domingo, 25 de fevereiro de 2018

TRÊS EXPECTATIVAS PARA UM LÍDER CRISTÃO EM I E II TIMÓTEO


Resultado de imagem para Líder frases
TRÊS EXPECTATIVAS PARA UM LÍDER CRISTÃO EM I E II TIMÓTEO[1]

RESUMO

Na perspectiva de refletirmos sobre a liderança de Paulo, e verificarmos as expectativas de um líder cristão em I e II Timóteo, tivemos como primeiro tópico de nosso trabalho Paulo e sua responsabilidade com os lideres e liderados, bem como a competência dessa liderança.
No segundo tópico abordamos Paulo e a formação de um caráter cristão, onde procurarmos trazer o caráter de um líder na expectativa de Paulo nas Epistolas a Timóteo.
E por fim trouxemos também a reflexão Paulo e o coração de um líder cristão, onde procuramos demonstrar pelas cartas a compaixão de um líder cristão na expectação de Paulo.




























Introdução


O trabalho objetiva uma reflexão sobre Três Expectativas para um Líder Cristão nas Epistolas Pastorais de Paulo ao seu pupilo Timóteo. Se bem que o discípulo já estava agora empreendendo, ou deveria estar, a outros e para outros os conhecimentos adquiridos de seu tutor.
O propósito dessa composição é apresentar a liderança de Paulo como modelo, como mestre, como mentor e enfim como paradigma para outros lideres que desejam o episcopado, extraindo esses adjetivos das Cartas que escreveu a Timóteo, quando estava em dificuldades, preso em Roma, mas a Palavra, a responsabilidade de liderança, o empenho em instruir outros não estavam presos (II Tm 2.9), estava em pleno exercício de liberdade, e ele exercia, ainda que não indo fisicamente, mas através de cartas e de muita insistência com Deus em oração.
Assim sendo, queremos refletir e expor sobre os conselhos paulino, sobre as estratégias, sobre seus anseios, sobre seus cuidados, sobre os pontos importantes relacionados à liderança cristã, tendo em vista o aperfeiçoamento da nossa própria experiência como lideres, bem como a averiguação da liderança nos dias hodiernos e sua relação com a liderança apresentada por Paulo a Timóteo.
Nos utilizamos de bibliografias de autores, das aulas ministradas, bem como do próprio texto sagrado, para a execução desse trabalho.
Portanto, pretendemos de forma sucinta, estudar as expectativas de Paulo em relação a liderança cristã nas Epistolas à Timóteo, verificarmos as dimensões dessa liderança e tentarmos fazer uma aplicação para a liderança cristã nos dias atuais.


I – PAULO E SUA RESPONSABILIDADE COM OS LIDERES E LIDERADOS


Ao lermos as Cartas de Paulo a Timóteo verificamos a grande responsabilidade do apostolo em relação à Igreja de Cristo, bem como seu esmero em disciplinar a liderança daqueles que estão e deveriam estar no encargo de cuidar do rebanho do supremo pastor. Sua preocupação com o ensinamento genuíno do Evangelho de Jesus Cristo e a suas advertências relacionadas aqueles que eram incômodos para a Igreja.
É preciso que tragamos a reminiscência a localização física do apóstolo, bem como uma visão geral (mesmo que superficial) dos dias contemporâneos às suas cartas a Timóteo, para vislumbrarmos um pouco melhor o caráter da liderança desse grande herói da fé.
Paulo estava já nos seus últimos dias (anos) terrenal, o Evangelho já havia sido pregado em “todo o mundo”[2] de então, agora o apóstolo estava preso em Roma[3] por amor ao Seu Senhor e ao Seu Evangelho. Mesmo assim a Palavra não estava presa.
Eram dias de perseguição do Estado contra os cristãos, e Paulo está preso em Roma, sem se envergonhar do Evangelho do Senhor Jesus, e o que ele deseja entre outras coisas é que a Igreja do Senhor Jesus não seja perturbada com falsos ensinamentos. Haja vista alguns se verem a si mesmos, como verdadeiros mestres, no entanto, ensinando uma outra doutrina. Paulo estava fragilizado no sentido fisiológico, abandonado por alguns, sentindo falta de outros, mas seguro e forte em espírito e confiante sem titubeio Naquele que o chamou e no aguardo Sua Vinda.



1.1  - A Responsabilidade em relação à Competência do Líder

Paulo começa trazendo a responsabilidade do líder Timóteo. Ele chama-o[4] a responsabilidade, com insistência para que ficasse em Éfeso, lembrando a Timóteo que o deixou lá exatamente para chamar outros a responsabilidade[5], para que não ensinem um outro Evangelho[6], uma outra doutrina (e(terodidaskalein)[7], uma diferente doutrina, uma doutrina que estivesse em total desigualdade com a que ele pregara, ensinara[8], pois em se tratando de outra doutrina (Evangelho), como disse aos gálatas, era amaldiçoada, porque apenas levariam pessoas a perdição (Cf I Tm1.6,7,19; 6.3-5; II Tm 2.14,16,23; 3.1-7). Paulo precisou deixar a Igreja de Éfeso para ir à Macedônia, mas preocupa-se com a Igreja que está deixando, e com o que deve ser ensinado na Igreja.
Era então da competência de Timóteo dar continuidade ao seu trabalho. Ele era competente para o trabalho porque era uma escolha divina, havia recebido Dom de Deus para a tarefa (Cf I Tm 1.18; 2.14; 6.20; II Tm 1.6,9; 4.6). No entanto, é necessário ao escolhido para obra que ele milite, desperte, não despreze o Dom (I Tm 1.18; 4.14; II Tm 1.6). Ele estava como uma verdadeira autoridade para não só ensinar, mas também para selecionar os que deveriam liderar na Igreja, isso era de sua inteira responsabilidade (Cf I Tm 1.3; 3.1-13; 4.1-16). Paulo também faz menção a Timóteo e de sua competência para que leve a Igreja a orar e orar pelas autoridades, tendo em vista a quietude e o sossego.
O líder cristão deve também aptidão de governar sua própria casa. Ele deve ter a capacidade de presidir sua própria casa e filhos. Ele precisa ter a capacidade de demonstrar que é o cabeça no seu próprio lar. Mantendo seus filhos sob sua liderança e com respeitabilidade (Cf I Tm 3.4) .
É de todo e de suma importância o ensinar a doutrina, não uma outra doutrina, mas a doutrina que Timóteo recebera de Cristo através de Paulo (I Tm 4.6, 16; II Tm 2.2; 3.14). Ele tem a responsabilidade, está sob sua inteira competência o transferir o Evangelho que recebeu de Paulo a outros, discipular outros, preparar outros lideres no mesmo perfil de Paulo (Cf I Co 4.16; 11.1; Fp 3.17; I Ts 1.6; I Tm 3.1-16), pois que Paulo seguiu o mesmo perfil de Jesus Cristo. A doutrina que Timóteo deveria ensinar era sem duvidas o Evangelho do Senhor Jesus Cristo ensinado pelo apostolo Paulo em todos os seus aspectos, principalmente no que diz respeito a vida, ministério, morte e ressurreição de Cristo, bem como todas as demais doutrinas[9] relacionadas a Jesus Cristo e a sua Igreja. E Timóteo está habilitado a transferir esses conhecimentos doutrinários a outrem, tendo cuidado de si mesmo e do que aprendeu, para salvar a si mesmo e a outros (I Tm 4.16). 
Hale (1983) resume assim o propósito de Paulo ter escrito à Timóteo:

Paulo havia deixado Timóteo em Éfeso (1:3), para cuidar do cresci­mento organizacional da igreja e refutar os falsos mestres. De Atos 20:17,28 fica-se sabendo que a igreja tinha já "anciãos", também chamados "supervisores" ou "bispos"; assim, a instituição da organiza­ção não seria algo novo nem a Timóteo nem à igreja. I Timóteo 3:13-15 indica que Paulo esperava retornar logo, mas, para o caso de demorar, ele escreveu esta carta não somente para dar instruções escritas acerca de como se proceder com a administração da igreja e como refutar-se os falsos ensinos. Ele também escreveu para encorajar Timóteo e desafiá-lo a tomar o controle firme em defesa da sã doutrina.
(...) Paulo escreve para fazê-lo saber qual é a situação e para pedir-lhe que vá a Roma. Temeroso de que Timóteo não chegue a Tempo, Paulo se concentra na tarefa que está deixando para Timóteo executar. Ele também aproveita a ocasião para advertir contra falsos ensinos. (...)



