres, mas também de seus próprios discípulos (Cf Lc 24.9-12).
No terceiro e quarto versículo temos uma dupla menção a pedra do sepulcro. A primeira diz respeito a preocupação das mulheres em saber quem as ajudaria na remoção da pedra, e na segunda citação a menção é de que a pedra (que era muito grande) já fora removida. Encontramos aqui também um paralelismo, enquanto elas se preocupavam com a pedra ou com quem as ajudaria para revolvê-la, a pedra que era muito grande, fora revolvida de forma sobrenatural.
Há aqui nesse texto (16.1-8) um perícope que tem por finalidade apresentar a ressurreição. Não se trata de alguém que roubou o corpo de Jesus, pois além da guarda que estava selando até o terceiro dia o sepulcro, quando houve o terremoto que o anjo desceu para revolver a pedra, os guardas também viram e ficaram assombrados e como mortos, mas ao falarem para os príncipes foram subordinados e instruídos a mentirem (Mt 27.62 – 65; 28.2-4, 11-15), mas Marcos nesse recorte que ele faz do acontecimento, ele deixa aclarado que Jesus foi (h)ge/rqh) erguido, levantado, ressuscitado, e que as mulheres ouviram do próprio anjo que lhes testemunhou. E era exatamente o que dantes já havia predito aos seus discípulos. Houve algo sobrenatural. Não precisou de mãos humanas para revolver a grande pedra que estava como porta do sepulcro, houve algo sobrenatural. É perceptível aqui também que não encontramos os guardas à porta, se as mulheres que seguiam a Cristo estavam estupefatas, os guardas deveras com veraz certeza, desapareceram de medo. Lucas e João falam de dois seres, Mateus e Marcos mencionam apenas um. O fato é que, pelo poder sobrenatural um deles revolveu a enorme pedra do sepulcro. E ainda testemunhou-lhes a respeito da ressurreição, trazendo a reminiscência de que a respeito desse fato ele já havia falado (Mc 16.7; cf Lc 24.5-8).
Nesse perícope do texto (16..1-8) verificamos também um quiasmo, pois enquanto elas procuram o morto ele está vivo. Ele foi para a sepultura, haviam guardas que estavam de sentinela, mas o túmulo ficou vazio, Ele estava morto, mas foi levantado da sepultura, do mundo dos mortos, Ele vive. O natural cruza com o sobrenatural. A crucificação e morte na cruz cruza com a ressurreição e vida no tumulo de Jesus. O terrenal cruza com o eternal no tumulo de Jesus. A vida cruza com a morte. A vida vence a morte. E é exatamente sobre isso que Marcos quer chamar a atenção. Jesus, a despeito de tudo, está vivo.
Há um destaque no versículo 7 ao apóstolo Pedro. Apenas em Marcos verificamos essa menção, esse destaque. Poderemos inferir daqui que de fato Marcos escreveu do que ouviu do apóstolo. Há aqui uma citação importantíssima no que diz respeito a graça, a misericórdia, a compaixão e ao conhecimento profundo que Jesus tem de cada ser humano. Jesus havia dito (Mt 10.32-33):

Portanto, todo aquele que me confessar diante dos homens, também eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus;
mas aquele que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai, que está nos céus.


Mas também previu que Pedro o negaria (Mc 14.30, 31, 72). E depois que aconteceu, é possível que pensasse que não havia perdão pra ele e que seu caso foi de total desconfiança. Ainda que os demais tivessem também negado, a nenhum deles Jesus dissera com tanta propriedade a respeito da negação, como fez com Pedro. O discípulo assegurou-lhe que não o faria, mesmo que tivesse que morrer, mas por fim O negou. Jesus deveria negar-lhe também? Pedro saiu e chorou arrependido amargamente, Jesus conhecia também o seu coração e a fragilidade humana e que não se vence com a força humana, mas com o poder sobrenatural do Espírito Santo. Por isso, influenciado por testemunho de Pedro, Marcos inclui a história e destaca a recomendação do anjo relacionada ao discípulo, como quem diz: Jesus entendeu tudo e já perdoou.
As mulheres saíram do sepulcro com muito temor, sem dizer palavras... O texto de Marcos findado no versículo 8 parece que falta a conclusão ou carece de uma continuação. Em conflito com a Crítica Textual, parece-nos inconcebível que o texto tenha terminado em (ga/r) porque, uma conjunção explicativa conclusiva, mas que explica apenas o não ter dito o que acabaram de testemunhar a ninguém, e é muito complexo porque o verbo utilizado pelo ser angelical em relação ao contexto (u(pa/gete) está no presente do imperativo ativo, ide-vos, a ordem era que fossem naquele momento, fazer o quê?  (ei)/pate toi=j maqhtai=j au)tou= kai\ t%=  Pe/tr%) “...dizei aos discípulos dEle e a Pedro...”, o verbo no aoristo está no imperativo ativo, era uma ordem deveria dizer. Há sim, uma exigência textual para que se continue o texto. Marcos está escrevendo no intuito de promover a fé, a esperança, a perícope final diz respeito a ressurreição, não faz sentido terminar com uma palavra de silêncio e de temor, por isso mesmo que exige-se a complementação do texto do ultimo capitulo de Marcos, o que na sequencia vai simplesmente acontecer, de conformidade com que o anjo lhes ordena, Maria Madalena foi aos discípulos anunciar o que viram.


