Os grandes
mestres da educação nos ensinaram que mesmo o pensamento do "senso
comum" deve ser considerado. Mesmo porque, o pensamento comum têm
muito de científico, depois de passado pelo crivo do empírico e da ciência.
Ora, quem disse
que um simples chá não pode curar uma azia, controlar uma febre, controlar a
pressão arterial. Basta conhecer as plantas e as suas propriedades curativas.
Muito do que
inserimos na alimentação ocidental veio dos nativos das terras que foram “descobertas”,
tanto na África quanto nas Américas e outros continentes. Comidas essas que
perpetuaram nos nossos cardápios.
Ah! E o que dizer
dos provérbios, do viver bem em comunidade. E se Hobbes têm razão em falar dos
pactos para se viver em paz em sociedade, deve ter razão em entender que os
pactos surgiram ainda num tempo em que o pensamento comum estava em valia.
O meu direito é
cedido ao outro, ao tempo em que o outro cede o seu direito a mim. Na realidade
cedemos o direito ao Leviatã, essa forma de Estado em que controla os pactos, e
através de Leis estabelecem o cumprimento dos mesmos.
“...Os meios justificam
os fins...” para Maquiavel, mesmo que se use das astúcias mais amorais para que
se consiga o “poder do Leviatã”, mas é claro que Maquiavel é tão moralista
quanto o desejo de manter o poder, o que implica em problemas diversos para os concidadãos,
é que o príncipe parece estar acima da ordem e do próprio Estado. O príncipe se
torna a encarnação do poder político, bélico. E a massa deve temê-lo, acima do amá-lo.
Nasce a intolerância
ao pensamento divergente, aqui há a quebra dos pactos. Claro que o pensamento
de Hobbes sucedeu o pensamento de Maquiavel, no entanto, numa análise da
conjuntura da (in) tolerância, entendendo por tolerância “...admitir modos de pensar, de agir e de
sentir que diferem dos de um indivíduo ou de grupos determinados, políticos ou
religiosos. Diferença máxima admitida entre um valor especificado e o obtido;
margem especificada como admissível para o erro em uma medida ou para
discrepância em relação a um padrão.” (Dic. Aurélio). Entendemos que o
intolerante sofre um tipo de “miopia social”, um “astigmatismo político e
religioso”.
Há uma visão limitada
demais dos problemas sócio-políticos e religiosos, uma mistura de um tudo, sem
uma aferição do que é verdadeiro. Há discursos afobados em nome de Deus, da
moral, do certo...
Penso no Cristo e
na tolerância que teve em relação ao mundo. Penso no Deus do Cristo que
Misericordiosamente aceitou as nossas divergências e nos fez uma recriação espiritual.
Ora, aonde fomos
bons? Ou desde quando fomos perfeitos, moralmente corretos...? em nós, “...na
nossa carne não habita bem algum...”. E se o Espírito de Jesus está operando em
nós, vemos o outro que está no estado em que já estivemos, e estendemos nossas
mãos para arrancá-los do abismo. Enviá-los para o inferno não é serviço de quem
já caminhou nessa direção. Aliás, o inferno não foi feito para o cristão. Mas não
podemos enviar quem não é (ainda) pra lá, mesmo porque o serviço de fazer a separação
do trigo e do joio não é nosso.
Assim sendo,
precisamos manter os pactos. As leis precisam serem cumpridas, e não se cumpre através
do “homem lobo”, através da “guerra permanente de um contra o outro” (Hobbes). Precisamos
da tolerância para salvar os misereres
que estão em estados de plena miséria social, moral, econômica, política... conscientes
ou inconscientes.
O Reino de Deus é
o Reino da tolerância, da Benignidade, da Bondade, da Pacificação, da
Moderação, da Longanimidade, da Paz, da Alegria, da Moralidade, do
Autocontrole... o Reino de Deus deve ser transferido de dentro de nós para o
outro, e produzir a transformação.
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