Verificamos então que, como supra já havíamos abordado, Paulo dá a Timóteo a incumbência das questões doutrinarias e também organização dessa Igreja Local, ele (Timóteo) tem a competência de resolver os problemas acima mencionados, e isso deve também competir a cada líder cristão dos dias hodiernos. Era da competência de Timóteo a seleção de outros lideres [esses por sua vez deveria ter a competência, aptidão para ensinar (cf I Tm 3.2; II Tm 2.2)], com perfil e qualificações do Reino de Deus.


II – PAULO E A FORMAÇÃO DE UM CARÁTER CRISTÃO

O apóstolo Paulo, tendo sido oriundo de uma família hebréia, instruído aos pés de um dos maiores teólogos de sua época, também fariseu (cf Rm 11.1; Fl 3.5; At 22.4), possuía indubitavelmente uma postura altamente disciplinada aos moldes do judaísmo, até que o Salvador o encontrou e lhe deu o Seu modus vivend, bem como lhe transformou numa nova criação (II Co 5.17; Gl 6.15), dando-lhe um novo modo de ser, concedendo-lhe o Seu Caráter. Por isso mesmo é que ele aconselha aos seus filhos na fé a que o emitem, assim como ele imitava[10] a Cristo (I Co 4.16; 11.1; I Ts 1.6).
Não era mais sob o prisma do judaísmo que Paulo estava vivendo ou viveu, mas sob o modelo de Jesus Cristo de Nazaré. Agora é seguindo o caráter de Cristo, vivendo o caráter de Jesus que Paulo está vivenciando, não só isso, mas deseja que seus ouvintes, filhos na fé, seus liderados e também aqueles que devem liderar a Igreja devem manter e viver, assim como ele o faz.

2.1 – O líder e o caráter cristão

Paulo ao se dirigir a Timóteo faz uso do que ele representa para Timóteo. Ele o chama de genuíno (legitimo, verdadeiro) filho na fé, ou seja, Paulo era um pai espiritual para Timóteo. Não há dúvidas de que Timóteo trabalhara ao lado de Paulo em Éfeso (não apenas em Éfeso), mas o relacionamento entre Paulo e o seu liderado (que também é um líder cristão) é na verdade de pai para filho e de filho para pai (no âmbito espiritual). Logo temos que o filho Timóteo deveria ter os traços do pai, deviria ter um caráter cristão influenciado pelo grande apóstolo. Assim sendo, Timóteo deve ter em seu caráter um coração puro (limpo), uma boa consciência (consciência moral, escrúpulos – boa consciência moral e bom escrúpulo – bom e sensível caráter), uma fé não fingida (não hipócrita – fiel a Deus e também aos homens)[11]. Isso nos dá uma grande lição em relação à necessidade de um líder manter um coração limpo, uma consciência moral com bom escrúpulo. Quando os homens deixam de conservar a fidelidade e a boa consciência eles naufragam na fé (no Evangelho, na Salvação).
O apóstolo continua nos informando a respeito do caráter do líder cristão quando apresenta as qualificações para quem desejar o episcopado:
1)      O bispo deve ser irrepreensível (a)nepi/lhmpton), sua reputação deve ser inatacável, deve ser alguém que não provoque mancha, ou que não tenha mancha, que não produza ignomínia, que seja alguém altamente incensurável.
2)      Marido de uma (só) única mulher (mia=j gunaiko\j a)/ndra), aquele que não anda trocando de mulher ou desejando a mulher de outrem ou aquele que não tenha mais de uma mulher. Parece-nos que aqui podemos também entender como uma inferência ao que Cristo diz a respeito do casamento (ou divórcio) em Mateus 19. 4 – 6:

 Respondeu-lhe Jesus: Não tendes lido que o Criador os fez desde o princípio homem e mulher, e que ordenou: Por isso deixará o homem pai e mãe, e unir-se-á a sua mulher; e serão os dois uma só carne? Assim já não são mais dois, mas um só carne. Portanto o que Deus ajuntou, não o separe o homem.


Nessa passagem de Mateus, Jesus é indagado a respeito do divórcio ou repudio, o que Cristo ao responder deixa explicitado que no princípio o Criador fez homem e mulher, e aqui a singularidade, um homem e uma mulher, e que esses deveriam se unir e que seriam dois uma só carne. Não há aqui lugar para mais de uma mulher, mas apenas uma mulher[12]. Que não haja, portanto, para o que deseja o episcopado mais de um casamento.  


3)      Esse líder deve também ser vigilante, sóbrio [nhfa/lion) (circunspecto)], olhar sempre em volta de si, ponderado, prudente, sério. Parece indicar aqui que deve ser alguém que tenha auto-controle, principalmente no uso de bebida alcoólica.
4)      Moderado [ko/smion (de mente sã, mente saudável, de bom senso)], esse líder estará julgando as cousas de forma saudável, com bom senso. Ele deve ser temperante nas suas decisões e ações. Aqui parece ser alguém que tenha um comportamento temperamental controlado.
5)      Também hospitaleiro (filo/cenon). Literalmente amigo dos estrangeiros, hospitaleiro.
6)      Não dado ao vinho (mh\ pa/roinon). Literalmente, não vinho ao lado, ou seja, que não viva sob o controlado pelo vinho.
7)      Não espancador (mh\ plh/kthn). Essa exigência segue logo após a que o bispo não deve ser controlado pelo vinho. Aquele que é controlado pelo vinho certamente é alguém descontrolado, violento, é uma pessoa colérica, irritadiça e afeita a brigas, portanto, parece ser exatamente esse não espancador. Paulo vai ensinar numa outra carta sua (Ef 4.18), que os crentes não devem embriagar-se com vinho em que há contenda, mas devem deixar serem cheios do Espírito Santo. Talvez esse espancador seja a conseqüência de quem “tenha o vinho ao seu lado”.
8)      Razoável (a)lla\ e)pieikh). Ao contrario do que foi mencionado acima, ele deve ser razoável, domado, suavizado, dócil, manso, gentil, brando, leve, amável, tolerante.
9)      Não contencioso (a)/maxon). Esse líder também deve ser pacifico, que procura a paz, o acordo, não briguente.                        
10)  Não cobiçoso de torpe ganância (a)fila/rguron). Literalmente não amigo da prata. Que não seja um individuo ligado ao desejo desenfreado pelo dinheiro. Paulo vai informar que (I Tm 6.9,10): 

Os que querem ficar ricos caem em tentação, e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição. Porque o amor ao dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé, e a si mesmos se atormentaram com muitas dores.