  
Considerações finais


O texto de Marcos 16.1-8, apresenta-nos tem como objetivo maior apresentar a ressurreição de Jesus. Marcos é enfático em afirmar que Ele ressuscitara no primeiro dia da semana, e que as mulheres foram as primeiras a testemunharem da ressurreição.
O texto marcano é composto de um perícope, com paralelismo, dístico, quiasmo, onde tem a intenção de destacar a ressurreição de Jesus Cristo de forma sobrenatural. Nesse texto vemos a literatura marcana trazendo as mulheres como pessoas destacadas, importantes, não inferiorizadas. Mas também observamos que mesmo tendo amor e devoção, não estavam crendo no que lhes havia ensinado sobre a Sua ressurreição. Podemos aplicar esse contexto, no atual cristianismo em que muitos procuram o que Jesus faz, como curas, libertação... mas não centram-se nas verdades do Evangelho.
Observamos também o cuidado de Jesus em relação a ovelha caída, Pedro, mas a preocupação no sentido de recuperá-lo, de “não deixá-lo no chão”, porque Ele conhece o profundo de cada coração e sabe as fraquezas e intenções de cada coração.
A despeito da ressurreição e ordem angelical de que se fossem e anunciassem, é muito complexo não creditar a Marcos os versículos subseqüentes (9-20), mesmo porque, gramaticalmente e textualmente fica faltando a conclusão de objetivo de Marcos.
Portanto, o fechamento do Livro de Marcos, que pode ser tranquilamente atribuído ao que ouviu de Pedro, trata da ressurreição de Jesus, o Nazareno, em cumprimento daquilo que dantes havia dito. 












REFERÊNCIAS



Bíblia de Estudo Scofield. (2009) Texto Bíblico Almeida Corrigida Fiel. São Paulo: Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil.

Bíblia Sagrada. ARA

Bíblia Sagrada. ARC

DAVIDSON, F. (1997) O Novo Comentário da Bíblia. Reimp. São Paulo: Vida Nova

FOX, John. 1516-1587 (2003) O Livro dos Mártires. Trad. Alimiro Pizetta. São Paulo: Mundo Cristão.

GINGRICH, F. Wilbur; DANKER, Frederick W. 2000. Léxico do Novo Testamento – Grego Português. São Paulo: Vida Nova.

HALE, David Broadus. (1983) Introdução ao Estudo do Novo Testamento. Trad. Cláudio Vital de Souza. Rio de Janeiro: JUERP

HENDRIKSEN, William. (2003) O Evangelho de Lucas. Vol 1 e 2. Trad. Valter Graciano Martins. São Paulo: Cultura Cristã.

OLIVEIRA, José Humberto de Jesus F. (2011) Exegese do Novo Testamento. Apostila.

PAROSCHI, Wilson. (2010) Crítica do Novo Testamento. Reimp. São Paulo: Vida Nova.

REGA, Lourenço Stelio. (1995). Noções do Grego Bíblico. 4 ed. São Paulo: Vida Nova.        

SCHALKWIJK, Francisco Leonardo. (1998). Coinê Pequena Gramática do Grego neotestamentário. 8 ed. Minas Gerais: CEIBEL.

THE NEW TESTAMENT. (1994) The Greek underlying the English authorized version of 1611. England:  Trinitarian Bible Society.

WALDYR, Carvalho Luz. (2003) Novo Testamento Interlinear. São Paulo: Cultura Cristã.

Comentário do Novo Testamento[1]



[1] Fiz uso desse comentário quando ainda na graduação em 2000, não sei a referencia bibliográfica porque é uma Xerox e não foi tirada desde a capa. No entanto, a Bibliografia que está sendo utilizada em Marcos é:
BORNKAMM, Günther, Et al. Tradition, and Interpretation in Matthew. Translated by Percy Scott. The New Testament Library. Philadelphia: Westminster Press, 1963.
BROADUS, John A. The Gospel of Matthew. In An American Commentary on the New Testament. Philadelphia: The American Baptist Publication Society, 1886.
CRABTREE, A. R. Introdução ao Novo Testamento: Rio de Janeiro: Casa Publicadora Batista, 1960.
DAVIES, William David. The Stting of the Sermon on the Mount. New York: Cambridge University Press, 1964.
FARRER, Austin Marsden. St. Matthew and St. Mark. Westminster: U. K. Dacre Press, 1954.
FEINE, Paul, et all. Introduction to the New Testament. Translated by A. J. Matill, Jr. Nashiville: Abingdon Press, 1966.
Julguei necessário fazer essa nota, porque li esse material e fiz uso dele.