Assim temos que ao líder, ao obreiro, ao bispo, ao pastor, não deve ser amante do dinheiro, o propósito da liderança deve ser outro (Cf Ef 4.11-16)
11)  Que tenha um bom testemunho dos que estão de fora (marturi/an kalh\n e)/xein a)po\ tw=n e)/cwqen). É preciso que esse líder seja exemplo tanto na Igreja (local), quanto fora da comunidade dos cristãos, para que o acusador não tenho do que o acusar e o envergonhar.
12)  ...de uma só palavra (mh\ dilo/gouj)  Literalmente não de duas palavras. O líder cristão não pode ter no seu discurso, na sua conversa duas palavras. Deve ser sim ou não. O homem de duas palavras fica absolutamente desacreditado, logo é desqualificado para ser um líder cristão.

O líder proposto por Paulo, portanto, deve ser exemplo dos fieis, na palavra, no trato, no amor, no espírito, na fé, na pureza (I Tm 4.12), deve fugir da soberba de questões e contendas de palavras (que produzem invejas, porfias, blasfemas, ruins suspeitas (I Tm 6.4,5), mas deve seguir a justiça, a piedade, a fé, o amor, a paciência, a mansidão (I Tm 6.11), jamais deve se envergonhar do testemunho do Senhor Jesus (II Tm 1.8), deve sofrer as aflições como bom soldado de Jesus sem se embaraçar, sem se envolver com os negócios (certamente as coisas que prendem o homem ao terrenal (paixões, amor ao dinheiro etc). Evitando falatórios profanos que apenas servem para produzir mais impiedade e roera como gangrega os que a isso se envolver. O homem de Deus deve está sempre atento, vivendo a Palavra, para que seja completamente capacitado para a boa obra (II Tm 3.16,17), deve ser sóbrio, equilibrado em tudo, auto-controlado (II Tm 4.5). Ao líder cristão se requer um padrão de caráter semelhante ao de Seu Mestre Maior, Jesus. 

III – PAULO E O CORAÇÃO DE UM LIDER CRISTÃO

O verdadeiro líder cristão tem o seu coração voltado para Deus, para a obra de Deus, para as necessidades de outrem em amor, em compaixão, em piedade, em compreensão, em longanimidade (Cf Jo 13.1,4; 15.12, 17; Mt 19.29; Mc 8.35; Lc 10.9; 18.29; Rm 1.5; 8.36; 12.10;13.8,10; I Co 4.10; II Co 4.5, 11, 15; 5.14; 12.10; Gl 5.13; I Tm 1.5; 2.15; 4.12; 6.11; II Tm 1.7, 13; 2.10, 22; 3.10), e é isso mesmo que Paulo vai instigar a Timóteo e aos que desejem ser lideres na Igreja.     

3.1 – O líder e a compaixão

Já nos primeiros textos da primeira carta observamos a admoestação de Paulo ao líder Timóteo a que atente para a finalidade, para o objetivo desta exortação, desta ordenança: ...o amor de proceder de coração limpo... (1.5).  Paulo tem como alvo que o seu discípulo proceda com amor de um coração limpo, que tenha como alvo o projeto de Deus, a edificação de Deus, não a sua própria edificação , porque alguns apenas querem e produzem discussões porque desejam ao seu bel prazer ser mestres da lei. O importante não é ser mestre da lei, mas agir com um coração limpo, com intuitos de edificação.
Ele continua e explicita o mistério da compaixão (piedade): Deus se manifestou em carne, foi justificado no Espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo, recebido na gloria. Deus amou de tal maneira o mundo que desceu através de Jesus e manifestou-se em carne, Deus condescendeu em relação a humanidade. Cristo sendo Deus tal qual o Pai não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvasiou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens. E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até a morte...(Fl 2.6-8)[13], e ensina aos Filipenses que a atitude dos cristãos deve ser essa mesma de Cristo Jesus. Da mesma maneira o líder cristão deve proceder, como Deus que condescendeu, como Deus que num ato de piedade, de compaixão, de sentir a miséria do ser humano, manifestou-se em carne, sofreu até a morte de cruz, assim também o líder cristão deve estar apto. Se Timóteo atentar e ensinar essas coisas a Igreja, aos lideres, ele então será bom ministro (bom serventurio).
Na verdade, o líder cristão deve ser o servo-mor da Igreja. Paulo ensinando aos Coríntios ensina que é a partir das nossas ações ...os homens nos considerem como ministros  (u(phre/taj)  de Cristo...(I Co 4.1), ministros no sentido de menor dos servos, daquele que fica em baixo do navio[14], remando, fazendo o navio deslocar-se de um lado para o outro. A ação do líder, deve ser uma ação cheia de misericórdia, de compaixão, sentindo a dor de outrem. O líder não deve verificar apenas suas próprias necessidades, mas as necessidades dos liderados (Cf I Tm 5.1-24). Ajudando aos anciãos, aos jovens, as viúvas nas suas necessidades, e também retribuindo condignamente àqueles que se esmeram na obra de Deus, não fazendo nada por parcialidade, mas em tudo agindo imparcialmente.
O apóstolo Paulo deixa aclarado para Timóteo que ele deve manter uma vida que siga a justiça, a piedade (através de atitudes que o façam sentir a dor de outrem), a fé (fidelidade com Deus, com as normas de Deus, com o Evangelho de Jesus) e também o amor (que é o cumprimento da lei, que é o maior dos mandamentos – amar a Deus e ao próximo como a si mesmo), a paciência, e mansidão (I Tm 6.11; II Tm 2.22). O líder deve ser o escravo (douloj), o servo, que não contende, mas que é manso, afável para com todos, sofredor, capaz de suportar o mal sem ressentimento, tolerante. Deve sofrer os males, o mal, mas cumprir com o serviço proposto em prol de Deus e da Igreja (II Tm 4.5).    
                                                































CONCLUSÃO



O apóstolo Paulo tem expectativas no ensino da liderança. Ele mesmo deu-se como paradigma de líder cristão (Cf I Co 4.16; 11.1; Fp 3.17; I Ts 1.6; I Tm 3.1-16; Ef 5.1),  pois ele segui o perfil de Jesus Cristo.
O líder cristão deve manter um padrão de vida muito elevado, não no modus vivend do mundo, mas no padrão do Reino de Deus. Assim sendo, sua preocupação é que o líder não ensine os seus pontos de vista, isso só trará problemas e acarretará o distanciamento da verdadeira fé, um outro ensinamento que não conduz a vida eterna, mas que o líder se esmere no conhecimento de Deus para glória de Deus.
É de suma importância aos lideres cristãos o despertamento para a verdadeira liderança cristã, pois que, nestes últimos dias, temos mais pessoas que se acham donos, chefes, não atentam para o cuidado na liderança (Rm 12.8, 16; I Pe 5.2,3), muitos querendo ser servidos, e jamais servirem.
Portanto, temos na admoestação paulina que o líder deve ser alguém competente, apto para gerir as necessidades administrativas da Igreja (local), mas não apenas isso, mas apto para a condução de outros para a verdade através do ensinamento da verdade, esse líder precisa ser, ter, manter sua vida de forma irrepreensível para os que estão dentro e também para os que estão fora da Igreja, para que o adversário não queira envergonha-lo, também deve ser alguém humilde, compassivo e que haja misericordiosamente, com compaixão, sentindo as dores, as necessidades dos demais.





REFERÊNCIAS



KELLY, J.N.D. (1999). I e II Timóteo e Tito, Introdução e Comentário. Trad. Gordon Chown. São Paulo: Vida Nova.

GUTHRIE, Donald, (2007). Gálatas, Introdução e Comentário. Trad. Gordon Chown. São Paulo: Vida Nova.