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terça-feira, 6 de março de 2018

domingo, 4 de março de 2018

Servir

Resultado de imagem para Jesus lava os pés dos discípulos

Se quisermos ser o exemplo do Maior Homem,
Precisamos entender Sua Missão,
Veio para servir,
Aliás,
Mais do que simplesmente um servo,
O maior dos servos.
O Senhor Jesus, na última ceia, adentra no cenáculo e "espera" que alguém, algum dos discípulos se predisponha a lavar os pés dos demais. Esse era um costume judaico, quando os viajantes chegavam na casa de alguém, logo era oferecido água e uma toalha para que tivesse os seus pés lavados da poeira dos caminhos.
Nesse evento da última ceia não verificamos o dono da casa dispondo de um servo para lavar os pés dos doze e Jesus. Na realidade essa tarefa era atribuída ao escravo de menos valor, ou o menos digno dos escravos.
Subindo ao Cenáculo, O Senhor Jesus observa os discípulos e conhece que nenhum deles será capaz de se colocar no lugar desse servo, para fazer esse serviço.
O Cristo então tira sua túnica, com uma coloca uma tolha pendurada na sua sunga e pega d'água para lavar os pés aos seus doze discípulos. (Cf. Jo 13.4,5"...levantou-se da ceia, tirou as vestes e, tomando uma toalha, cingiu-se. Depois, pôs água numa bacia e começou a lavar os pés aos discípulos e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido.)
Pedro instantaneamente e impulsivamente tenta fazer o Senhor Jesus parar. Claro, Pedro olha para Jesus e sabe o que representa àquele serviço e quem o fazia. Ele olhava para Jesus e via na sua frente um escravo, o mais indigno dos servos, fazendo o serviço de lavar os pés e simplesmente diz: "Senhor, tu lavas-me os pés a mim? Respondeu Jesus e disse-lhe: O que eu faço, não o sabes tu, agora, mas tu o saberás depois." (Jo 13.6,7) E Pedro insiste: “Nunca me lavarás os pés.” (Jo 13.8). Jesus repreende suavemente a Pedro e diz-lhe: “Se eu te não lavar, não tens parte comigo.” (Jo 13.8).
E continua o que queria ensinar-lhes e a nós também. Vocês me chamam de Mestre e Senhor, e vocês falam a verdade porque EU SOU. Entre os homens maior é quem é servido, pois  entre os Seus Maior é quem está servindo.
Como Mestre e Senhor Ele estava ensinando que uns deveriam lavar os pés uns dos outros, sendo cada um considerado menor, porque na realidade o menor é o maior.
Precisamos observar o exemplo maior: Jesus. Sendo Senhor e Mestre, estava ensinando que deveriam servir.
Portanto, no Reino de Deus, os concidadãos desse Reino, devem SERVIR. Jamais quer ser grande, jamais querer ser servido, mas SERVIR. Quando entendermos isso, estaremos sendo verdadeiros discípulos de JESUS.




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domingo, 25 de fevereiro de 2018

TRÊS EXPECTATIVAS PARA UM LÍDER CRISTÃO EM I E II TIMÓTEO


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TRÊS EXPECTATIVAS PARA UM LÍDER CRISTÃO EM I E II TIMÓTEO[1]

RESUMO

Na perspectiva de refletirmos sobre a liderança de Paulo, e verificarmos as expectativas de um líder cristão em I e II Timóteo, tivemos como primeiro tópico de nosso trabalho Paulo e sua responsabilidade com os lideres e liderados, bem como a competência dessa liderança.
No segundo tópico abordamos Paulo e a formação de um caráter cristão, onde procurarmos trazer o caráter de um líder na expectativa de Paulo nas Epistolas a Timóteo.
E por fim trouxemos também a reflexão Paulo e o coração de um líder cristão, onde procuramos demonstrar pelas cartas a compaixão de um líder cristão na expectação de Paulo.




























Introdução


O trabalho objetiva uma reflexão sobre Três Expectativas para um Líder Cristão nas Epistolas Pastorais de Paulo ao seu pupilo Timóteo. Se bem que o discípulo já estava agora empreendendo, ou deveria estar, a outros e para outros os conhecimentos adquiridos de seu tutor.
O propósito dessa composição é apresentar a liderança de Paulo como modelo, como mestre, como mentor e enfim como paradigma para outros lideres que desejam o episcopado, extraindo esses adjetivos das Cartas que escreveu a Timóteo, quando estava em dificuldades, preso em Roma, mas a Palavra, a responsabilidade de liderança, o empenho em instruir outros não estavam presos (II Tm 2.9), estava em pleno exercício de liberdade, e ele exercia, ainda que não indo fisicamente, mas através de cartas e de muita insistência com Deus em oração.
Assim sendo, queremos refletir e expor sobre os conselhos paulino, sobre as estratégias, sobre seus anseios, sobre seus cuidados, sobre os pontos importantes relacionados à liderança cristã, tendo em vista o aperfeiçoamento da nossa própria experiência como lideres, bem como a averiguação da liderança nos dias hodiernos e sua relação com a liderança apresentada por Paulo a Timóteo.
Nos utilizamos de bibliografias de autores, das aulas ministradas, bem como do próprio texto sagrado, para a execução desse trabalho.
Portanto, pretendemos de forma sucinta, estudar as expectativas de Paulo em relação a liderança cristã nas Epistolas à Timóteo, verificarmos as dimensões dessa liderança e tentarmos fazer uma aplicação para a liderança cristã nos dias atuais.


I – PAULO E SUA RESPONSABILIDADE COM OS LIDERES E LIDERADOS


Ao lermos as Cartas de Paulo a Timóteo verificamos a grande responsabilidade do apostolo em relação à Igreja de Cristo, bem como seu esmero em disciplinar a liderança daqueles que estão e deveriam estar no encargo de cuidar do rebanho do supremo pastor. Sua preocupação com o ensinamento genuíno do Evangelho de Jesus Cristo e a suas advertências relacionadas aqueles que eram incômodos para a Igreja.
É preciso que tragamos a reminiscência a localização física do apóstolo, bem como uma visão geral (mesmo que superficial) dos dias contemporâneos às suas cartas a Timóteo, para vislumbrarmos um pouco melhor o caráter da liderança desse grande herói da fé.
Paulo estava já nos seus últimos dias (anos) terrenal, o Evangelho já havia sido pregado em “todo o mundo”[2] de então, agora o apóstolo estava preso em Roma[3] por amor ao Seu Senhor e ao Seu Evangelho. Mesmo assim a Palavra não estava presa.
Eram dias de perseguição do Estado contra os cristãos, e Paulo está preso em Roma, sem se envergonhar do Evangelho do Senhor Jesus, e o que ele deseja entre outras coisas é que a Igreja do Senhor Jesus não seja perturbada com falsos ensinamentos. Haja vista alguns se verem a si mesmos, como verdadeiros mestres, no entanto, ensinando uma outra doutrina. Paulo estava fragilizado no sentido fisiológico, abandonado por alguns, sentindo falta de outros, mas seguro e forte em espírito e confiante sem titubeio Naquele que o chamou e no aguardo Sua Vinda.



1.1  - A Responsabilidade em relação à Competência do Líder

Paulo começa trazendo a responsabilidade do líder Timóteo. Ele chama-o[4] a responsabilidade, com insistência para que ficasse em Éfeso, lembrando a Timóteo que o deixou lá exatamente para chamar outros a responsabilidade[5], para que não ensinem um outro Evangelho[6], uma outra doutrina (e(terodidaskalein)[7], uma diferente doutrina, uma doutrina que estivesse em total desigualdade com a que ele pregara, ensinara[8], pois em se tratando de outra doutrina (Evangelho), como disse aos gálatas, era amaldiçoada, porque apenas levariam pessoas a perdição (Cf I Tm1.6,7,19; 6.3-5; II Tm 2.14,16,23; 3.1-7). Paulo precisou deixar a Igreja de Éfeso para ir à Macedônia, mas preocupa-se com a Igreja que está deixando, e com o que deve ser ensinado na Igreja.
Era então da competência de Timóteo dar continuidade ao seu trabalho. Ele era competente para o trabalho porque era uma escolha divina, havia recebido Dom de Deus para a tarefa (Cf I Tm 1.18; 2.14; 6.20; II Tm 1.6,9; 4.6). No entanto, é necessário ao escolhido para obra que ele milite, desperte, não despreze o Dom (I Tm 1.18; 4.14; II Tm 1.6). Ele estava como uma verdadeira autoridade para não só ensinar, mas também para selecionar os que deveriam liderar na Igreja, isso era de sua inteira responsabilidade (Cf I Tm 1.3; 3.1-13; 4.1-16). Paulo também faz menção a Timóteo e de sua competência para que leve a Igreja a orar e orar pelas autoridades, tendo em vista a quietude e o sossego.
O líder cristão deve também aptidão de governar sua própria casa. Ele deve ter a capacidade de presidir sua própria casa e filhos. Ele precisa ter a capacidade de demonstrar que é o cabeça no seu próprio lar. Mantendo seus filhos sob sua liderança e com respeitabilidade (Cf I Tm 3.4) .
É de todo e de suma importância o ensinar a doutrina, não uma outra doutrina, mas a doutrina que Timóteo recebera de Cristo através de Paulo (I Tm 4.6, 16; II Tm 2.2; 3.14). Ele tem a responsabilidade, está sob sua inteira competência o transferir o Evangelho que recebeu de Paulo a outros, discipular outros, preparar outros lideres no mesmo perfil de Paulo (Cf I Co 4.16; 11.1; Fp 3.17; I Ts 1.6; I Tm 3.1-16), pois que Paulo seguiu o mesmo perfil de Jesus Cristo. A doutrina que Timóteo deveria ensinar era sem duvidas o Evangelho do Senhor Jesus Cristo ensinado pelo apostolo Paulo em todos os seus aspectos, principalmente no que diz respeito a vida, ministério, morte e ressurreição de Cristo, bem como todas as demais doutrinas[9] relacionadas a Jesus Cristo e a sua Igreja. E Timóteo está habilitado a transferir esses conhecimentos doutrinários a outrem, tendo cuidado de si mesmo e do que aprendeu, para salvar a si mesmo e a outros (I Tm 4.16). 
Hale (1983) resume assim o propósito de Paulo ter escrito à Timóteo:

Paulo havia deixado Timóteo em Éfeso (1:3), para cuidar do cresci­mento organizacional da igreja e refutar os falsos mestres. De Atos 20:17,28 fica-se sabendo que a igreja tinha já "anciãos", também chamados "supervisores" ou "bispos"; assim, a instituição da organiza­ção não seria algo novo nem a Timóteo nem à igreja. I Timóteo 3:13-15 indica que Paulo esperava retornar logo, mas, para o caso de demorar, ele escreveu esta carta não somente para dar instruções escritas acerca de como se proceder com a administração da igreja e como refutar-se os falsos ensinos. Ele também escreveu para encorajar Timóteo e desafiá-lo a tomar o controle firme em defesa da sã doutrina.
(...) Paulo escreve para fazê-lo saber qual é a situação e para pedir-lhe que vá a Roma. Temeroso de que Timóteo não chegue a Tempo, Paulo se concentra na tarefa que está deixando para Timóteo executar. Ele também aproveita a ocasião para advertir contra falsos ensinos. (...)



Verificamos então que, como supra já havíamos abordado, Paulo dá a Timóteo a incumbência das questões doutrinarias e também organização dessa Igreja Local, ele (Timóteo) tem a competência de resolver os problemas acima mencionados, e isso deve também competir a cada líder cristão dos dias hodiernos. Era da competência de Timóteo a seleção de outros lideres [esses por sua vez deveria ter a competência, aptidão para ensinar (cf I Tm 3.2; II Tm 2.2)], com perfil e qualificações do Reino de Deus.


II – PAULO E A FORMAÇÃO DE UM CARÁTER CRISTÃO

O apóstolo Paulo, tendo sido oriundo de uma família hebréia, instruído aos pés de um dos maiores teólogos de sua época, também fariseu (cf Rm 11.1; Fl 3.5; At 22.4), possuía indubitavelmente uma postura altamente disciplinada aos moldes do judaísmo, até que o Salvador o encontrou e lhe deu o Seu modus vivend, bem como lhe transformou numa nova criação (II Co 5.17; Gl 6.15), dando-lhe um novo modo de ser, concedendo-lhe o Seu Caráter. Por isso mesmo é que ele aconselha aos seus filhos na fé a que o emitem, assim como ele imitava[10] a Cristo (I Co 4.16; 11.1; I Ts 1.6).
Não era mais sob o prisma do judaísmo que Paulo estava vivendo ou viveu, mas sob o modelo de Jesus Cristo de Nazaré. Agora é seguindo o caráter de Cristo, vivendo o caráter de Jesus que Paulo está vivenciando, não só isso, mas deseja que seus ouvintes, filhos na fé, seus liderados e também aqueles que devem liderar a Igreja devem manter e viver, assim como ele o faz.

2.1 – O líder e o caráter cristão

Paulo ao se dirigir a Timóteo faz uso do que ele representa para Timóteo. Ele o chama de genuíno (legitimo, verdadeiro) filho na fé, ou seja, Paulo era um pai espiritual para Timóteo. Não há dúvidas de que Timóteo trabalhara ao lado de Paulo em Éfeso (não apenas em Éfeso), mas o relacionamento entre Paulo e o seu liderado (que também é um líder cristão) é na verdade de pai para filho e de filho para pai (no âmbito espiritual). Logo temos que o filho Timóteo deveria ter os traços do pai, deviria ter um caráter cristão influenciado pelo grande apóstolo. Assim sendo, Timóteo deve ter em seu caráter um coração puro (limpo), uma boa consciência (consciência moral, escrúpulos – boa consciência moral e bom escrúpulo – bom e sensível caráter), uma fé não fingida (não hipócrita – fiel a Deus e também aos homens)[11]. Isso nos dá uma grande lição em relação à necessidade de um líder manter um coração limpo, uma consciência moral com bom escrúpulo. Quando os homens deixam de conservar a fidelidade e a boa consciência eles naufragam na fé (no Evangelho, na Salvação).
O apóstolo continua nos informando a respeito do caráter do líder cristão quando apresenta as qualificações para quem desejar o episcopado:
1)      O bispo deve ser irrepreensível (a)nepi/lhmpton), sua reputação deve ser inatacável, deve ser alguém que não provoque mancha, ou que não tenha mancha, que não produza ignomínia, que seja alguém altamente incensurável.
2)      Marido de uma (só) única mulher (mia=j gunaiko\j a)/ndra), aquele que não anda trocando de mulher ou desejando a mulher de outrem ou aquele que não tenha mais de uma mulher. Parece-nos que aqui podemos também entender como uma inferência ao que Cristo diz a respeito do casamento (ou divórcio) em Mateus 19. 4 – 6:

 Respondeu-lhe Jesus: Não tendes lido que o Criador os fez desde o princípio homem e mulher, e que ordenou: Por isso deixará o homem pai e mãe, e unir-se-á a sua mulher; e serão os dois uma só carne? Assim já não são mais dois, mas um só carne. Portanto o que Deus ajuntou, não o separe o homem.


Nessa passagem de Mateus, Jesus é indagado a respeito do divórcio ou repudio, o que Cristo ao responder deixa explicitado que no princípio o Criador fez homem e mulher, e aqui a singularidade, um homem e uma mulher, e que esses deveriam se unir e que seriam dois uma só carne. Não há aqui lugar para mais de uma mulher, mas apenas uma mulher[12]. Que não haja, portanto, para o que deseja o episcopado mais de um casamento.  


3)      Esse líder deve também ser vigilante, sóbrio [nhfa/lion) (circunspecto)], olhar sempre em volta de si, ponderado, prudente, sério. Parece indicar aqui que deve ser alguém que tenha auto-controle, principalmente no uso de bebida alcoólica.
4)      Moderado [ko/smion (de mente sã, mente saudável, de bom senso)], esse líder estará julgando as cousas de forma saudável, com bom senso. Ele deve ser temperante nas suas decisões e ações. Aqui parece ser alguém que tenha um comportamento temperamental controlado.
5)      Também hospitaleiro (filo/cenon). Literalmente amigo dos estrangeiros, hospitaleiro.
6)      Não dado ao vinho (mh\ pa/roinon). Literalmente, não vinho ao lado, ou seja, que não viva sob o controlado pelo vinho.
7)      Não espancador (mh\ plh/kthn). Essa exigência segue logo após a que o bispo não deve ser controlado pelo vinho. Aquele que é controlado pelo vinho certamente é alguém descontrolado, violento, é uma pessoa colérica, irritadiça e afeita a brigas, portanto, parece ser exatamente esse não espancador. Paulo vai ensinar numa outra carta sua (Ef 4.18), que os crentes não devem embriagar-se com vinho em que há contenda, mas devem deixar serem cheios do Espírito Santo. Talvez esse espancador seja a conseqüência de quem “tenha o vinho ao seu lado”.
8)      Razoável (a)lla\ e)pieikh). Ao contrario do que foi mencionado acima, ele deve ser razoável, domado, suavizado, dócil, manso, gentil, brando, leve, amável, tolerante.
9)      Não contencioso (a)/maxon). Esse líder também deve ser pacifico, que procura a paz, o acordo, não briguente.                        
10)  Não cobiçoso de torpe ganância (a)fila/rguron). Literalmente não amigo da prata. Que não seja um individuo ligado ao desejo desenfreado pelo dinheiro. Paulo vai informar que (I Tm 6.9,10): 

Os que querem ficar ricos caem em tentação, e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição. Porque o amor ao dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé, e a si mesmos se atormentaram com muitas dores.


Assim temos que ao líder, ao obreiro, ao bispo, ao pastor, não deve ser amante do dinheiro, o propósito da liderança deve ser outro (Cf Ef 4.11-16)
11)  Que tenha um bom testemunho dos que estão de fora (marturi/an kalh\n e)/xein a)po\ tw=n e)/cwqen). É preciso que esse líder seja exemplo tanto na Igreja (local), quanto fora da comunidade dos cristãos, para que o acusador não tenho do que o acusar e o envergonhar.
12)  ...de uma só palavra (mh\ dilo/gouj)  Literalmente não de duas palavras. O líder cristão não pode ter no seu discurso, na sua conversa duas palavras. Deve ser sim ou não. O homem de duas palavras fica absolutamente desacreditado, logo é desqualificado para ser um líder cristão.

O líder proposto por Paulo, portanto, deve ser exemplo dos fieis, na palavra, no trato, no amor, no espírito, na fé, na pureza (I Tm 4.12), deve fugir da soberba de questões e contendas de palavras (que produzem invejas, porfias, blasfemas, ruins suspeitas (I Tm 6.4,5), mas deve seguir a justiça, a piedade, a fé, o amor, a paciência, a mansidão (I Tm 6.11), jamais deve se envergonhar do testemunho do Senhor Jesus (II Tm 1.8), deve sofrer as aflições como bom soldado de Jesus sem se embaraçar, sem se envolver com os negócios (certamente as coisas que prendem o homem ao terrenal (paixões, amor ao dinheiro etc). Evitando falatórios profanos que apenas servem para produzir mais impiedade e roera como gangrega os que a isso se envolver. O homem de Deus deve está sempre atento, vivendo a Palavra, para que seja completamente capacitado para a boa obra (II Tm 3.16,17), deve ser sóbrio, equilibrado em tudo, auto-controlado (II Tm 4.5). Ao líder cristão se requer um padrão de caráter semelhante ao de Seu Mestre Maior, Jesus. 