Bíblia de Estudo Scofield. (2009) Texto Bíblico Almeida Corrigida Fiel. São Paulo: Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil.

LUZ, Waldyr Carvalho. (2003). Novo Testamento Interlinear. São Paulo: Cultura Cristã.

THE NEW TESTAMENT. 1994 The Greek underlying the English authorized version of 1611. England:  Trinitarian Bible Society.

GINGRICH, F. Wilbur; DANKER, Frederick W. 2000. Léxico do Novo Testamento – Grego Português. São Paulo: Vida Nova.

HALE, Broadus David. (1983) Introdução ao estudo do Novo Testamento. Trad. Cláudio Vital de Souza. Rio de Janeiro: JUERP.


Ffab Bible Windows. (1993-1996) Silver Moutain Software.  


FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. (1999) Dicionário Aurélio Eletrônico – Século XXI, versão 3.0: Nova Fronteira e Lexikon Informática Ltda.

Dicionário Michaelis

Bíblia Sagrada. ARA

Bíblia Sagrada. ARC

Bíblia Sagrada. NVI







Imagem do Google

[1] Trabalho apresentado como requisito obrigatório para conclusão do Modulo de Epistolas Pastorais do Curso de Mestrado em Teologia Bíblica do Novo Testamento. Sob a orientação do Profº Drº. Pr. Carlos Osvaldo em 2011.

[2] At 24.5; Cl 1.5,6
[3] II Tm 1.8, 12, 16;  2.9; 4.16.
[4]  pareka/lesa/ – (Literalmente parece ser chamei ao lado) – é uma exortação, uma insistência.
[5]  paraggei/lvj – (Literalmente parece ser anunciasses ao lado) – ele deveria advertir a outros a não ensinar outra doutrina.
[6] No texto aos gálatas nos parece que Paulo apresenta um outro Evangelho como sendo um Evangelho paralelo ao seu (talvez com pontos parecidos), mas que mesmo assim era anátema. Mas no texto de I Tm 1.3 ele deixa explicitado na carta, que se trata de outra doutrina, outro ensino (e(terodidaskalein).
[7] Cf I Tm 1.3; 6.3.
[8] Paulo enquanto esteve em Éfeso cuidou responsivamente de ensinar a verdadeira doutrina, bem como a combater as falsas, isso fez de forma oral, agora estava fazendo de forma escrita e precisava do empenho de Timóteo, da sua inteira responsabilidade e competência.
[9]Graça, misericórdia, paz, o amor de um coração puro, uma boa consciência, uma fé não fingida, Senhorio de Jesus, Sua Divindade, Sua Majestade, Sua Eternidade, Sua Obra de Redenção, Sua Humanidade, Sua Humilhação, Sua Exaltação, padrão de vida santificado, advento de Jesus Cristo (retorno), Trindade, etc. são estas e outras as doutrinas de Paulo na carta a Timóteo, o que sem duvidas Paulo já havia discorrido por vezes quando estava em Éfeso através da preleção, do ensinamento e agora está também fazendo a partir dessa Carta, sabendo que quando esteve em Éfeso falou muito mais do que aqui está Escrito.
[10] mimhtai/ - A palavra nos leva a entender que é alguém que busca imitar o modelo de outro, ou seja, seguir ao modelo de vida exemplar de outro. Uma imitação que um fica igual ao outro.
[11] I Tm 1.5
[12] É claro que esse texto fala mais precisamente a respeito do repudio, mas o trouxe precisamente para abordar a singularidade do casamento. Um homem + uma mulher = uma só carne.
[13] NVI
[14] Navio dos tempos antigos, é claro.

Espaço da Palavra

25/02/2018

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

ANÁLISE EXEGÉTICA DO CAPÍTULO 4 – APOCALIPSE

Resultado de imagem para apocalipse 4

ANÁLISE EXEGÉTICA DO CAPÍTULO 4 – APOCALIPSE[1]

1 – INTRODUÇÃO



O trabalho que nos dispomos a perquirir em analise é o capítulo quatro do Livro do Apocalipse e o nosso objetivo é podermos entender melhor esse capítulo bem como o contexto geral do Livro.
Procuraremos obter as informações a partir do texto lido (Apocalipse), bem como de comentários de autores que já escreveram a respeito do livro da Revelação e também tentando não olvidar da exposição do ministrante da disciplina Teologia Apocalíptica.
Deixando aclarado que, nossa proposição é investigar o que a Inspiração dessa Escritura trouxe para os dias do apóstolo, bem como o que nos trás para a nossa realidade. O que o Revelador dos mistérios quis dizer a respeito do capítulo quatro, quais são as implicações para os nossos dias.
Iniciaremos a partir da autoria do Livro e prosseguiremos com a datação da Revelação, bem como seguiremos pelos destinatários, propósito, tema e então faremos uma análise do capitulo quatro do Livro do Apocalipse.


2 – AUTORIA E DATA


A autoria do Livro do Apocalipse é de todo conhecida que fora de João. Mesmo no Livro temos a evidencia interna de que a Revelação de Jesus Cristo fora enviada pelo seu anjo e notificada a João seu servo. Temos no próprio Livro quatro citações diretas explicitadas pelo nome de que fora João[2]. É claro que temos algumas pessoas que também chamavam-se João, e como bem nos apresenta Kistemaker (2004, p. 34) entre eles temos João o batizador, João pai do apóstolo Pedro, João Marcos e João que pertencia a família do sumo sacerdote. Como também não podemos jamais esquecer o apóstolo João, filho de Zebedeu e Salomé[3], este apóstolo que era aquele mais aproximado de Jesus, aquele a quem Jesus amava[4]. E é exatamente sobre esse último que todas as evidencias vão se deter[5].
Conforme pesquisado e já conhecido por todos[6], o apóstolo João fora exilado na Ilha de Patmos por Domiciano, Imperador Romano, esse Imperador governou o Império Romano entre os anos 81 – 96 d.C, e fora ele quem deu ordem para enviar a João para a Ilha. E assim nos faz saber Kistemaker (2004, pp. 126, 127):

                               
Essa ilha está localizada umas quarenta milhas a sudoeste de Mileto (At 2015), a qual servia de porto para Éfeso. Ela mede dez milhas de norte a sul e seis de leste a oeste, e consiste de montes que sobem oitocentos pés acima do nível do mar.
Patmos é uma ilha rochosa e vulcânica, para a qual o governo romano, no primeiro e segundo século, bania os exilados. Durante o fim do reinado do imperador Domiciano (81-91), João foi enviado a esta ilha (...) foi banido na qualidade de líder das igrejas na parte ocidental da Ásia Menor. Os romanos perseguiam os cristãos que não reconheciam César como Senhor, mas, sim, Jesus Cristo; os oficiais romanos consideravam João como fomentador da religião cristã. A tradição diz que, depois da morte de Domiciano, seu sucessor, Nerva, liberou João e lhe permitiu regressar a Éfeso.



Assim, temos que João, o apóstolo, também chamado de: o ancião, o teólogo, o evangelista, o discípulo amado, fora o autor[7] do apocalipse, por volta dos últimos anos do Imperador Domiciano, talvez 95 d.C, e que ele estava na Ilha de Patmos.
É claro que estamos falando da autoria humana do Livro, pois que, sabemos claramente que a autoria do Livro de Apocalipse é do próprio Cristo, João apenas escreve o que ouve e vê.