III – PAULO E O CORAÇÃO DE UM LIDER CRISTÃO

O verdadeiro líder cristão tem o seu coração voltado para Deus, para a obra de Deus, para as necessidades de outrem em amor, em compaixão, em piedade, em compreensão, em longanimidade (Cf Jo 13.1,4; 15.12, 17; Mt 19.29; Mc 8.35; Lc 10.9; 18.29; Rm 1.5; 8.36; 12.10;13.8,10; I Co 4.10; II Co 4.5, 11, 15; 5.14; 12.10; Gl 5.13; I Tm 1.5; 2.15; 4.12; 6.11; II Tm 1.7, 13; 2.10, 22; 3.10), e é isso mesmo que Paulo vai instigar a Timóteo e aos que desejem ser lideres na Igreja.     

3.1 – O líder e a compaixão

Já nos primeiros textos da primeira carta observamos a admoestação de Paulo ao líder Timóteo a que atente para a finalidade, para o objetivo desta exortação, desta ordenança: ...o amor de proceder de coração limpo... (1.5).  Paulo tem como alvo que o seu discípulo proceda com amor de um coração limpo, que tenha como alvo o projeto de Deus, a edificação de Deus, não a sua própria edificação , porque alguns apenas querem e produzem discussões porque desejam ao seu bel prazer ser mestres da lei. O importante não é ser mestre da lei, mas agir com um coração limpo, com intuitos de edificação.
Ele continua e explicita o mistério da compaixão (piedade): Deus se manifestou em carne, foi justificado no Espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo, recebido na gloria. Deus amou de tal maneira o mundo que desceu através de Jesus e manifestou-se em carne, Deus condescendeu em relação a humanidade. Cristo sendo Deus tal qual o Pai não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvasiou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens. E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até a morte...(Fl 2.6-8)[13], e ensina aos Filipenses que a atitude dos cristãos deve ser essa mesma de Cristo Jesus. Da mesma maneira o líder cristão deve proceder, como Deus que condescendeu, como Deus que num ato de piedade, de compaixão, de sentir a miséria do ser humano, manifestou-se em carne, sofreu até a morte de cruz, assim também o líder cristão deve estar apto. Se Timóteo atentar e ensinar essas coisas a Igreja, aos lideres, ele então será bom ministro (bom serventurio).
Na verdade, o líder cristão deve ser o servo-mor da Igreja. Paulo ensinando aos Coríntios ensina que é a partir das nossas ações ...os homens nos considerem como ministros  (u(phre/taj)  de Cristo...(I Co 4.1), ministros no sentido de menor dos servos, daquele que fica em baixo do navio[14], remando, fazendo o navio deslocar-se de um lado para o outro. A ação do líder, deve ser uma ação cheia de misericórdia, de compaixão, sentindo a dor de outrem. O líder não deve verificar apenas suas próprias necessidades, mas as necessidades dos liderados (Cf I Tm 5.1-24). Ajudando aos anciãos, aos jovens, as viúvas nas suas necessidades, e também retribuindo condignamente àqueles que se esmeram na obra de Deus, não fazendo nada por parcialidade, mas em tudo agindo imparcialmente.
O apóstolo Paulo deixa aclarado para Timóteo que ele deve manter uma vida que siga a justiça, a piedade (através de atitudes que o façam sentir a dor de outrem), a fé (fidelidade com Deus, com as normas de Deus, com o Evangelho de Jesus) e também o amor (que é o cumprimento da lei, que é o maior dos mandamentos – amar a Deus e ao próximo como a si mesmo), a paciência, e mansidão (I Tm 6.11; II Tm 2.22). O líder deve ser o escravo (douloj), o servo, que não contende, mas que é manso, afável para com todos, sofredor, capaz de suportar o mal sem ressentimento, tolerante. Deve sofrer os males, o mal, mas cumprir com o serviço proposto em prol de Deus e da Igreja (II Tm 4.5).    
                                                