3 – DESTINATÁRIO E PROPÓSITO


O autor do Livro de Apocalipse tem seus destinatários, ele se dirige as sete igrejas da Ásia (Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia) , no entanto, eis que surge uma problemática: Seria apenas as sete igrejas da Ásia que Jesus está se direcionando? É literalmente apenas as sete igrejas da Ásia?
Descordando de forma peremptória com a tese de que a Revelação se restringe apenas as sete igrejas da Ásia, e concorde com a tese de que a Revelação ultrapassa a geografia das sete igrejas e vai além da própria Ásia Menor e todo o Oriente, o Apocalipse é para a Igreja no âmbito generalizado. Como bem nos apresenta Kistemaker (2004, p. 80):


  (...) Só podemos presumir que as igrejas às quais João enviou as cartas são representantes da Igreja Universal de Jesus Cristo (...) O número sete simboliza completude e sugere que Jesus apela para todos os crentes cristãos em todos os lugares e em todas as épocas. A mensagem do apocalipse é para “todos os que ouvem as palavras da profecia deste livro” (22.18). Igualmente, todos quantos lêem e estudam esse livro são chamados bem-aventurados (1.3). E, finalmente, a ordem reiterada, “aquele que tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas”, é endereçada a todos (...).


Entendemos perfeitamente que, se o Apocalipse fora revelado apenas para o contexto situacional da contemporaneidade da época, e que se tudo se cumprira, não teria porque estudarmos o Apocalipse. Porém, sabendo que esse Livro é de Literatura Apocalíptica e que contém elementos escatológicos, entendemos por fim que é um Livro para ser estudado, analisado por todo o tempo em que estivermos ainda aqui na terra.
É possível que, durante o período em que se passou entre a ascensão de Cristo, as primeiras décadas da Igreja e os momentos finais do Império de Domiciano, a Igreja estivesse sofrendo as aflições e perseguições, bem como um tipo de “fria esperança”, onde passados mais ou menos sessenta anos da ascensão, o Salvador ainda não havia retornado. Parece-nos então que, o propósito da Revelação era fazer os crentes entenderem que o Salvador estava vivo, que estava a par de toda a história e que tinha o controle do principio e fim nas Suas Mãos. E que Ele viria cumprir a Sua Promessa de estabelecer o Seu Reino e de por fim, julgar a Satanás e os seres angelicais caídos, bem como todo aquele que se apartar de Deus.


 O propósito do Apocalipse visa reanimar e confortar os crentes em sua luta contra Satanás e seus correligionários. O livro divulga que, nesse conflito entre Cristo e Satanás, Cristo é o vencedor, e Satanás é o vencido. Ainda quando Satanás e seu exercito deflagrem guerra contra os santos na terra, os quais enfrentam sofrimento, opressão, perseguição e morte, Cristo é vitorioso (...) Portanto, esse livro de consolação dirige a atenção de cada crente para o julgamento do mundo e para a vitória final da Igreja. Ainda que Satanás se oponha à marcha do evangelho e ao crescimento da Igreja no mundo inteiro, seu poder é limitado e eventualmente se deparará com o fim, quando ele e seus agentes forem lançados no lago de fogo (...)[8].



Portanto, entendemos que o Apocalipse não se restringiu apenas aquela época, em que João estava vivendo, mas que se entendeu e se estende até a consumação da história.


4 – COMENTÁRIO (CAPÍTULO 4 – APOCALIPSE)


Depois destas coisas, olhei, e eis que estava uma porta aberta no céu; e a primeira voz que, como de trombeta, ouvira falar comigo, disse: Sobe aqui, e mostrar-te-ei as coisas que depois destas devem acontecer.
 E logo fui arrebatado no Espírito, e eis que um trono estava posto no céu, e um assentado sobre o trono.
E o que estava assentado era, na aparência, semelhante à pedra jaspe e sardônica; e o arco celeste estava ao redor do trono, e parecia semelhante à esmeralda.
E ao redor do trono havia vinte e quatro tronos; e vi assentados sobre os tronos vinte e quatro anciãos vestidos de vestes brancas; e tinham sobre suas cabeças coroas de ouro.
E do trono saíam relâmpagos, e trovões, e vozes; e diante do trono ardiam sete lâmpadas de fogo, as quais são os sete espíritos de Deus.
E havia diante do trono como que um mar de vidro, semelhante ao cristal.e no meio do trono, e ao redor do trono, quatro animais cheios de olhos, por diante e por detrás.
E o primeiro animal era semelhante a um leão, e o segundo animal semelhante a um bezerro, e tinha o terceiro animal o rosto como de homem, e o quarto animal era semelhante a uma águia voando.
E os quatro animais tinham, cada um de per si, seis asas, e ao redor, e por dentro, estavam cheios de olhos; e não descansam nem de dia nem de noite, dizendo: Santo, Santo, Santo, é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, que era, e que é, e que há de vir.
E, quando os animais davam gloria, e honra, e ações de graças ao que estava assentado sobre o trono, ao que vive para todo o sempre,
Os vinte e quatro anciãos prostravam-se diante do que estava assentado sobre o trono, e adoravam o que vive para todo o sempre; e lançavam as suas coroas diante do trono, dizendo:
Digno és, Senhor, de receber glória, e honra, e poder; porque tu criaste todas as coisas, e por tua vontade são e foram criadas[9].



Depois destas coisas (v.1)... Meta\ (Preposição, podendo ser traduzido por, em companhia com, em companhia de, junto com, como está acompanhado de um caso acusativo pode ser traduzido por  depois de ou após = depois de)tau=ta (Pronome demonstrativo, usado como adjetivo e substantivo, neste caso, usado como adjetivo = estas)   eiådon (Verbo, Indicativo Aoristo, na voz ativa, literalmente ver, perceber, olhar= ví)...
Afinal, depois de quê? Depois de estas o quê?
João acabara de ter as visões de Apocalipse em referencia a Pessoa que está lhe dirigindo a Revelação. Ele tem a primeira visão que compreende do capítulo primeiro até ao capítulo terceiro. Aqui no capítulo quatro ele começa a ter outras visões. É preciso que se diga que no original não encontramos a palavra coisas como se encontra nas nossas traduções, o texto Sagrado apenas nos traz Depois de estas ou Depois destas (...), e claro que entendemos que ele está referindo-se com estas ou destas as primeiras visões que ele tivera. Na primeira visão ou na primeira parte das visões, em que ele foi arrebatado (1.10). É-nos compreensível que ele está tratando com Depois destas ou de estas, em referencia ao primeiro arrebatamento, ainda que em 1.10 não encontramos a palavra arrebatamento, assim como não encontramos aqui (em 4.2), tanto na primeira parte das revelações, como nessa segunda parte, João nos deixa aclarado que ele estava no Espírito (e)n pneu/mati = em espírito, mas também pode ser traduzido por no espírito bem como pode ser traduzido por pelo espírito, preferimos a tradução pelo Espírito porque nos deixa aclarado que era a ação do Espírito Santo em arrebatar a João, vejamos que a preposição e)n está no dativo, a ação não é de João, ele está sofrendo a ação, no entanto entendemos que esse arrebatamento era uma arrebatamento do espírito de João, assim como Deus arrebatava a Ezequiel no AT [Ez 3.14; 8.1-4; 11.1, 24; 37.1; 43.5; etc], no entanto, é bom lembrarmos que o apóstolo Paulo fora também arrebatado e ele não soubera explicar se no corpo ou fora do corpo [cf. II Co 12.1-4]). Assim temos também que João ouve e vê. Ele ouve uma grande voz detrás dele, como de trombeta (1.10) que se revelara dizendo:


(...) Eu sou o Alfa e o Ômega, o primeiro e o derradeiro; e o que vês, escreve-o num livro, e envia-o às sete igrejas que estão na Ásia: a Éfeso, e a Esmirna, e a Pergamo, e a Tiatira, e a Sardes, e a Filadelfia, e a Laodiceia. E virei-me para ver quem falava comigo. E, virando-me, vi sete castiçais de ouro; E no meio dos sete castiçais um semelhante ao Filho do homem, vestido até aos pés de uma roupa comprida, e cingido pelos peitos com um cinto de ouro. E sua cabeça e cabelos eram brancos como lã branca, como a neve, e os seus olhos como chama de fogo; E os seus pés, semelhantes a latão reluzente, como se tivessem sido refinados numa fornalha, e a sua voz como a voz de muitas águas. E ele tinha na sua destra sete estrelas; e de sua boca saía uma aguda espada de dois fios; e o seu rosto era como o sol, quando na sua força resplandece. E eu, quando vi, caí a seus pés como morto; e ele pôs sobre mim a sua destra, dizendo-me: Não temas; Eu sou o primeiro e o último; E o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém. E tenho as chaves da morte e do inferno. Escreve as coisas que tens visto, e as que são, e as que depois destas hão de acontecer; O mistério das sete estrelas, que viste na minha destra, e dos sete castiçais de ouro. As sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete castiçais, que viste, são as sete igrejas.


João fora arrebatado pelo Espírito e teve essa majestosa visão em que nos descreve com cuidadosos detalhes o que viu. É claro que a linguagem humana não é suficiente para dizer com exatidão o que ele viu, mas ele tenta descrever com todo o cuidado e polidez, com tudo o que ele tem de cosmovisão para tentar aproximar, em semelhança, não com exatidão, mas com semelhança o que ele viu. E ele viu o Senhor Ressurreto glorificado, como Aquele que é desde sempre, Aquele que tem o domínio do tempo, Ele é o começo e também é o fim. Ele é o que tem Todo-Poder, Ele é resplandecente, é o que vive e foi morto, mas eis que vive para todo o sempre, ou seja, Ele é o Eterno. Tem as chaves da morte e do inferno. E quer que João escreva as coisas que são e as que vão acontecer depois destas. Começa então a revelar a João as situações dos líderes e das sete igrejas, e é, exatamente depois destas visões e deste arrebatamento que ele entra numa outra dimensão de visões.
Não sabemos quanto tempo durou entre um arrebatamento e o outro, no entanto, certo é que, depois da seqüência das primeiras visões, em complemento com aqueles, mas saindo de uma geografia terrena para uma dimensão celestial, ele diz que viu e eis que estava aberta uma porta no céu... não era mais na dimensão territorial terrenal, mas era diretamente uma porta aberta no céu...(kai idou\ qu/ra h)ne%gme/nh e)n t% ou)ran% = E eis uma porta que foi aberta para dentro no céu = uma porta que foi aberta para entrar dentro, no céu – esse é o sentido da frase), João está agora saindo da terra para entrar diretamente no céu (no terceiro, onde Paulo certamente entrou, na presença do Eterno, do Deus Pai e do Senhor Jesus Cristo).
Ele, João é instigado por Aquela mesma voz que falara com ele no primeiro arrebatamento. O apóstolo jamais esquecerá Aquela voz, pois que a voz é muito forte, é como de trombeta. A primeira voz fala com João dizendo que é o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Derradeiro. É o que vive e foi morto, mas eis que está vivo para todo o sempre. Não é difícil de entendermos de quem é a voz. Quem foi morto? É claro que é a voz de Jesus. E dessa segunda vez, o Espírito arrebata João[10] e ele ouve a voz inconfundível de Jesus, e essa voz é na verdade uma voz de comando, é uma ordem (Ana/ba = verbo aoristo, voz ativa, modo imperativo – é uma ordem dada ao apóstolo – Sobe aqui. (Ana/+bainw = a¨¨na/ = para cima; bainw=movimento – vem para cima também pode ser uma tradução) João deve obedecer a ordem e sair da terra em direção ao céu. Dar um pulo na direção do céu. Já que ele está no Espírito, pelo Espírito, é só ir, pular, subir para o céu.
Há sem duvidas, como nos apresenta Kistemaker (2004, p. 240) contrastes entre a primeira visão e a segunda visão. Há um contraste entre os membros dessas igrejas que são pessoas que estão ainda sujeitos ao pecado, ainda debaixo de possíveis deficiências espirituais com a indizível e magnânima glória e santidade do Deus inescrutável[11], é o contraste entre os seres terrenais falhos, com o Ser Eterno Perfeito.
Temos também que “... na primeira visão (1.9–3.22), Jesus se revela e endereça às sete igrejas na terra. A segunda visão (4.1–8.1) é dedicada a uma descrição do trono de Deus. Esse trono no céu é o centro do universo e esse é o lugar onde o Cordeiro abre os selos[12]”. Também não podemos deixar de mencionar que “... a mensagem às sete igrejas é direta e relativamente simples, mas a descrição do trono no céu é esboçada em linguagem simbólica, e assim é a abertura dos sete selos (...)[13]”.
A Revelação continua e João nos informa que a Voz Poderosa, Triunfante, é como voz de trombeta. É claro que, a partir das Escrituras Sagradas, entendemos que a Trombeta ao ser tocada, algo extraordinário estava para acontecer. A primeira vez que aparece o som da Trombeta tocando está em Êxodo quando Deus fala com Moisés no Monte Sinai para o povo ouvir. Deus ordena a Moisés a que o povo se santifique, porque Ele vai falar com Moisés diante do povo.


Ao amanhecer do terceiro dia houve trovões e raios, uma densa nuvem cobriu o monte, e uma trombeta[14] ressoou fortemente. Todos no acampamento tremeram de medo. Moisés levou o povo para fora do acampamento, para encontrar-se com Deus, e eles ficaram ao pé do monte. O monte Sinai estava coberto de fumaça, pois o SENHOR tinha descido sobre ele em chamas de fogo. Dele subia fumaça como que de uma fornalha; todo o monte tremia violentamente, e o som da trombeta era cada vez mais forte. Então Moisés falou, e a voz de Deus lhe respondeu[15].


Temos então que, a primeira vez que aparece o som da trombeta, ela vem com a manifestação de Deus em revelar-se ao povo e Ele revelou o Decálogo.
Verificamos também em Josué[16], quando Deus dá o comando a que se toque a trombeta e que gritem com grande grita para que os muros de Jericó caíssem. Também está presente o som da trombeta, ainda que aqui temos os sacerdotes tocando, e em Moisés é um som misterioso que acompanha o grande Deus criador que está se revelando ao seu povo Israel.
Logo temos que o som da trombeta é verificado em vários outros textos bíblicos sempre com o intuito de apresentar algo. Para a questão das festividades, também para convocação do povo do arraial, para saída em direção a Canaã, para sair contra os inimigos, enfim, sempre a trombeta aparece como algo para acontecer. Assim sendo, temos que, para um judeu o som da trombeta representa muito: Revelação (com presença “física” de Deus), para derrubar obstáculos, para irem em direção a Canaã, para sair contra os inimigos, etc. João entendia que o som como que de trombeta apresentava muito para ele, além de automaticamente despertá-lo para uma revelação, a semelhança do que já havia acontecido com Moisés, ainda que nesta Revelação do apóstolo temos que, o som como de trombeta não era outra coisa senão a mesma voz que lhe falara no primeiro arrebatamento pelo Espírito, era a Voz do Próprio Senhor Jesus Cristo. Era uma dimensão profunda de Revelação assim como Deus revelou-se a Moisés, com algo em preponderância no Apocalipse, é que essa Voz e a Voz de Jesus Ressurreto. E essa Voz de Comando dera-lhe uma ordem, e ele fora pelo Espírito para dentro da porta, para o céu, como já mencionamos supra.
João entra então no céu “... e eis que um trono estava posto no céu, e um assentado sobre o trono”. João começa então a descrição do que ele está vendo. Ele vê um trono posto no céu, é todo relevante trazermos a reminiscência que outros servos[17] de Deus também já tiveram visão semelhante. O profeta Isaías também foi agraciado por Deus com a visão do trono:


“(...) eu vi o Senhor assentado num trono alto e exaltado; e a aba de sua veste enchia o templo. Acima dele estavam serafins; cada um deles tinha seis asas: com duas cobriam o rosto, com duas cobriam o pés e com duas voavam. E proclamavam uns para os outros: “Santo, santo, santo é o SENHOR dos Exércitos, a terra inteira está cheia da sua glória”. Ao som das suas vozes os batentes das portas tremeram, e o templo ficou cheio de fumaça.


A descrição de Isaías é semelhante ao que João descreve. O SENHOR está assentado num trono. É preciso que entendamos que é uma linguagem simbólica, o trono está nos dando uma idéia de governo, de soberano, de rei, de comando. E vejamos que, como João “saiu” da terra para o céu, esse governo, esse soberano, esse comando é o céu, sobre a terra, é sobre tudo e todos. O governo não é um governo humano, mas Um[18] e só tem o governo de tudo. Todas as coisas estão abaixo desse governo. O propósito dessa visão é apresentar a Deus, o Deus Santo, o Deus Todo-Poderoso (pantokra/twr), que está desde sempre e será sempre, como Aquele que governa o universo. Em todos os textos em que verificarmos os autores bíblicos mencionando sobre o trono de Deus é sempre como aquele que reina, que governa, que domina, que julga, que é soberano, está acima de tudo e de todos e que é para sempre[19].
É bom entendermos também uma inferência a Trindade: A voz falando é a voz de Jesus. O Espírito Santo está agindo no arrebatamento de João e o Deus Pai está assentado no trono. É claro que a Trindade está em ação na Revelação.
João não faz uma descrição exata do que vê assentado no trono. Ele diz que “...o que estava assentado era, na aparência, semelhante à pedra jaspe e sardônica...”. Na verdade o apóstolo não consegue outras palavras para descrever. Na sua visão de mundo o que ele consegue aproximar para que outros possam pelo menos tentar imaginar é o que ele usa como as cores de pedras preciosas. O jaspe é uma pedra preciosa de várias cores, como vermelho, amarelo, verde, marrom e a sardônica é “o vermelho encarnado, vermelho laranja ou o castanho avermelhado[20]”, essas pedras era brilhantes, assim temos que o que João viu fora brilhos esverdeado, avermelhado e provavelmente outros brilhos semelhantes ao brilho e cor dessas pedras, mas se detém apenas a essa descrição. Essa descrição também nos revela o quanto é glorioso o nosso Deus, de maneira que sua glória é indizível e também indescritível, impenetrável.
O discípulo amado também vê o arco celeste ao redor do trono. Conforme a aparição do arco pela primeira[21] vez é de todo sabido que fora um sinal de Deus de que não mais destruiria a terra com um dilúvio, e esse sinal era o sinal de um pacto entre Deus e a humanidade. E sempre que as pessoas vissem o sinal saberiam que Deus não mais destruiria a terra por intermédio de um dilúvio, assim, temos aqui talvez uma alusão de que Aquele que está assentado como soberano, é também Aquele que lembra do pacto, é firme no pacto, é fiel no cumprimento de Seus pactos.
Em seqüência ele prossegue afirmando que: “E ao redor do trono havia vinte e quatro tronos; e vi assentados sobre os tronos vinte e quatro anciãos vestidos de vestes brancas; e tinham sobre suas cabeças coroas de ouro”. É possível que tenhamos um cenário de seis tronos divididos aos lados (ao redor) o que nos daria vinte e quatro, e que Silva (s/d, p. 45) nos dá as seguintes informações possíveis:

Os vinte e quatro anciãos” do capítulo em foco, não podem ser anjos: eles entoam o cântico da redenção, como tendo sido redimidos (Ap 5.8-9). É evidente que, em sentido geral, os anjos não são vistos coroados, e nem assentados em tronos. Jesus falou aos seus discípulos que eles n futuro se assentariam sobre “doze tronos” (Mt 19.28). Esses “personagens” misteriosos encontram-se estado de salvação definitiva (vestidos de branco), já possuem o prêmio de sua salvação (coroas de ouro) e participam com autoridade no desenvolvimento da salvação (assentados em tronos). Quem são eles? Há somente um sentido possível: Os doze primeiros anciãos deste turno de vinte e quatro, são “os doze patriarcas” filhos de Israel, que estão ao lado de Cristo, representando todos os remidos da “dispensação da lei” focalizada no Antigo Testamento (cf. Nm 13.2-3; 17.1-6; Hb 8.5 e 9.23). Os outros doze, são “os doze Apóstolos do Cordeiro”, pois em alguns casos eles são chamados de “anciãos” (cf. Fm v.9; 1Pd 5.1; 2Jo v.1 e 9 Jo v.1). Estão ao lado de Cristo, representando todos os remidos da “dispensação da graça” focalizada no Novo Testamento (cf. Mt 19.29; Ap 21.12, 14). Está aqui já o início do cumprimento da promessa do Senhor em (Mt 19.28). Tronos, no primeiro caso, e coroas no segundo (cf. 2Tm 4.8). Provavelmente serão eles os mesmos personagens que se assentarão ao lado de Cristo durante o Milênio (cf. Ap 20.4). (sic).


Não tenho a mesma exatidão na conclusão deste autor, no entanto, acordamos que sejam pessoas, seres humanos que estarão glorificando ao SENHOR já em estado de glorificação. Scofield (2009, p. 1166) vai nos trazer que:


Estes anciãos representam a Igreja. A palavra “ancião” tem importancia eclesiástica (1 Tm 5.17; Tt 1.5). No NT, as coroas são apresentadas exlusivamente como recompensa para os fiéis na Igreja. Os anciãos sentam-se em tronos que estão associados com o trono do juízo de Deus (vv. 2-4; com. 1 Co 6.2,3; 2 Tm 2.12).


E, podemos concluir com as palavras de Kistemaker (2004, p. 248) que está de acordo com a supra-citação: “...os anciãos são de grande importância e de uma hierarquia mais elevada que os anjos. Os vinte e quatro anciãos representam os santos redimidos e, com os anjos e todos os seres viventes, esses anciãos rendem louvores, honra e gloria ao Cordeiro ( 5.12)”.
João volta a mencionar o trono e vai nos trazes que “...saíam relâmpagos, e trovões, e vozes; e diante do trono ardiam sete lâmpadas de fogo, as quais são os sete espíritos de Deus”. É claro que os relâmpagos, os trovões nos indica a presença inefável, inexplicável, insondável de Deus. Vejamos que na referencia acima mencionada da revelação de Deus a Moisés no monte Sinai, também houve relâmpagos, trovões. A indicação aqui é que Deus está presente. No Sinai temos ainda um espaço terrenal, mas aqui estamos num espaço celestial. Exatamente diante do trono de Deus. O apóstolo informa ainda que existem sete lâmpadas que ardiam que são os sete espíritos de Deus, e aqui precisamos entender que o simbolismo está indicando a plenitude, a completude do Espírito Santo, como bem nos atesta Kistemaker (2004, p.249).  
Ele vê ainda “...um mar de vidro, semelhante ao cristal e no meio do trono, e ao redor do trono, quatro animais cheios de olhos, por diante e por detrás”. Esses seres viventes são semelhantes aos descritos por Ezequiel e Isaías, mais precisamente Isaías, por lá encontramos os seres angelicais sobrevoando e glorificando, louvando a Deus. O louvor é praticamente mesmo, e difere apenas um pouco, pois em Isaías temos: “Santo, Santo, Santo é o SENHOR dos exércitos; toda a terra está cheia da sua glória[22]”. No apocalipse temos: “Santo, Santo, Santo, é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, que era, e que é, e que há de vir[23]”. Parece-me que a intenção é deixar claro que o Deus Todo-Poderoso é o mesmo de toda a eternidade e que virá julgar.
É de todo também observável que, os anciãos e os animais ou seres angelicais se juntam para glorificarem a Deus num cântico em comum. É bom verificarmos também que enquanto os seres angelicais (os animais) louvavam a Deus pela Sua Santidade, pela Sua Onipotência, e pela Sua Eternidade, os anciãos louvam a Deus pela Sua criação, deixando claro que só o Senhor pode ser Digno de receber gloria, honra e poder. Aqui temos na verdade um cântico de ação de graças.