CONCLUSÃO



O apóstolo Paulo tem expectativas no ensino da liderança. Ele mesmo deu-se como paradigma de líder cristão (Cf I Co 4.16; 11.1; Fp 3.17; I Ts 1.6; I Tm 3.1-16; Ef 5.1),  pois ele segui o perfil de Jesus Cristo.
O líder cristão deve manter um padrão de vida muito elevado, não no modus vivend do mundo, mas no padrão do Reino de Deus. Assim sendo, sua preocupação é que o líder não ensine os seus pontos de vista, isso só trará problemas e acarretará o distanciamento da verdadeira fé, um outro ensinamento que não conduz a vida eterna, mas que o líder se esmere no conhecimento de Deus para glória de Deus.
É de suma importância aos lideres cristãos o despertamento para a verdadeira liderança cristã, pois que, nestes últimos dias, temos mais pessoas que se acham donos, chefes, não atentam para o cuidado na liderança (Rm 12.8, 16; I Pe 5.2,3), muitos querendo ser servidos, e jamais servirem.
Portanto, temos na admoestação paulina que o líder deve ser alguém competente, apto para gerir as necessidades administrativas da Igreja (local), mas não apenas isso, mas apto para a condução de outros para a verdade através do ensinamento da verdade, esse líder precisa ser, ter, manter sua vida de forma irrepreensível para os que estão dentro e também para os que estão fora da Igreja, para que o adversário não queira envergonha-lo, também deve ser alguém humilde, compassivo e que haja misericordiosamente, com compaixão, sentindo as dores, as necessidades dos demais.





REFERÊNCIAS



KELLY, J.N.D. (1999). I e II Timóteo e Tito, Introdução e Comentário. Trad. Gordon Chown. São Paulo: Vida Nova.

GUTHRIE, Donald, (2007). Gálatas, Introdução e Comentário. Trad. Gordon Chown. São Paulo: Vida Nova.

Bíblia de Estudo Scofield. (2009) Texto Bíblico Almeida Corrigida Fiel. São Paulo: Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil.

LUZ, Waldyr Carvalho. (2003). Novo Testamento Interlinear. São Paulo: Cultura Cristã.

THE NEW TESTAMENT. 1994 The Greek underlying the English authorized version of 1611. England:  Trinitarian Bible Society.

GINGRICH, F. Wilbur; DANKER, Frederick W. 2000. Léxico do Novo Testamento – Grego Português. São Paulo: Vida Nova.

HALE, Broadus David. (1983) Introdução ao estudo do Novo Testamento. Trad. Cláudio Vital de Souza. Rio de Janeiro: JUERP.


Ffab Bible Windows. (1993-1996) Silver Moutain Software.  


FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. (1999) Dicionário Aurélio Eletrônico – Século XXI, versão 3.0: Nova Fronteira e Lexikon Informática Ltda.

Dicionário Michaelis

Bíblia Sagrada. ARA

Bíblia Sagrada. ARC

Bíblia Sagrada. NVI







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[1] Trabalho apresentado como requisito obrigatório para conclusão do Modulo de Epistolas Pastorais do Curso de Mestrado em Teologia Bíblica do Novo Testamento. Sob a orientação do Profº Drº. Pr. Carlos Osvaldo em 2011.

[2] At 24.5; Cl 1.5,6
[3] II Tm 1.8, 12, 16;  2.9; 4.16.
[4]  pareka/lesa/ – (Literalmente parece ser chamei ao lado) – é uma exortação, uma insistência.
[5]  paraggei/lvj – (Literalmente parece ser anunciasses ao lado) – ele deveria advertir a outros a não ensinar outra doutrina.
[6] No texto aos gálatas nos parece que Paulo apresenta um outro Evangelho como sendo um Evangelho paralelo ao seu (talvez com pontos parecidos), mas que mesmo assim era anátema. Mas no texto de I Tm 1.3 ele deixa explicitado na carta, que se trata de outra doutrina, outro ensino (e(terodidaskalein).
[7] Cf I Tm 1.3; 6.3.
[8] Paulo enquanto esteve em Éfeso cuidou responsivamente de ensinar a verdadeira doutrina, bem como a combater as falsas, isso fez de forma oral, agora estava fazendo de forma escrita e precisava do empenho de Timóteo, da sua inteira responsabilidade e competência.
[9]Graça, misericórdia, paz, o amor de um coração puro, uma boa consciência, uma fé não fingida, Senhorio de Jesus, Sua Divindade, Sua Majestade, Sua Eternidade, Sua Obra de Redenção, Sua Humanidade, Sua Humilhação, Sua Exaltação, padrão de vida santificado, advento de Jesus Cristo (retorno), Trindade, etc. são estas e outras as doutrinas de Paulo na carta a Timóteo, o que sem duvidas Paulo já havia discorrido por vezes quando estava em Éfeso através da preleção, do ensinamento e agora está também fazendo a partir dessa Carta, sabendo que quando esteve em Éfeso falou muito mais do que aqui está Escrito.
[10] mimhtai/ - A palavra nos leva a entender que é alguém que busca imitar o modelo de outro, ou seja, seguir ao modelo de vida exemplar de outro. Uma imitação que um fica igual ao outro.
[11] I Tm 1.5
[12] É claro que esse texto fala mais precisamente a respeito do repudio, mas o trouxe precisamente para abordar a singularidade do casamento. Um homem + uma mulher = uma só carne.
[13] NVI
[14] Navio dos tempos antigos, é claro.

Espaço da Palavra

25/02/2018

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