5 – CONCLUSÃO

O apóstolo João, o teólogo, o ancião, o evangelista, o discípulo amado, já na sua velhice e sofrendo ameaças de morte, segundo a tradição, fora lançado num caldeirão de óleo fervente e[24], não havendo morrido fora então lançado na Ilha de Patmos por ter sido achado pelo imperador Domiciano uma ameaça ao seu governo. Fora lançado como um marginal, mas lá, esse velhinho teve o privilegio dado por Deus de ser arrebatado pelo Espírito Santo e ter ouvido e visto a Revelação de Deus.
O capítulo quatro (e o capítulo cinco) do Livro do Apocalipse ou Revelação nos é apresentado como sendo centro de todo o Livro, o elo de ligação entre a primeira parte do Livro e a segunda parte. Em especial nesse capítulo verificamos a Revelação da Soberania de Deus – Deus está assentado no Trono – como Aquele que é Rei, é o Governo do universo. É o ser indescritível, indizível, insondável, impenetrável. E que é Santo, é o Todo-Poderoso, é o Eterno e Ele é digno “...de receber glória, e honra, e poder...”  porque criou todas as coisas, e por sua vontade são e foram criadas.
Portanto, temos que, nesse capítulo quatro somos confortados e consolados em saber que Deus está no Trono, e que tudo depende dEle, porque tudo está sob o Seu controle, Seu domínio, Sua Soberania.   


                          








 

 


REFERÊNCIAS


HENDRIKSEN, Willian (2004). Comentário do Novo Testamento: João. São Paulo: Editora Cultura Cristã.
KISTEMAKER, Simon (2004). Comentário do Novo Testamento: Apocalipse. São Paulo: Editora Cultura Cristã.
SILVA, Severino Pedro da. (s/d). Apocalipse versículo por versículo. Digitalizado por Paulo André. Rio de Janeiro: CPAD.
REGA, Lourenço Stelio. (1995). Noções do Grego Bíblico. 4 ed. São Paulo: Vida Nova.

SCHALKWIJK, Francisco Leonardo. (1998). Coinê Pequena Gramática do Grego neotestamentário. 8 ed. Minas Gerais: CEIBEL.

THE NEW TESTAMENT. (1994) The Greek underlying the English authorized version of 1611. England:  Trinitarian Bible Society.

GINGRICH, F. Wilbur; DANKER, Frederick W. (2000). Léxico do Novo Testamento – Grego Português. São Paulo: Vida Nova.

LUZ, Waldyr Carvalho (2003) Novo Testamento Interlinear. São Paulo: Editora Cultura Cristã.
SPROUL, R.C.(2002) Os Últimos Dias Segundo Jesus. São Paulo: Editora Cultura Cristã.

http://www2.uol.com.br/biblia/revista/edicao6/shophar1.htm

Bíblia de Estudo Scofield (2009). Almeida Corrigida Fiel. São Paulo: Holy Bible.

Bíblia de Estudo (2000). Nova Versão Internacional. 6. Ed. Rio de Janeiro: Central Gospel







[1] Trabalho apresentado ao professor Pr. Drº Tomé Fernandes da disciplina Teologia Apocalíptica, do Curso de Mestrado em Teologia Bíblica do Novo Testamento, do Programa de Pós-Graduação em Teologia Bíblica do Seminário da JUVEP como pré-requisito obrigatório a obtenção de nota.
[2] Ap 1.1, 4, 9; 22.8
[3] Hendriksen (2004, p. 46)
[4] Jo 13.23; 19.26; 20.2; 21.7,20
[5] É claro que sabemos a respeito da alta critica que encontra problemas em relação à autoria de João, o apóstolo, para o Evangelho, as Cartas e também para o Apocalipse, no entanto, somos aderentes, a partir dos Livros Citados (João, Cartas e Apocalipse), bem como das bibliografias que partilhamos e do testemunho da Igreja Cristã, bem como dos que deram seqüência ao trabalho dos apóstolos, que verazmente o apocalipse é de autoria joanina. 
[6] Pelo menos por aqueles que se detém na busca do conhecimento bíblico do NT.
[7] As evidencias externas também apontam para a autoria de João. Temos que Irineu, que fora discípulo de Policarpo, e este discípulo de João, declara que o autor foi João. Outros tantos também darão testemunho dessa veracidade, como Eusébio, Clemente de Alexandria, Origenes, Justino Martir, Tertuliano, etc. (Hendriksen, 2004, pp. 45-47; 77-79).
[8] Kistemaker (2004, pp. 80-81)
[9] As citações são da Almeida Corrigida Fiel, quando outra for citada, mencionaremos a versão.
[10] Nesse segundo arrebatamento, temos então “O elo central do livro” que “se encontra entre os capítulos 4 e 5. Pois, unem as exortações iniciais do Senhor ressurreto às igrejas (capitulo 2-3) com o trinfo e as punições finais pelo Cordeiro (Capítulos 6-22).” “O Capítulo 4 assevera a autoridade soberana do Deus Criador. Sendo exaltado por quatro criaturas poderosas e os vinte e quatro anciãos que o adoram, o Senhor Deus Todo-Poderoso é Santo, Soberano e Digno de todo louvor. Ele criou todas as coisas, e elas existem por causa da sua vontade graciosa e soberana (Ap 4.11)”. [IBADEP, 2006, p.37].
[11] Mas que se revelou numa linguagem possível de compreensão por parte do ser humano.
[12] Kistemaker (2004, p. 240).
[13] Idem
[14] A palavra utilizada pela LXX para trombeta é a mesma utilizada por João no Apocalipse (sa/lpiggoj= Trombeta  sa/lpigc)
[15] Ex 19.16-29 (NVI).
[16] Josué capitulo 6.
[17][17] Micaías também viu o Senhor assentado no trono (I Re 22.19; II Cr 18.18), Ezequiel (Ez 1.26; 10.1; 43.7), Daniel (Dn 7.9), Estevão (At 7.5,6 – ainda que aqui não seja apresentada a questão do trono, mas há inferência).
[18] No sentido de Deus Triuno.
[19] Cf Sl 9.7; 11.4; 45.6; 47.8; 93.2; 97.2; 103.9; Is 66.1; Lm 5.19, etc.
[20] Kistemaker (2004, p. 245)
[21] Gênesis capítulo 9.
[22] Is 6.3
[23] Ap 4.8
[24] Esse comentário fora de Tertuliano         

_________________
Imagem do Google  

Translate

Arquivo do blog